Líderes dos 28 Estados membros reúnem-se novamente em Bruxelas para tentar encontrar um consenso para os cargos mais altos da política europeia.
Os líderes europeus voltam a encontrar-se hoje em Bruxelas para tentar encontrar, pelo terceiro dia consecutivo, um consenso na definição dos cargos mais altos.
Depois de dois dias de intensas negociações e muitas frustrações nesta cimeira extraordinária do Conselho Europeu, o nome do socialista holandês Frans Timmermans continua a ser o mais falado para a presidência da Comissão Europeia.
A proposta do nome de Timmermans emergiu à margem da reunião do G20, em Osaca, com o 'patrocínio' da chanceler alemã Angela Merkel e do presidente francês Emmanuel Macron, numa escolha que faz parte de um acordo mais abrangente de distribuição de cargos pelas diferentes famílias políticas europeias e na qual estiveram também envolvidos Espanha, Bélgica, Portugal e Holanda.
Em jogo estão ainda a liderança do Conselho Europeu, do Parlamento, do Banco Central e da política externa da União. No entanto, a oposição do grupo de Visegrado e de Itália continua a ser um obstáculo ao acordo.
"Com Timmermans como presidente da Comissão estão a propor novamente o método do 'spitzenkandidat', que tínhamos abandonado por não funcionar. Agora voltam a propor a mesma coisa e ainda por cima apresentam este nome como parte de um acordo mais abrangente que foi decidido noutro lugar. A Itália não pode aceitar uma situação destas", afirmou na segunda-feira Giuseppe Conte, primeiro-ministro italiano.
Com efeito, o nome de Timmermans gera grande resistência em alguns países que se assumem como minoria de bloqueio por duas grandes razões: a insatisfação do Partido Popular Europeu abdicar do cargo mais importante - e que detém há 25 anos -, sendo o grupo mais representado em Estrasburgo; e por Timmermans ter assumido no ado a aplicação de uma série de sanções a países como Hungria e Polónia, dois dos membros do Grupo de Visegrado.
É, verdadeiramente, um 'sprint' final para os líderes europeus, que arriscam ser ultraados pelo Parlamento Europeu. Os eurodeputados iniciam funções na quarta-feira e podem eleger o próprio presidente, contornando assim os planos de um acordo mais amplo dos líderes europeus.