Investidor e três exploradores polares seguiram viagem na segunda-feira à noite, a bordo da cápsula Dragon, transportada pelo foguetão Falcon 9.
Um investidor de criptomoedas e outros três astronautas não profissionais seguiram viagem na segunda-feira à noite a bordo da cápsula Dragon, transportada pelo foguetão Falcon 9 da SpaceX, na primeira missão tripulada aos polos Norte e Sul da Terra.
Chun Wang, um empresário nascido na China, e os restantes exploradores iniciaram um percurso nunca antes realizado.
A primeira etapa do voo, desde o Centro Espacial Kennedy da NASA, na Florida, até ao polo Sul, demorou meia hora e, em cerca de 90 minutos, daria a volta ao mundo.
"Apreciem as vistas dos polos. Enviem-nos algumas fotografias", foi a mensagem ouvida a partir do controlo de lançamento da SpaceX por rádio assim que a cápsula atingiu a órbita.
Ultraar os limites
Wang disse que tem estado a contar os seus voos desde o primeiro em 2002, seguindo viagem em aviões, helicópteros e balões de ar quente na sua tentativa de visitar todos os países.
Até agora, já visitou mais de metade. É o milésimo voo de Wang, que já visitou pessoalmente as regiões polares e quer vê-las do espaço. A viagem tem também como objetivo "ultraar os limites e partilhar conhecimentos", afirmou o empresário antes da missão.
A cineasta norueguesa Jannicke Mikkelsen, que está a bordo com Wang, já voou sobre os polos antes, mas a uma altitude muito menor.
Mikkelsen fez parte da missão recorde de 2019 que circum-navegou o mundo através dos polos num jato Gulfstream para celebrar o 50.º aniversário da aterragem de Neil Armstrong e Buzz Aldrin na Lua.
Uma órbita polar é ideal para satélites climáticos e de mapeamento da Terra, bem como para satélites espiões. Isto porque uma nave espacial pode observar o mundo inteiro todos os dias, circundando a Terra de polo a polo enquanto gira por baixo.
Geir Klover, diretor do Museu Fram em Oslo, Noruega, onde o navio polar original está em exposição, espera que a viagem chame mais a atenção para as alterações climáticas e o degelo das calotas polares.
Voos espaciais estão a tornar-se cada vez mais rotineiros
Wang apresentou a ideia de um voo polar à SpaceX em 2023, dois anos depois de o empresário norte-americano da tecnologia Jared Isaacman ter efetuado o primeiro de dois voos fretados com a empresa de Musk.
Isaacman está atualmente na corrida para o cargo mais importante da NASA.
Wang e a sua tripulação encaram o voo polar como um acampamento na natureza e aceitam o desafio.
"Os voos espaciais estão a tornar-se cada vez mais rotineiros e, honestamente, estou feliz por ver isso", disse Wang via X na semana ada.
Kiko Dontchev, da SpaceX, afirmou no final da semana ada que a empresa está a aperfeiçoar continuamente a sua formação para que "pessoas normais", sem formação aeroespacial tradicional, possam "entrar numa cápsula (...) e ficar tranquilas".