Autoridades belgas pedem levantamento da imunidade dos deputados europeus para investigar alegações de suborno da Huawei

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As autoridades belgas solicitaram formalmente ao Parlamento Europeu a revogação da imunidade de cinco deputados europeus no âmbito de uma investigação sobre corrupção e tráfico de influências associadas à empresa tecnológica chinesa Huawei.

O pedido diz respeito a cinco eurodeputados, três filiados no Partido Popular Europeu (PPE), um representante dos Socialistas e Democratas (S&D) e um do Renew Europe.

A investigação das alegações teve início há dois meses, na sequência de buscas efetuadas nos gabinetes do Parlamento Europeu e em Portugal.

O Ministério Público belga apresentou queixa contra oito pessoas, alegando suspeitas de branqueamento de capitais, envolvimento numa organização criminosa e corrupção ativa.

As acusações contra os eurodeputados prendem-se com o seu envolvimento em práticas de corrupção em troca de esforços de lobbying a favor da Huawei e do apoio a legislação vantajosa para a empresa.

O pedido de revogação da imunidade foi confirmado por alguns funcionários da UE. Embora a lista completa dos eurodeputados envolvidos no escândalo ainda não tenha sido divulgada, alguns dos parlamentares vieram a público confirmar que foi apresentado um pedido de revogação da sua imunidade.

O eurodeputado italiano Salvatore de Meo (PPE), o eurodeputado maltês Daniel Attard (PSE) e o deputado búlgaro Nikola Minchev (Renew Europe) confirmaram que foram alvo de uma ação das autoridades belgas.

"Isto está relacionado com a investigação sobre o meu antigo assistente. O Ministério Público belga não fez nenhuma acusação específica contra mim, mas quer verificar se houve alguma coisa imprópria", disse Minchev.

Minchev afirma que assistiu a um jogo de futebol cujos bilhetes foram adquiridos por um indivíduo ligado ao seu antigo assistente, que tinha ligações à Huawei. O deputado búlgaro negou ter conhecimento de quem forneceu os bilhetes.

"As autoridades belgas querem verificar se ocorreu algo de inapropriado. É por isso que peço que a minha imunidade seja levantada o mais rapidamente possível, para que o assunto possa ser esclarecido e para que fique claro que não tenho nada a ver com qualquer atividade não autorizada ou ilegal".

A presidente do Parlamento Europeu, Roberta Metsola, deverá anunciar oficialmente a lista completa dos eurodeputados envolvidos no escândalo na abertura da sessão plenária de quarta-feira.