{ "@context": "https://schema.org/", "@graph": [ { "@type": "NewsArticle", "mainEntityOfPage": { "@type": "Webpage", "url": "/business/2024/07/16/presidencia-hungara-procura-reacender-o-debate-sobre-a-desregulamentacao-dos-ogm" }, "headline": "Presid\u00eancia h\u00fangara procura reacender o debate sobre a desregulamenta\u00e7\u00e3o dos OGM", "description": "O setor agro-tecnol\u00f3gico receia que a flexibiliza\u00e7\u00e3o da regulamenta\u00e7\u00e3o relativa \u00e0s plantas geneticamente modificadas de nova gera\u00e7\u00e3o possa ser adiada por v\u00e1rios anos devido a uma decis\u00e3o da Hungria.", "articleBody": "A Hungria p\u00f4s em causa uma proposta que visa equiparar a nova gera\u00e7\u00e3o de culturas geneticamente modificadas \u00e0s variedades produzidas atrav\u00e9s de cruzamentos convencionais, numa altura em que pretende reabrir um dossi\u00ea pol\u00edtico controverso da UE nos primeiros dias do seu mandato de seis meses como presidente das negocia\u00e7\u00f5es intergovernamentais.Num documento de discuss\u00e3o datado de 3 de julho e a que a Euronews teve o, a presid\u00eancia h\u00fangara refere o \u0022ime\u0022 que se criou entre os Estados-membros desde que a Comiss\u00e3o Europeia prop\u00f4s, no ano ado, a desregulamenta\u00e7\u00e3o de certos tipos de culturas geneticamente modificadas.O regulamento relativo \u00e0s novas t\u00e9cnicas gen\u00f3micas permitiria uma regulamenta\u00e7\u00e3o ligeira de uma nova categoria de culturas criadas atrav\u00e9s da altera\u00e7\u00e3o da sequ\u00eancia de ADN de um organismo, utilizando t\u00e9cnicas que n\u00e3o estavam dispon\u00edveis quando a atual diretiva relativa aos OGM, que exige controlos de seguran\u00e7a e monitoriza\u00e7\u00e3o rigorosos, foi adotada h\u00e1 mais de 20 anos.A B\u00e9lgica esteve perto de chegar a uma posi\u00e7\u00e3o de compromisso sobre a proposta, na tentativa de resolver um atraso legislativo antes de ar as r\u00e9deas \u00e0 Hungria, mas falhou na \u00faltima tentativa devido a preocupa\u00e7\u00f5es persistentes sobre se esses novos produtos vegetais devem ser patente\u00e1veis, o que os cr\u00edticos alertaram para o facto de poder conduzir a monop\u00f3lios e limitar a escolha dos agricultores.Grupos de luta contra os OGM congratulam-se com adiamentoOs defensores da luta contra os OGM saudaram um novo adiamento que, segundo eles, daria tempo aos legisladores para discutirem aspetos mais amplos da avalia\u00e7\u00e3o de riscos e analisarem um parecer da ANSES, a entidade reguladora sa da sa\u00fade e da seguran\u00e7a alimentar, que argumentou contra o tratamento dos produtos NGT como equivalentes \u00e0s culturas convencionais.Agora, parece que esse atraso poder\u00e1 ser ainda maior, uma vez que a Hungria procura reabrir o debate sobre a equival\u00eancia, argumentando que uma avalia\u00e7\u00e3o baseada apenas no n\u00famero e na dimens\u00e3o das modifica\u00e7\u00f5es gen\u00e9ticas poder\u00e1 n\u00e3o ser suficiente para estabelecer o risco colocado por um novo produto GM em compara\u00e7\u00e3o com uma cultura convencional com um longo historial de seguran\u00e7a.O documento h\u00fangaro faz refer\u00eancia a v\u00e1rias quest\u00f5es levantadas no \u00faltimo ano de negocia\u00e7\u00f5es, desde a rotulagem e identifica\u00e7\u00e3o das plantas NGT at\u00e9 \u00e0s exporta\u00e7\u00f5es e \u00e0 compatibilidade da desregulamenta\u00e7\u00e3o proposta com o Protocolo de Cartagena sobre Biosseguran\u00e7a das Na\u00e7\u00f5es Unidas.O parecer da Autoridade Europeia Enquanto a Hungria procura reabrir o debate, a Autoridade Europeia para a Seguran\u00e7a dos Alimentos publicou ontem (10 de julho) uma avalia\u00e7\u00e3o, h\u00e1 muito aguardada, da proposta sa, na qual conclui que as plantas com modifica\u00e7\u00f5es gen\u00e9ticas dentro do limiar proposto para as plantas da \u0022categoria 1\u0022 podem surgir espontaneamente ou por muta\u00e7\u00e3o aleat\u00f3ria.\u0022Por conseguinte, \u00e9 cientificamente justificado considerar as plantas NGT da categoria 1 como equivalentes \u00e0s plantas cultivadas convencionalmente, no que respeita \u00e0 semelhan\u00e7a das modifica\u00e7\u00f5es gen\u00e9ticas e \u00e0 semelhan\u00e7a dos riscos potenciais\u0022, escreveu a AESA.O parecer cient\u00edfico do regulador da UE foi aproveitado pelos defensores da desregulamenta\u00e7\u00e3o como mais um apoio \u00e0 sua posi\u00e7\u00e3o de que as culturas NGT n\u00e3o s\u00e3o o mesmo que os OGM em que um gene \u00e9 transplantado de uma esp\u00e9cie para outra. 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Presidência húngara procura reacender o debate sobre a desregulamentação dos OGM

O primeiro-ministro Viktor Orban chega a Bruxelas para uma cimeira da UE em 27 de junho, poucos dias antes de a Hungria assumir a presidência rotativa do Conselho da UE
O primeiro-ministro Viktor Orban chega a Bruxelas para uma cimeira da UE em 27 de junho, poucos dias antes de a Hungria assumir a presidência rotativa do Conselho da UE Direitos de autor Geert Vanden Wijngaert/Copyright 2024 The AP. All rights reserved.
Direitos de autor Geert Vanden Wijngaert/Copyright 2024 The AP. All rights reserved.
De Robert Hodgson
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O setor agro-tecnológico receia que a flexibilização da regulamentação relativa às plantas geneticamente modificadas de nova geração possa ser adiada por vários anos devido a uma decisão da Hungria.

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A Hungria pôs em causa uma proposta que visa equiparar a nova geração de culturas geneticamente modificadas às variedades produzidas através de cruzamentos convencionais, numa altura em que pretende reabrir um dossiê político controverso da UE nos primeiros dias do seu mandato de seis meses como presidente das negociações intergovernamentais.

Num documento de discussão datado de 3 de julho e a que a Euronews teve o, a presidência húngara refere o "ime" que se criou entre os Estados-membros desde que a Comissão Europeia propôs, no ano ado, a desregulamentação de certos tipos de culturas geneticamente modificadas.

O regulamento relativo às novas técnicas genómicas permitiria uma regulamentação ligeira de uma nova categoria de culturas criadas através da alteração da sequência de ADN de um organismo, utilizando técnicas que não estavam disponíveis quando a atual diretiva relativa aos OGM, que exige controlos de segurança e monitorização rigorosos, foi adotada há mais de 20 anos.

A Bélgica esteve perto de chegar a uma posição de compromisso sobre a proposta, na tentativa de resolver um atraso legislativo antes de ar as rédeas à Hungria, mas falhou na última tentativa devido a preocupações persistentes sobre se esses novos produtos vegetais devem ser patenteáveis, o que os críticos alertaram para o facto de poder conduzir a monopólios e limitar a escolha dos agricultores.

Grupos de luta contra os OGM congratulam-se com adiamento

Os defensores da luta contra os OGM saudaram um novo adiamento que, segundo eles, daria tempo aos legisladores para discutirem aspetos mais amplos da avaliação de riscos e analisarem um parecer da ANSES, a entidade reguladora sa da saúde e da segurança alimentar, que argumentou contra o tratamento dos produtos NGT como equivalentes às culturas convencionais.

Agora, parece que esse atraso poderá ser ainda maior, uma vez que a Hungria procura reabrir o debate sobre a equivalência, argumentando que uma avaliação baseada apenas no número e na dimensão das modificações genéticas poderá não ser suficiente para estabelecer o risco colocado por um novo produto GM em comparação com uma cultura convencional com um longo historial de segurança.

O documento húngaro faz referência a várias questões levantadas no último ano de negociações, desde a rotulagem e identificação das plantas NGT até às exportações e à compatibilidade da desregulamentação proposta com o Protocolo de Cartagena sobre Biossegurança das Nações Unidas.

O parecer da Autoridade Europeia

Enquanto a Hungria procura reabrir o debate, a Autoridade Europeia para a Segurança dos Alimentos publicou ontem (10 de julho) uma avaliação, há muito aguardada, da proposta sa, na qual conclui que as plantas com modificações genéticas dentro do limiar proposto para as plantas da "categoria 1" podem surgir espontaneamente ou por mutação aleatória.

"Por conseguinte, é cientificamente justificado considerar as plantas NGT da categoria 1 como equivalentes às plantas cultivadas convencionalmente, no que respeita à semelhança das modificações genéticas e à semelhança dos riscos potenciais", escreveu a AESA.

O parecer científico do regulador da UE foi aproveitado pelos defensores da desregulamentação como mais um apoio à sua posição de que as culturas NGT não são o mesmo que os OGM em que um gene é transplantado de uma espécie para outra. Petra Jorasch, responsável pela defesa da inovação na associação comercial Euroseeds, afirmou que a reabertura do debate sobre a equivalência poderia fazer recuar o debate político cinco anos.

"Consideramos a abordagem do documento [húngaro] como uma tentativa de atrasar a adoção da proposta e o avanço para uma regulamentação adequada e baseada na ciência, negando o o do setor agrícola aos avanços na inovação do melhoramento vegetal", disse Jorasch à Euronews.

Greenpeace denuncia constradições no processo

Eva Corral, ativista da Greenpeace, criticou a EFSA por um parecer que, segundo ela, também não está de acordo com as conclusões das agências ambientais austríaca e alemã UBA e BfN.

"O parecer da EFSA contradiz as agências nacionais europeias, incluindo a ANSES, em França, que alertam para os riscos potenciais dos novos OGM para a saúde humana e para o ambiente e apelam a que todos os novos OGM sejam sujeitos a controlos de segurança e monitorização".

O Parlamento Europeu já aprovou a sua posição sobre a reforma do regulamento relativo aos OGM e aguarda um acordo intergovernamental para que o processo possa avançar.

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