O Presidente da República vai ouvir os restantes sete partidos que obtiveram representação parlamentar – IL, Livre, P, CDS-PP, BE, PAN e JPP – até sexta-feira.
O Presidente da República começou esta manhã a ouvir os partidos que obtiveram representação parlamentar nas legislativas antecipadas de domingo sobre a formação do novo Governo, com audiências ao PSD, PS e Chega.
Em declarações aos jornalistas, junto ao Palácio de Belém, na segunda-feira ao fim da tarde, o Presidente da República itiu repetir audiências aos três maiores partidos, já quando os resultados da emigração forem conhecidos, dando tempo ao PS para definir uma posição em relação à viabilização do Programa do Governo.
Marcelo Rebelo de Sousa adiantou que tenciona ouvir os restantes sete partidos que obtiveram representação parlamentar – IL, Livre, P, CDS-PP, BE, PAN e JPP – até sexta-feira.
A delegação do PSD esteve cerca de uma hora reunida com Marcelo Rebelo de Sousa em Belém. Além de Luís Montenegro, esteve presente a primeira vice-presidente do PSD, Leonor Beleza, o secretário-geral do partido, Hugo Soares, e a também vice-presidente, Inês Palma Ramalho.
Quando saiu da sala em que se encontrou com Marcelo, Luís Montenegro não quis fazer qualquer à declaração aos jornalistas. Com um "boa tarde, bom trabalho", adiantando apenas que a reunião foi "normal", a delegação do PSD saiu de Belém sem ocupar as duas horas que o Presidente da República tinha reservado para se reunir com cada partido.
Para o segundo encontro do dia, Pedro Nuno Santos chegou a Belém, acompanhado pelo presidente do PS, Carlos César, e a presidente da JS, Sofia Pereira.
A reunião entre a delegação do Partido Socialista e Marcelo Rebelo de Sousa acabou ainda mais rapidamente. Pedro Nuno e Carlos César estiveram na sala com o Presidente da República apenas vinte minutos.
Numa breve declaração à saída, o líder demissionário dos socialistas partilhou com os jornalistas que, para si, esta foi "uma reunião de despedida" de Marcelo Rebelo de Sousa, com quem teve uma "boa convivência" desde que fez parte do Governo de António Costa. "Vou guardar com boa memória", frisou, sublinhando que o PS sempre prezou as relações institucionais com o Presidente da República.
Pedro Nuno Santos não se alongou muito, deixando apenas o seu desejo de que "a situação política estabilize rapidamente". "Foi uma boa reunião", assinalou, insistindo que a sua vontade é que o "país tenha a sua situação política clarificada".
A delegação do Chega – a última a ser ouvida esta terça-feira por Marcelo Rebelo de Sousa – chegou a Belém com 20 minutos de atraso.
André Ventura foi acompanhado pelos vice-presidentes do partido Pedro Frazão e Marta Silva e Patrícia Carvalho.
Numa declaração mais longa aos jornalistas à saída da reunião, André Ventura disse estar "confiante" que o Chega será confirmado como a segunda força política, quando forem conhecidos os resultados dos círculos da emigração.
"Não posso ainda dar grandes detalhes" sobre o cenários de governabilidade discutidos com o Presidente, referiu, acrescentando que o que ficou claro nestas eleições foi que o Chega assume agora o papel de "liderar da oposição".
"O Chega deve ser líder da oposição, deve ter um governo alternativo pronto para governar a qualquer momento, caso os portugueses sejam chamados às urnas", sublinha.
"Não deixaremos que o país caia numa nova crise política e procuraremos ser um farol e um garante da estabilidade em Portugal. Não a qualquer custo, mas de uma estabilidade que continue a combater a corrupção, que combate a imigração descontrolada e que permita um crescimento económico que dê salários e dignidade a quem trabalha e não a quem não faz nada", ressalvou.
"O país não precisa de mais eleições. Precisa de ter um rumo e de ter ordem", rematou o líder do Chega.