O ministro dos Negócios Estrangeiros do Reino Unido, David Lammy, anunciou na terça-feira a suspensão das negociações de comércio livre com Israel e novas sanções contra os colonatos da Cisjordânia. Governo britânico fala em políticas israelitas "flagrantes" nos dois territórios.
O governo britânico declarou que vai suspender as negociações de comércio livre com Israel e introduziu novas sanções contra os colonatos na Cisjordânia, ao mesmo tempo que intensifica as suas críticas à operação em curso em Gaza.
O ministro dos Negócios Estrangeiros, David Lammy, afirmou que o acordo comercial existente entre o Reino Unido e Israel continua em vigor, mas que o governo não pode continuar as discussões com uma istração que prossegue o que ele disse serem políticas "flagrantes" nos dois territórios.
Lammy afirmou que o ciclo persistente de violência dos colonos israelitas na Cisjordânia exige ação.
"O governo israelita tem a responsabilidade de intervir e de pôr termo a estas ações agressivas", afirmou Lammy.
"A sua persistente incapacidade de agir está a pôr em perigo as comunidades palestinianas e a solução dos dois Estados."
O anúncio foi feito depois de o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, ter dito que o nível de sofrimento das crianças em Gaza era "absolutamente intolerável" e ter repetido o seu apelo a um cessar-fogo.
"Quero que fique registado hoje que estamos horrorizados com a escalada de Israel", disse Starmer ao parlamento britânico, em Londres.
Os seus breves comentários seguiram-se a uma condenação conjunta que emitiu na segunda-feira com o presidente francês, Emmanuel Macron, e o primeiro-ministro canadiano, Mark Carney, que marcou uma das críticas mais significativas de aliados próximos à forma como Israel tem lidado com a guerra em Gaza e as suas ações na Cisjordânia.
Os três líderes ameaçaram tomar "medidas concretas" se o governo do primeiro-ministro israelita Benjamin Netanyahu não cessar a sua nova ofensiva militar e não levantar significativamente as restrições à ajuda humanitária.
Netanyahu classificou a declaração como "um enorme prémio" para os militantes do Hamas.
Starmer reiterou o pedido do trio para um cessar-fogo, afirmando que era a única forma de libertar os reféns que o Hamas ainda detém.
O eurodeputado britânico apelou também ao aumento do envio de ajuda humanitária para Gaza, afirmando que a quantidade básica permitida por Israel é "totalmente inadequada".
"Temos de coordenar a nossa resposta, porque esta guerra já dura há demasiado tempo", afirmou Starmer. "Não podemos permitir que a população de Gaza e fome".
A pressão internacional tem vindo a aumentar sobre Israel, na sequência de um bloqueio de quase três meses aos abastecimentos de Gaza, que provocou alertas de fome entre os grupos de ajuda humanitária.
Até os Estados Unidos, um firme aliado de Israel, manifestaram a sua preocupação com a crescente crise de fome.
Embora Israel tenha autorizado a entrada em Gaza de camiões com alimentos para bebés e outros bens de primeira necessidade, o chefe da missão humanitária da ONU, Tom Fletcher, descreveu o volume de ajuda como "uma gota no oceano do que é urgentemente necessário".
Nas últimas semanas, Macron intensificou os esforços diplomáticos para pressionar Israel, apelando a um cessar-fogo e ao levantamento do bloqueio à ajuda humanitária.
No mês ado, Macron disse que França deveria avançar para o reconhecimento de um Estado palestiniano, possivelmente em junho, quando França e a Arábia Saudita são coanfitriões de uma conferência internacional sobre a implementação de uma solução de dois Estados.
Os comentários foram feitos após uma visita ao Egito, durante a qual se encontrou com palestinianos feridos no hospital de El Arish.
Macron, que afirmou que o reconhecimento da Palestina não é um "tabu" para França, sugeriu na semana ada que a revisão dos acordos de cooperação da UE com Israel também está em cima da mesa.