Os partidos e os eleitores nacionais entram em reflexão, este sábado.
Portugal está a enfrentar as suas terceiras eleições nacionais em três anos, na sequência do colapso do governo de centro-direita de Luís Montenegro.
O governo minoritário liderado pela coligação entre o PSD e o CDS (AD) perdeu um voto de confiança no Parlamento, devido a questões sobre a conduta do primeiro-ministro, provocando mais um episódio de instabilidade política nos 51 anos de democracia em Portugal.
Com uma população de cerca de 10,6 milhões de pessoas, Portugal tem tido uma série de governos minoritários nos últimos anos, uma vez que os tradicionais rivais pelo poder, o Partido Social Democrata (centro-direita) e o Partido Socialista (centro-esquerda), perderam votos para partidos cada vez mais pequenos.
Na sexta-feira, tanto Montenegro como o líder dos socialistas, Pedro Nuno Santos, realizaram os seus últimos comícios de campanha.
"Faltam dois dias e vamos ganhar estas eleições. Ninguém pode ficar em casa, só o Partido Socialista pode trazer estabilidade ao país, estabilidade política e um rumo para Portugal, que eles não conseguiram, mas nós podemos e vamos conseguir com o povo português", afirmou Pedro Nuno Santos.
Montenegro disse durante o seu comício: "Há muitos anos que não sentíamos uma força tão grande em acreditar naquilo que podemos fazer como país, como nação, como comunidade, como uma força que temos dentro de nós".
Instabilidade política
O escrutínio vem aprofundar a incerteza política, numa altura em que Portugal está a investir mais de 22 mil milhões de euros em fundos de desenvolvimento da UE.
O descontentamento dos eleitores com o regresso às urnas poderá trazer dividendos para o partido populista de extrema-direita Chega, que se alimenta da frustração com os dois partidos tradicionais.
Portugal foi apanhado pela onda crescente de populismo na Europa, com o Chega a subir para o terceiro lugar nas eleições do ano ado.
O governo AD caiu por causa de uma polémica que girou em torno de potenciais conflitos de interesse nos negócios do escritório de advogados da família do primeiro-ministro cessante, Luís Montenegro.
Montenegro, candidato à reeleição, negou qualquer irregularidade.
Disse que colocou o controlo da empresa nas mãos da mulher e dos filhos quando se tornou líder social-democrata em 2022 e que não esteve envolvido na sua gestão.
Os socialistas exigiram um inquérito parlamentar ao comportamento de Montenegro.
Os sociais-democratas esperam que o crescimento económico estimado em 1,9% no ano ado, em comparação com a média da UE de 0,8%, e uma taxa de desemprego de 6,4%, aproximadamente a média da UE, mantenham o seu apoio estável.
O presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa, exortou os eleitores a participarem ativamente nas terceiras eleições gerais do país em três anos, afirmando que o continente enfrenta grandes desafios em matéria de segurança e economia que exigem estabilidade política.