Ativistas reuniram-se em frente ao Instituto de Artes Contemporâneas (ICA) de Londres para manifestar o seu apoio à Bienal de Gaza e protestar contra os vínculos de patrocínio do ICA.
Nas ruas em frente ao ICA (Instituto de Arte Contemporânea), emLondres, reuniram-se várias vozes na terça-feira à noite, quando muitos manifestantes se juntaram para o primeiro evento da Bienal de Gaza no Reino Unido.
Sob a égide da Bienal de Gaza - Jinnaah UK (Jinnaah significa “pavilhão” ou “asa”), foram projetadas obras de arte nas paredes do ICA, demonstrando a resiliência da criatividade palestiniana apesar da investida militar de Israel.
A Bienal de Gaza é um projeto global que visa mostrar a arte palestiniana tanto nessa faixa costeira, atualmente em conflito, como em galerias internacionais. A Bienal inclui obras de arte de mais de 60 artistas palestinianos, muitos dos quais continuam a criar em Gaza em condições extremamente difíceis e perigosas.
O protesto de terça-feira serviu também como uma iniciativa de resistência contra as ligações do ICA à Bloomberg Philanthropies, que está a financiar a exposição "New Contemporaries", apresentada no ICA nessa mesma noite. De acordo com o Movimento da Juventude Palestiniana (PYM), a Bloomberg Philanthropies, liderada pelo multimilionário Mike Bloomberg, tem estado "diretamente implicada na facilitação de infraestruturas de colonização na Cisjordânia". Estes colonatos, considerados ilegais pelo Tribunal Internacional de Justiça, têm sido o ponto central dos protestos globais contra a ocupação dos territórios palestinianos por parte de Israel.
Para os participantes na manifestação, este evento não se tratou apenas de uma forma de oposição ao patrocínio do ICA, pretendendo também amplificar as vozes dosartistas palestinianos que estão determinados a partilhar as suas histórias, apesar das enormes dificuldades. Como parte da missão da Bienal de Gaza, os artistas comprometeram-se a continuar o seu trabalho como um ato de resistência contra o ataque militar israelita a Gaza, com a convicção de que "a arte palestiniana consegue ir além de todos os espaços sitiados".
A própria Bienal está a decorrer em Gaza e em locais parceiros por todo o mundo. Numa altura em que os artistas de Gaza enfrentam desafios para levar as suas obras para fora do território sitiado, a Bienal tem recebido apoio internacional, com grupos como The White Pube, Cultural Workers Against Genocide e Workers for a Free Palestine a juntarem-se a esse esforço.
Este protesto seguiu-se a uma onda crescente deapelos globais à responsabilização. No ano ado, dezenas de cineastas pediram ao Festival de Cinema de Nova Iorque que cortasse relações com a Bloomberg Philanthropies pelo seu envolvimento no financiamento de um programa que formou funcionários de mais de 40 colonatos da Cisjordânia.