Os três incêndios deliberados em casas ligadas ao primeiro-ministro britânico podem ter envolvimento dos serviços secretos russos, segundo figuras ligadas às forças de segurança ocidentais.
A polícia britânica acusou um segundo homem de crimes de fogo posto, no seguimento de uma série de incêndios que tiveram como alvo propriedades em Londres ligadas ao primeiro-ministro Keir Starmer.
O cidadão romeno Stanislav Carpiuc, 26 anos, de Romford, na zona leste de Londres, é acusado de fogo posto com intenção de pôr em perigo a vida, informou a Polícia Metropolitana esta terça-feira. Foi detido no aeroporto de Luton no sábado.
O primeiro homem a ser acusado pelos incêndios - Roman Lavrynovych, de 21 anos, de nacionalidade ucraniana - compareceu em tribunal em Londres na ada sexta-feira.
Lavrynovych não se pronunciou no Tribunal de Westminster sobre três acusações de fogo posto com intenção de pôr a vida em perigo, mas negou as acusações em depoimentos à polícia.
Um homem de 34 anos, não identificado, foi também detido na segunda-feira em Chelsea, na zona oeste de Londres, por suspeita de conspiração para cometer fogo posto com intenção de pôr a vida em perigo, informou a Polícia Metropolitana. O homem, cuja nacionalidade não foi revelada, permanece sob custódia.
As acusações e a última detenção estão relacionadas com três incidentes - um incêndio na casa particular de Starmer em Kentish Town, no norte de Londres, um incêndio num veículo na mesma rua e um incêndio numa propriedade onde o primeiro-ministro tinha vivido anteriormente, no noroeste de Londres.
Não foram registados feridos nos incêndios, que ocorreram em três noites, entre 8 e 12 de maio.
Starmer e a família mudaram-se para a residência oficial do primeiro-ministro, no número 10 da Downing Street, no centro de Londres, depois da eleição em julho. Recentemente, Starmer disse que os incidentes eram "um ataque a todos nós, à nossa democracia e aos valores que defendemos".
Embora os motivos por detrás dos incêndios não tenham sido divulgados, figuras ligadas às forças de segurança ocidentais alertaram para o facto de os serviços secretos russos poderem estar a utilizar uma série de táticas, entre as quais a desinformação, a sabotagem e o fogo posto contra os aliados da Ucrânia.
Em novembro de 2024, Richard Moore, chefe dos serviços secretos britânicos MI6, afirmou queMoscovo estava a levar a cabo uma campanha de sabotagem "incrivelmente imprudente".
No mês ado, o ministro britânico dos Negócios Estrangeiros, David Lammy, acusou a Rússia de prosseguir políticas cada vez mais hostis contra o Reino Unido e os seus interesses - que, segundo ele, incluíam "o recrutamento de espiões para levar a cabo atos de fogo posto e sabotagem em solo britânico".