{ "@context": "https://schema.org/", "@graph": [ { "@type": "NewsArticle", "mainEntityOfPage": { "@type": "Webpage", "url": "/green/2024/10/08/economia-circular-poderao-os-hoteis-reciclar-as-aguas-residuais-do-turismo" }, "headline": "Economia circular: poder\u00e3o os hot\u00e9is reciclar as \u00e1guas residuais do turismo?", "description": "Nas regi\u00f5es da Europa onde a \u00e1gua \u00e9 escassa, os hot\u00e9is est\u00e3o a procurar formas de racionar e reciclar a \u00e1gua consumida pelos turistas. Algumas destas iniciativas foram destacadas pelo projeto europeu WAT'SAVEREUSE, liderado pela Euroregi\u00e3o Pirin\u00e9us-Mediterr\u00e2neo.", "articleBody": "\u0022O futuro dos nossos neg\u00f3cios depende disto. Se n\u00e3o fizermos o necess\u00e1rio agora, j\u00e1 n\u00e3o iremos a tempo\u0022, afirma Pascal Mangin, diretor do parque de campismo Les Mimosas, situado em Portiragnes, no sul de Fran\u00e7a. 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Pascal Mangin embarcou numa miss\u00e3o para reduzir drasticamente o impacto do parque neste recurso.Por exemplo, decidiu tratar ele pr\u00f3prio a \u00e1gua dos jac\u00fazis de cada bungalow, em vez de a enviar para o sistema de drenagem principal ap\u00f3s a sa\u00edda de cada fam\u00edlia. Tamb\u00e9m substituiu os sistemas de duche para os tornar mais eficientes em termos de consumo de \u00e1gua.As maiores poupan\u00e7as foram realizadas na zona das piscinas, atrav\u00e9s da substitui\u00e7\u00e3o dos antigos filtros de areia por um material sint\u00e9tico j\u00e1 utilizado para a \u00e1gua pot\u00e1vel. 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Economia circular: poderão os hotéis reciclar as águas residuais do turismo?

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Mais de metade da água utilizada no hotel Can Buch provém da chuva
Mais de metade da água utilizada no hotel Can Buch provém da chuva Direitos de autor euronews
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De Cyril Fourneris
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Nas regiões da Europa onde a água é escassa, os hotéis estão a procurar formas de racionar e reciclar a água consumida pelos turistas. Algumas destas iniciativas foram destacadas pelo projeto europeu WAT'SAVEREUSE, liderado pela Euroregião Pirinéus-Mediterrâneo.

"O futuro dos nossos negócios depende disto. Se não fizermos o necessário agora, já não iremos a tempo", afirma Pascal Mangin, diretor do parque de campismo Les Mimosas, situado em Portiragnes, no sul de França. Este verão, afirma ter poupado 15 % por turista no consumo de água graças a várias medidas implementadas no parque de campismo.

Quando, há várias décadas, construiu com o seu pai a primeira piscina do parque de campismo, não fazia ideia de que a água se tornaria um bem raro na Occitânia. A pressão exercida sobre as águas subterrâneas é motivo de preocupação nesta região para onde convergem todos os anos centenas de milhares de turistas.

Pascal Mangin quer reduzir o consumo de água do parque aquático do parque de campismo Les Mimosas
Pascal Mangin quer reduzir o consumo de água do parque aquático do parque de campismo Les Mimosaseuronews

Com um parque aquático composto por uma piscina de ondas, vários escorregas aquáticos, jacúzis e uma piscina para crianças, o parque de campismo Les Mimosas consome muita água. Pascal Mangin embarcou numa missão para reduzir drasticamente o impacto do parque neste recurso.

Por exemplo, decidiu tratar ele próprio a água dos jacúzis de cada bungalow, em vez de a enviar para o sistema de drenagem principal após a saída de cada família. Também substituiu os sistemas de duche para os tornar mais eficientes em termos de consumo de água.

O parque de campismo Les Mimosas testou um novo sistema de filtragem das piscinas para poupar água
O parque de campismo Les Mimosas testou um novo sistema de filtragem das piscinas para poupar águaeuronews

As maiores poupanças foram realizadas na zona das piscinas, através da substituição dos antigos filtros de areia por um material sintético já utilizado para a água potável. De acordo com Mangin, é utilizada "três vezes menos água" na retrolavagem.

O próximo desafio do parque de campismo é reciclar as águas cinzentas dos bungalows
O próximo desafio do parque de campismo é reciclar as águas cinzentas dos bungalowseuronews

Outra alteração importante foi a introdução de um diário de bordo digital, que permite monitorizar em tempo real o consumo de cada instalação e ajuda a controlar melhor os itens que consomem mais recursos e a detetar eventuais fugas.

Uma mudança de paradigma no setor do turismo

Estes investimentos foram parcialmente financiados pela região da Occitânia, onde o turismo representa cerca de 10 % da riqueza da região, uma região ameaçada pela escassez de água devido à diminuição da precipitação.

"A nossa visão é a de um turismo de massas sustentável e que respeite os recursos disponíveis", afirma Eric Cadore, presidente da Comissão da Água e da Prevenção de Riscos da região da Occitânia.

"Estamos a realizar operações sólidas e simbólicas que podem depois vir a ser replicadas noutros locais. Queremos antecipar o futuro e garantir que as políticas relacionadas com a água permitem que nos adaptemos às alterações climáticas, que têm um grande impacto na vida das pessoas e na economia", acrescenta o conselheiro regional.

A agência de desenvolvimento regional, AD'OCC, também vai apoiar o parque de campismo Les Mimosas no seu próximo desafio: reciclar as águas cinzentas dos bungalows através do uso de filtros ultravioleta, como é feito nos barcos. Num bungalow de teste, a água dos duches e dos lavatórios está a ser tratada antes de ser enviada para as casas de banho, atingindo uma qualidade "quase potável", segundo Pascal Mangin.

O parque de campismo participou no projeto europeu WAT'SAVEREUSE, financiado pelo programa LIFE da União Europeia, que visava promover a economia circular na indústria do turismo.

"Os turistas vêm aqui para relaxar e consomem muita água. O problema é que já não temos água", sublinha Xavier Bernard-Sans, Secretário-Geral da Euroregião Pirinéus-Mediterrâneo, que lançou e dirigiu o projeto franco-espanhol.

Entre 2020 e 2023, a WAT'SAVEREUSE reuniu as autoridades locais, as empresas de abastecimento de água e os profissionais do turismo da Catalunha, das Baleares e da Occitânia para realizar uma série de campanhas de sensibilização.

"Há 20 anos, a água não era uma prioridade. Há estabelecimentos que estão envelhecidos e precisam de uma renovação", resume Xavier Bernard-Sans. "As grandes cadeias hoteleiras têm a capacidade financeira e a vontade de se tornarem ecológicas, mas os pequenos hotéis de gestão familiar têm mais dificuldade em fazê-lo, uma vez que é necessário um grande investimento. Daí o interesse em reuni-los", afirma.

Destacar iniciativas inovadoras

Aumentar a percentagem de água reutilizada é uma prioridade para a União Europeia, que adotou novos regulamentos neste campo. Enquanto a França recicla menos de 1 % das suas águas residuais, a Espanha atingiu uma taxa de cerca de 14 %, o que a torna um dos países mais avançados do continente neste tema.

Vista aérea do Hotel Can Buch, situado no alto da cidade espanhola de Girona
Vista aérea do Hotel Can Buch, situado no alto da cidade espanhola de Gironaeuronews

Do outro lado da fronteira espanhola, o hotel Can Buch, situado no alto de Girona, também foi distinguido no âmbito do projeto europeu pelos esforços no tema da circularidade. Mais de metade da água consumida no hotel provém da água da chuva recolhida nos telhados dos edifícios.

A água da chuva recolhida nos telhados do hotel Can Buch é armazenada nestes tanques
A água da chuva recolhida nos telhados do hotel Can Buch é armazenada nestes tanqueseuronews

"A cada ano que a, a chuva diminui e o consumo de água aumenta. Compreender os circuitos que podemos dar à pouca água que temos para a aproveitar ao máximo torna-nos mais sustentáveis a longo prazo", explica o fundador do Can Buch, Gerard Bofill, que renovou uma antiga quinta de 1622 e a transformou num local propício ao ecoturismo e à agricultura regenerativa.

A piscina natural de Can Buch, onde os turistas nadam com rãs
A piscina natural de Can Buch, onde os turistas nadam com rãseuronews

O hotel recolhe dos seus telhados uma média de 1,5 milhões de litros de água por ano. A água a por vários filtros a caminho das torneiras, dos chuveiros e até de uma piscina natural, que os turistas partilham com anfíbios. O aquecimento da água é feito com lenha proveniente de um plano de prevenção de incêndios.

Todas as águas residuais são enviadas para uma estação de filtragem à base de plantas. A água é tratada com uma planta autóctone, sendo depois utilizada na horta da quinta, cujos produtos adornam os pratos do restaurante.

Vista do sistema de filtragem à base de plantas do hotel Can Buch, onde são tratadas as águas residuais
Vista do sistema de filtragem à base de plantas do hotel Can Buch, onde são tratadas as águas residuaiseuronews

"Noutro hotel, esta água seria deitada fora. Aqui, damos-lhe outra vida. O objetivo é tentar sempre fechar o círculo", explica Bofill, que acrescenta que "os produtos da quinta são servidos no restaurante e as sobras alimentam os animais. O que eles não comem é utilizado para fazer composto para o solo".

O hotel Can Buch aposta na permacultura e na agricultura regenerativa
O hotel Can Buch aposta na permacultura e na agricultura regenerativaeuronews

O antigo jogador de futebol diz que a sua filosofia é importar o mínimo de recursos possível. 67 painéis solares garantem o consumo de eletricidade do hotel, que está fora da rede elétrica pública. O empresário catalão ganhou vários prémios, incluindo o financiamento do programa europeu de desenvolvimento rural LEADER.

O antigo futebolista Gerard Bofill está convencido de que os sistemas circulares irão assegurar a viabilidade do hotel a longo prazo
O antigo futebolista Gerard Bofill está convencido de que os sistemas circulares irão assegurar a viabilidade do hotel a longo prazoeuronews

Gerard Bofill garante que conseguiu assegurar a viabilidade do seu hotel, não só a nível financeiro, mas também em termos de energia e natureza: "Quando aqui chegámos, analisámos a biodiversidade, a quantidade de matéria orgânica no solo e a quantidade de água. Hoje, temos o dobro".

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