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União Europeia poderá descongelar relação com Turquia, se mudar de governo

Recep Tayyip Erdogan (dir) poderá perder poder para coligação liderada por Kemal Kilicdaroglu (esq)
Recep Tayyip Erdogan (dir) poderá perder poder para coligação liderada por Kemal Kilicdaroglu (esq) Direitos de autor AP Photo
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De Efi KoutsokostaIsabel Marques da Silva
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Erdogan, que liderou a Turquia como primeiro-ministro e presidente desde 2003, enfrenta sondagens que dão a Kilicdaroglu uma ligeira vantagem, embora não se espere que nenhum dos candidatos obtenha os mais de 50% dos votos necessários na primeira volta, a 14 de maio.

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Após 20 anos no poder, como primeiro-ministro e presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan parece estar em sério risco de ter de ar a liderança para a oposição, nas eleições de 14 de maio. 

Uma frente unida de seis partidos, com um único candidato, promete criar um sistema democrático mais pluralista do que o regime populista e autocrático do líder do Partido da Justiça e Desenvolvimento (AKP).

Se assim for, a União Europeia (UE) poderá retomar a relação, congelada desde 2018."Estamos agora numa conjuntura e num momento muito importantes, um momento histórico", disse Sergey Lagodinsky, presidente da delegação Parlamentar Mista UE-Turquia do Parlamento Europeu, em entrevista à euronews.

"Será decidido se o governo continuará a ser problemático para a democracia, para o Estado de direito, mas, também, se continuará a agressividade em relação a vizinhos que são membros da UE, tais como a Grécia e Chipre. Estamos a chegar a uma fase em que a divergência entre a Turquia e a UE será irreversível", explicou o eurodeputado alemão dos verdes.

Apesar de ainda ser um país candidato à adesão, há quem defenda que a Turquia liderada por um governo mais pró-europeu deveria ser, sobretudo, um parceiro comercial com liberalização do regime de vistos de viagem.

Muito importante para as relações UE-Turquia, a oposição promete começar a desempenhar um papel construtivo nos assuntos regionais na Europa alargada e num sentido multilateral.
Ilke Toygur
Professora de Geopolítica na Universidade Carlos III de Madrid

Ilke Toygur, professora de Geopolítica na Universidade Carlos III de Madrid, considera que a oposição fez três promessas fundamentais para que isso se torne realidade: "A primeira é a redemocratização e a reinstitucionalização, para que a Turquia volte a ser uma democracia, restabeleça o Estado de direito e tente garantir os direitos e liberdades fundamentais para todos". 

"Em segundo lugar, afirmam que vão reclamar que a Turquia pertence ao Ocidente. E, em terceiro lugar, e muito importante para as relações UE-Turquia, começarão a desempenhar um papel construtivo nos assuntos regionais na Europa alargada e num sentido multilateral", conclui a académica, em entrevista à euronews.

Aliado na NATO, mas próximo da Rússia

As relações do governo de Ancara com os seus aliados da NATO também azedaram, devido às tensões sobre a proximidade com a Rússia, bem como o envolvimento da Turquia nos conflitos na Líbia e na Síria.

Mas mesmo com uma vitória da oposição, as mudanças não se farão de um dia para o outro, avisa Marc Pierini, antigo embaixador da UE na Turquia, em declarações à euronews.

"Há que destacar algumas características da Turquia atual, em particular o facto de ter aumentado o seu poder militar, que não vai diminuir. Tem mais influência política, que poderá manter-se. Existem outras características, tasi como ter uma central elétrica nuclear que foi construída e é operada pela Rússia. Ainda não está a funcionar, mas irá funcionar, e isso não vai desaparecer. Por isso, seja quem for que chegue ao poder, teremos de ter isto em conta", explicou o ex-diplomata.

No que diz respeito às relações difíceis da Turquia com os vizinhos Chipre e Grécia, ao nível da exploração do mar Mediterrâneo, os analistas dizem que o diálogo construtivo poderia substituir a atual retórica de ameaças.

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