Em entrevista à Rádio Renascença, o almirante confirmou que "vai avançar" com a sua candidatura a Belém. A guerra na Ucrânia, a vitória de Donald Trump e a instabilidade política portuguesa com "governos curtos", foram algumas das razões para a sua decisão.
PUBLICIDADEO almirante Gouveia e Melo confirmou esta quarta-feira a candidatura a Belém. "Vou avançar", disse em entrevista à Rádio Renascença (RR).
A guerra na Ucrânia, a vitória de Donald Trump e a instabilidade política portuguesa com "governos curtos", foram algumas das razões para decidir avançar como candidato à Presidência da República.
"Não temos conseguido ter uma governação estável e, num mundo em mudança, mudando a própria ordem internacional, com uma guerra na Europa e uma instabilidade que põe em causa a própria NATO, que põe em causa o futuro da ordem mundial, todas estas coisas fizeram-me refletir e contribuíram para a minha motivação para avançar", justificou na entrevista à RR.
O nome de Henrique Gouveia e Melo já era falado há muito tempo, contudo o almirante nunca tinha confirmado a sua intenção de se candidatar. "Nós estamos perante uma nova tentativa de edificação de uma ordem mundial que pode ser perigosa, ou nos pode afetar de forma significativa", disse.
Gouveia e Melo afirmou que um presidente da República, por ser eleito por maioria, "pode contribuir de forma muito decisiva para a estruturação da política de médio e longo prazo".
Mesmo quando ainda não tinha confirmado a sua candidatura, Gouveia e Melo já era o favorito nas sondagens realizadas para as presidenciais de 2026.
O ex-coordenador da Task Force para a Vacinação contra a Covid-19 entra assim oficialmente na corrida ao Palácio de Belém, juntando-se a André Ventura, deputado e líder do partido CHEGA; a André Pestana, líder do STOP - Sindicato para Todos os Profissionais da Educação; ao empresário e investidor português Tim Vieira e ao antigo líder do PSD, Luís Marques Mendes.
O anúncio formal da sua candidatura só será feito no dia 29 de maio.
Quem é Henrique Gouveia e Melo?
Henrique Gouveia e Melo, mais conhecido por almirante Gouveia e Melo, nasceu em Quelimane, Moçambique, na altura colónia portuguesa, a 21 de Novembro de 1960.
Aos 19 anos ingressou na Escola Naval como cadete e cedo integrou a Esquadrilha de Submarinos onde fez carreira durante 22 anos.
Entre outros cargos, exerceu as funções de chefe do Serviço de Informação e Relações Públicas do Gabinete do Almirante Chefe do Estado-Maior da Armada; foi diretor do Instituto de Socorros a Náufragos e comandante naval.
Em janeiro de 2020 tomou posse como Adjunto para o Planeamento e Coordenação do Estado-Maior General das Forças Armadas, cargo que exerceu até tomar posse como Chefe do Estado-Maior da Armada.
Durante este cargo teve um papel de maior destaque quando, em fevereiro de 2021, foi nomeado coordenador da Task Force para a Vacinação contra a Covid-19.
No final do ano de 2021 tomou posse como Chefe do Estado-Maior da Armada e Autoridade Marítima Nacional e foi promovido a almirante.