{ "@context": "https://schema.org/", "@graph": [ { "@type": "NewsArticle", "mainEntityOfPage": { "@type": "Webpage", "url": "/2025/03/28/conferencia-sobre-antissemitismo-leva-a-israel-figuras-da-extrema-direita-e-causa-boicotes" }, "headline": "Confer\u00eancia sobre antissemitismo leva a Israel figuras da extrema-direita e causa boicotes", "description": "A Confer\u00eancia Internacional sobre a Luta contra o Anti-Semitismo, que se realizou esta semana em Jerusal\u00e9m, j\u00e1 era not\u00edcia muito antes do seu in\u00edcio oficial.", "articleBody": "A confer\u00eancia internacional sobre antissemitismo, realizada esta semana em Jerusal\u00e9m, surpreendeu a cena pol\u00edtica em Israel e para al\u00e9m das suas fronteiras, marcando uma mudan\u00e7a na narrativa pol\u00edtica da direita europeia.Organizado pelo Minist\u00e9rio dos Assuntos da Di\u00e1spora, o evento teve como objetivo abordar o \u0022antissemitismo contempor\u00e2neo\u0022 e sensibilizar para os seus principais fatores \u0022colocados pela evolu\u00e7\u00e3o das realidades\u0022 desde o ataque do Hamas a 7 de outubro.Entre os participantes: Jordan Bardella, l\u00edder do partido franc\u00eas Rassemblement National (RN) e Marion Mar\u00e9chal, neta do fundador da Frente Nacional e negador do Holocausto, Jean-Marie Le Pen.Figuras proeminentes das comunidades judaicas de todo o mundo estiveram entre os que boicotaram o evento, incluindo o fil\u00f3sofo franc\u00eas Bernard-Henri L\u00e9vy, o comiss\u00e1rio alem\u00e3o para o antissemitismo Felix Klein, o diretor executivo da Liga Anti-Difama\u00e7\u00e3o Jonathan Greenblatt, entre outros.O rabino-chefe Pinchas Goldschmidt, presidente da Confer\u00eancia dos Rabinos Europeus (CER), disse \u00e0 Euronews que tamb\u00e9m recebeu o convite, mas recusou-o depois de ouvir a rea\u00e7\u00e3o de \u0022todas as principais organiza\u00e7\u00f5es judaicas europeias e organiza\u00e7\u00f5es nacionais na Europa\u0022.Entre as raz\u00f5es que levaram o rabino Goldschmidt a recusar o convite est\u00e1 o facto de o presidente de Israel tamb\u00e9m n\u00e3o estar presente no evento, organizando uma rece\u00e7\u00e3o privada na sua resid\u00eancia: \u0022Se o presidente de Israel n\u00e3o participa nesta confer\u00eancia, eu tamb\u00e9m n\u00e3o vou participar\u0022, afirmou.O evento foi organizado pelo ministro Amichai Chikli, respons\u00e1vel pela promo\u00e7\u00e3o dos la\u00e7os entre Israel e a di\u00e1spora judaica e pela luta contra o antissemitismo. 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Conferência sobre antissemitismo leva a Israel figuras da extrema-direita e causa boicotes

O líder do Rali Nacional (RN) de França, Jordan Bardella, discursa durante a Conferência Internacional sobre a Luta contra o Antissemitismo, em Jerusalém, a 27 de março de 2025
O líder do Rali Nacional (RN) de França, Jordan Bardella, discursa durante a Conferência Internacional sobre a Luta contra o Antissemitismo, em Jerusalém, a 27 de março de 2025 Direitos de autor AP Photo/Leo Correa
Direitos de autor AP Photo/Leo Correa
De Sasha Vakulina
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A Conferência Internacional sobre a Luta contra o Anti-Semitismo, que se realizou esta semana em Jerusalém, já era notícia muito antes do seu início oficial.

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A conferência internacional sobre antissemitismo, realizada esta semana em Jerusalém, surpreendeu a cena política em Israel e para além das suas fronteiras, marcando uma mudança na narrativa política da direita europeia.

Organizado pelo Ministério dos Assuntos da Diáspora, o evento teve como objetivo abordar o "antissemitismo contemporâneo" e sensibilizar para os seus principais fatores "colocados pela evolução das realidades" desde o ataque do Hamas a 7 de outubro.

Entre os participantes: Jordan Bardella, líder do partido francês Rassemblement National (RN) e Marion Maréchal, neta do fundador da Frente Nacional e negador do Holocausto, Jean-Marie Le Pen.

Figuras proeminentes das comunidades judaicas de todo o mundo estiveram entre os que boicotaram o evento, incluindo o filósofo francês Bernard-Henri Lévy, o comissário alemão para o antissemitismo Felix Klein, o diretor executivo da Liga Anti-Difamação Jonathan Greenblatt, entre outros.

O rabino-chefe Pinchas Goldschmidt, presidente da Conferência dos Rabinos Europeus (CER), disse à Euronews que também recebeu o convite, mas recusou-o depois de ouvir a reação de "todas as principais organizações judaicas europeias e organizações nacionais na Europa".

Entre as razões que levaram o rabino Goldschmidt a recusar o convite está o facto de o presidente de Israel também não estar presente no evento, organizando uma receção privada na sua residência: "Se o presidente de Israel não participa nesta conferência, eu também não vou participar", afirmou.

O evento foi organizado pelo ministro Amichai Chikli, responsável pela promoção dos laços entre Israel e a diáspora judaica e pela luta contra o antissemitismo. E, no que respeita a este último, a conferência conseguiu trazer aquele que costumava ser um aliado inimaginável: os políticos europeus de extrema-direita. No entanto, Israel não está a "fechar os olhos aos negacionistas do Holocausto", disse Chikli à Euronews.

"Penso que quando olhamos para a verdadeira ameaça e a principal ameaça, esta vem do Islão radical. E, portanto, aqui podemos ter aliados mútuos com os quais não trabalhámos no ado". De acordo com Chikli, este é o caso do partido de extrema-direita francês.

"Conhecemos bem a história do partido. Conhecemos bem a história do pai (da líder do RN, Marine Le Pen). Sabemos que ele era um antissemita. E não o esquecemos", diz Chikli. "Mas vejam bem. Quem está a falar contra o Hamas? Quem fala contra o Islão radical? Quem está a falar contra as decisões do Tribunal Penal Internacional contra o nosso primeiro-ministro e o ministro da Defesa? Bardella, Marine Le Pen, estes são os nossos aliados na Europa. Esta é a nova realidade. Agora, se para alguém é um desafio, não faz mal", acrescenta.

Extrema-direita quer ter papel no combate ao antissemitismo

Num discurso proferido durante a conferência, o primeiro-ministro israelita Benjamin Netanyahu afirmou que o antissemitismo está a crescer nas capitais europeias, na imprensa ocidental, nas redes sociais e nas universidades de elite dos EUA, atribuindo os protestos nas universidades americanas contra a guerra de Israel em Gaza a "uma aliança sistémica entre a esquerda ultraprogressista e o Islão radical".

É uma mensagem que parece estar no centro desta nova aliança. Em declarações ao Jerusalem Post antes da conferência, Bardella descreveu o que considera ser a nova linha da frente da luta contra o antissemitismo no século XXI: "Este ressurgimento deve-se a dois fenómenos contra os quais luto: O fundamentalismo islâmico e o seu melhor aliado atual, a esquerda radical sa", afirmou Bardella.

Marion Maréchal, sobrinha de Marine Le Pen e eurodeputada do Grupo dos Conservadores e Reformistas Europeus, considerou que se trata de "um alinhamento natural". "Há anos que os nossos compatriotas de fé judaica se voltam para o voto, quer no Rassemblement National para os órgãos nacionais, quer em mim própria nas eleições europeias", diz. "Gostaria de agradecer ao ministro Chikli, que nos convidou, por ter finalmente posto fim a esta espécie de tabu, se assim posso dizer, e que agora nos permite trabalhar em harmonia com um certo número de funcionários israelitas", acrescenta.

O rabino Goldschmidt disse à Euronews que este alinhamento resulta daquilo que "os grupos de extrema-direita prometem ao seu eleitorado e que os outros não prometem".

"A principal promessa da extrema-direita, que difere de país para país, é a promessa de segurança pessoal. Para a comunidade judaica, desde 7 de outubro, a questão da segurança pessoal tornou-se uma questão primordial", explica.

A comunidade judaica em França é a maior da Europa, mas continua a ser alvo de grandes preconceitos. No ano ado, foram registados 1.570 atos antissemitas em França, menos 6% do que em 2023, mas três vezes mais do que em 2022.

O rabino Goldschmidt disse à Euronews que, no subúrbio parisiense de Sarcelles, mais de 70% dos membros da comunidade judaica votaram num candidato de extrema-direita. "Isto mostra até que ponto existe um problema que tem de ser resolvido, também em relação à Europa e em relação aos eleitores europeus", sublinha.

A luta interna de Netanyahu

Enquanto o governo de Israel parece ter encontrado novos aliados na Europa e um maior apoio da istração do presidente dos EUA, Donald Trump, o primeiro-ministro Netanyahu está a enfrentar crescentes problemas internos.

Depois de ter posto fim a um cessar-fogo de dois meses que permitiu a libertação de dezenas de reféns israelitas de Gaza em troca de cerca de 1800 prisioneiros palestinianos, Israel está agora a planear uma nova operação terrestre mais significativa em Gaza, que poderá implicar a ocupação de grandes porções da Faixa de Gaza.

Cada vez mais se questiona, inclusive na sociedade israelita, se esta operação ajudará a trazer de volta os reféns ainda detidos pelo Hamas ou se colocará as suas vidas ainda mais em perigo, ao mesmo tempo que causará mais devastação e mais mortes em Gaza.

Na terça e quarta-feira, manifestantes reuniram-se em Jerusalém e Telavive, exigindo um acordo imediato sobre os reféns, em reação à decisão de Netanyahu de retomar os combates em Gaza, que os manifestantes consideram ter motivações políticas.

Na quinta-feira, o parlamento israelita aprovou uma parte fundamental do plano do primeiro-ministro para reformar o sistema judicial, enfurecendo os críticos e os manifestantes que o vêem como uma tomada de poder pelo governo.

A lei confere ao governo um papel mais proeminente na nomeação de juízes.

O governo israelita suspendeu a revisão do sistema judicial após a eclosão da guerra em Gaza e, em janeiro de 2024, o Supremo Tribunal anulou uma outra componente fundamental que teria impedido os juízes de anularem algumas decisões do governo.

O esforço ganhou novo ímpeto este mês, depois de Israel ter posto fim ao cessar-fogo com o Hamas e retomado a ofensiva. Isso ajudou a solidificar a coligação governamental de Netanyahu, que conta com partidos de extrema-direita que querem continuar a guerra.

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