Desde o ano ado, o processo de adesão da Geórgia à União Europeia está completamente parado, contudo, o primeiro vice-primeiro-ministro do país, Levan Davitashvili, disse à Euronews que o governo ainda tem como objetivo aderir ao bloco até 2030.
O Governo da Geórgia continua empenhado na adesão à União Europeia e acredita que o "processo decorre de forma muito ativa", disse o primeiro vice-primeiro-ministro Levan Davitashvili, e também ministro da Economia e do Desenvolvimento Sustentável.
Em declarações à Euronews, à margem do Fórum Económico do Qatar, em Doha, Davitashvili disse que não houve qualquer mudança na política oficial do Governo e que Tbilisi já cumpriu 60% dos requisitos de adesão.
"Declarámos que o nosso objetivo é sermos membros de pleno direito até 2030. Compreendemos que se trata de um longo processo, mas estamos totalmente empenhados em implementar esta reforma significativa e continuamos fiéis a esta reforma, e este processo decorre de uma forma muito ativa", afirmou.
Os comentários de Davitashvili ecoam os do primeiro-ministro da Geórgia, Irakli Kobakhidze, que em fevereiro disse à Euronews, que o seu Governo ainda considera possível a adesão até 2030.
Kobakhidze disse que a Geórgia enfrentava "alguns desafios significativos com a burocracia europeia", mas sublinhou que continuava "muito otimista" quanto à adesão do seu país ao bloco.
"É por causa da burocracia europeia e das políticas em relação à Geórgia", afirmou. "Por isso, se essa política mudar, tudo ficará melhor."
As relações estão a melhorar?
Em novembro, Kobakhidze anunciou que a Geórgia iria suspender as discussões sobre a sua candidatura à UE até 2028, devido ao que o primeiro-ministro descreveu então como "chantagem e manipulação" por parte de alguns políticos do bloco.
Esta decisão deu origem a protestos generalizados em todo o país por parte de milhares de georgianos que vêem o futuro do país integrado na Europa.
Kobakhidze foi reconduzido no cargo de primeiro-ministro em novembro pelo partido no poder, Georgian Dream, cuja vitória contestada nas eleições parlamentares de outubro também provocou manifestações em massa e levou a um boicote da oposição ao parlamento.
Os manifestantes acusam o Georgian Dream de se inclinar para Moscovo.
As forças da oposição - incluindo a antiga presidente da Geórgia, Salome Zourabichvili, condenaram os resultados como uma "falsificação total" da votação.
O Parlamento Europeu também adotou uma resolução condenando a votação e apelando à realização de novas eleições sob supervisão internacional.
Degelo na relação da Geórgia com a União Europeia?
O partido no poder desde 2012 negou qualquer irregularidade, mas, recentemente, as relações entre a Geórgia e a UE parecem ter descongelado, em especial após a presença de Kobakhidze na cimeira da Comunidade Política Europeia na Albânia, na semana ada.
Um encontro curto mas caloroso entre o primeiro-ministro georgiano e o presidente francês Emmanuel Macron durante a cimeira assinalou que a Geórgia e a UE estão a virar a página das suas divergências adas.
Kobakhidze sublinhou este momento dizendo aos jornalistas que "houve um período de comunicação limitada (entre a Geórgia e a UE) e parece que os nossos parceiros europeus estavam ansiosos por restaurar os laços com a Geórgia".
O primeiro-ministro georgiano explicou o descongelamento pelo "papel vital do seu país para a Europa", acrescentando que "todos compreendem a necessidade de estabelecer os com a Geórgia e com os seus líderes, e é provavelmente por isso que muitas iniciativas têm vindo dos líderes europeus".
"Ao longo dos anos, contribuímos de forma significativa para o reforço da paz e da estabilidade na região e continuamos empenhados em agir neste espírito", declarou Kobakhidze aos jornalistas georgianos na Albânia.
"Estamos a ligar dois países vizinhos, o Azerbaijão e a Arménia, à Europa. Além disso, a Geórgia está a realizar vários projetos importantes com os seus vizinhos que melhoram significativamente a conetividade", afirmou Kobakhidze.
"Penso que este facto é da maior importância não só para a Geórgia, mas também para a Europa e a União Europeia, uma vez que ajuda a estabelecer laços mais fortes entre a UE e a nossa região", concluiu o primeiro-ministro georgiano.