O governo dinamarquês formou uma aliança com as principais associações de crianças do país, para promover boas práticas e uma correta utilização da Internet, tanto pelas grandes empresas como pelas famílias.
O governo dinamarquês e várias organizações de defesa das crianças uniram forças numa nova aliança contra as redes sociais. De acordo com a primeira-ministra, Mette Frederiksen, a parceria foi criada para estar total e completamente do lado das crianças num confronto "contra os gigantes da tecnologia que não fazem bem às nossas crianças".
A primeira-ministra refere-se, entre outros, aos mecanismos de retenção, como o scroll infinito, o autoplay e os streaks, concebidos para manter os utilizadores nas plataformas, aos algoritmos que fornecem às crianças e aos jovens conteúdos perturbadores e extremos, bem como à falta de esforços da indústria tecnológica para introduzir um controlo eficaz da idade e remover conteúdos nocivos.
A aliança, que para além do governo é composta pela Save the Children, Børns Vilkår e pelo Conselho Dinamarquês da Juventude, será liderada pelo Ministério dos Negócios, sendo que o Ministério da Cultura e o Ministério da Digitalização devem também contribuir.
Os mecanismos de controlo propostos por esta iniciativa incluem quatro categorias principais:
- Redução da exposição a conteúdos perturbadores: A aliança procura reduzir a exposição das crianças a conteúdos inadequados ou nocivos. Isto inclui imagens violentas, discursos de ódio e outros materiais nocivos.
- Limitar os mecanismos de retenção: Mecanismos como o scroll infinito e a reprodução automática podem manter os utilizadores, incluindo as crianças, nas plataformas durante períodos prolongados. A aliança procura limitar estes efeitos.
- Monitorizar os algoritmos e os limites: A crítica é dirigida aos algoritmos que sugerem conteúdos extremos ou viciantes para os jovens. Procura também estabelecer limites para proteger as crianças da exposição excessiva.
- Controlo eficaz da idade: A aliança defende uma implementação mais eficaz do controlo parental e da verificação da idade nas plataformas.
Apoio do agregado familiar
É essencial que os pais falem com os seus filhos sobre os riscos online e incentivem uma comunicação aberta.
É iguamente importante que os pais ou tutores expliquem aos seus filhos os perigos do ciberbullying, a importância da privacidade e da segurança na Internet e que exista um ambiente de comunicação aberto para que as crianças se possam exprimir.
Eis algumas recomendações para pais, aplicáveis a todos os países da UE:
Controlo parental
- Limitar o o a conteúdos impróprios: Configure filtros para bloquear websites ou aplicações impróprias para a idade.
- Definir limites de tempo: Controle o tempo que os seus filhos am nos dispositivos e nas redes sociais.
Supervisão ativa
- Monitorização constante: Saiba que aplicações e websites os seus filhos estão a utilizar.
- Alterações de comportamento: Esteja atento a sinais que possam indicar problemas online, como alterações emocionais ou isolamento.
Definições de privacidade
- Definições de conta: Ensine-os a ajustar as definições de privacidade nos seus perfis e contas.
- Não partilhar dados pessoais: Explique a importância de não revelar informações confidenciais na Internet.
Ensinar competências digitais
- Veracidade da informação: Ensiná-las a avaliar a fiabilidade do que encontram online.
- Proteção contra ameaças: Explicar como se proteger contra phishing e malware.
- Comportamento positivo: Incentivar as crianças a serem respeitadoras e amáveis nas suas interacções em rede.
Esta iniciativa do Governo dinamarquês poderá levar grandes empresas como o TikTok e outras redes sociais a tornarem-se mais críticas em relação ao conteúdo que mostram aos menores, bem como ao grau de dependência dos membros mais jovens do agregado familiar.