Donald Trump criticou o custo da assistência militar dos EUA à Ucrânia e pretende transferir uma maior quota-parte de responsabilidade para a Europa.
O presidente francês Emmanuel Macron apelou esta segunda-feira à Europa para que "acorde" e aumente as suas despesas com a defesa para reduzir a sua dependência dos Estados Unidos em matéria de segurança, no momento em que o presidente Donald Trump regressa ao poder.
Dirigindo-se a uma audiência de militares ses no Comando de Apoio Digital e Cibernético do Exército, no oeste da França, Macron destacou a necessidade de a Europa se adaptar às novas ameaças e às mudanças nas prioridades da política externa dos EUA, particularmente em relação à Ucrânia, chamando a posse de Trump de "oportunidade para um despertar estratégico europeu".
"O que faremos amanhã na Europa se o nosso aliado americano retirar os seus navios de guerra do Mediterrâneo?", questionou. "Se enviarem os seus aviões de combate do Atlântico para o Pacífico?".
Trump criticou o custo da ajuda militar dos EUA à Ucrânia e tenciona transferir mais responsabilidade financeira para a Europa, ao mesmo tempo que procura acabar com a guerra no prazo de seis meses, embora ainda não tenha explicado como.
Macron instou a Europa a prestar um apoio duradouro à Ucrânia, assegurando que Kiev se encontra numa posição forte no caso de futuras negociações de paz.
Macron sublinhou a necessidade de a Europa assegurar "garantias" contra o ressurgimento do conflito em território ucraniano e de "desempenhar plenamente o seu papel" nos esforços de paz.
Macron também sublinhou a necessidade de uma vigilância estratégica mais alargada, citando algumas das declarações extravagantes de Trump nas últimas semanas.
"Quem teria pensado, há um ano, que a Gronelândia estaria no centro dos debates políticos e estratégicos? É assim que as coisas são".
Manter a paz na Ucrânia
Na semana ada, o presidente ucraniano Volodymyr Zelenskyy revelou que ele e Macron discutiram a possibilidade de enviar tropas ocidentais para a Ucrânia para salvaguardar um futuro acordo de paz.
"Como uma dessas garantias, discutimos a iniciativa sa de enviar contingentes militares para a Ucrânia", disse Zelenskyy.
No entanto, tal ação implicaria riscos significativos. O destacamento de tropas europeias como forças de manutenção da paz poderia não conseguir dissuadir uma futura agressão russa e poderia levar a confrontos diretos entre tropas europeias e russas.
Uma tal escalada poderia mergulhar a NATO, incluindo os EUA, num conflito mais vasto.