Os cidadãos ucranianos consideram as palavras do presidente russo dirigidas a Donald Trump como uma "tática de empatamento", numa altura em que a guerra total de Moscovo já vai no seu quarto ano.
Os ucranianos estão pessimistas em relação a um acordo de paz iminente, depois de um telefonema há muito esperado, na segunda-feira, entre o Presidente dos EUA, Donald Trump, e o seu homólogo russo, Vladimir Putin, não ter conseguido fazer quaisquer avanços significativos.
Os residentes de Kiev mostraram-se pouco optimistas quanto às perspectivas de um acordo de paz antes do verão.
"(A paz) é possível mais perto do outono, não agora, (Putin) vai empatar o tempo", disse um residente de Kiev à Euronews, acrescentando que a máquina de guerra russa precisa de ser mais desgastada antes de se conseguir a paz.
Outro residente de Kiev mostrou-se irritado com o atraso no início das conversações entre Putin e Trump, dizendo que os dois líderes deveriam ter-se encontrado logo após a tomada de posse do presidente dos EUA, em janeiro.
Trump, que disse que o seu telefonema com Putin tinha corrido "muito bem", postou no Truth Social após o telefonema para dizer que as conversações de cessar-fogo entre a Rússia e a Ucrânia iriam começar "imediatamente".
As chamadas telefónicas surgiram depois de uma ronda falhada de negociações de paz em Istambul, na semana ada, em que Putin rejeitou um convite de Zelenskyy para um encontro pessoal e, em vez disso, enviou uma delegação de baixo nível.
Foi a primeira vez que ambas as partes se reuniram formalmente desde o início da invasão de Moscovo, no início de 2022.
Apesar de ambos concordarem em devolver 1.000 prisioneiros de guerra cada um, não foi possível encontrar um terreno comum sobre como garantir um cessar-fogo de 30 dias proposto pelos Estados Unidos e apoiado pela Ucrânia.
Zelenskyy acusou o Kremlin de utilizar os apelos à Casa Branca como uma distração, rejeitando as exigências russas de retirar as forças ucranianas de quatro regiões parcialmente ocupadas da Ucrânia, entre outros pedidos.
"A Ucrânia não vai retirar as suas tropas dos seus próprios territórios", disse Zelensky aos meios de comunicação social, ao recusar os pedidos russos para retirar as forças das regiões de Donetsk, Luhansk, Zaporizhzhia e Kherson.
O ministro alemão da Defesa, Boris Pistorius, acusou a Rússia de estar a ganhar tempo nas negociações de paz sobre a Ucrânia, em vez de estar verdadeiramente interessada num cessar-fogo.
A União Europeia afirmou que tenciona avançar com um novo pacote de sanções contra a Rússia para pressionar Putin a aceitar um cessar-fogo incondicional de 30 dias na Ucrânia, apesar de os Estados Unidos não o fazerem nesta fase.