As manifestações em Bratislava e em cinco outras cidades fazem parte de uma onda de protestos que foi alimentada pela viagem do primeiro-ministro, Robert Fico, a Moscovo, em dezembro, para conversações com Vladimir Putin.
Manifestantes reuniram-se em cidades de toda a Eslováquia para condenar a legislação aprovada pelo parlamento que, segundo eles, poderá limitar a liberdade de expressão e dificultar o trabalho das organizações não governamentais.
Na Praça da Liberdade, na capital Bratislava, os manifestantes compararam a medida com a lei russa relativa aos "agentes estrangeiros", que tem sido criticada como repressiva, antes de marcharem até ao palácio presidencial para instar o presidente Peter Pellegrini a vetar o projeto de lei.
"Não à lei russa", gritaram, e "A Eslováquia é a Europa".
O parlamento fo país aprovou a medida a 17 de abril que é apoiada pelo primeiro-ministro, Robert Fico, que tem atacado frequentemente as ONG.
Pellegrini, um aliado de Fico, não comentou o projeto de lei, embora tenha recentemente questionado algumas das políticas de Fico.
O presidente do país tem até 2 de maio para analisar a legislação.
A medida exigirá, entre outras coisas, que as ONG publiquem relatórios com pormenores sobre os seus dirigentes e quaisquer doadores que tenham contribuído com mais de 5.000 euros por ano.
O governo afirma que a medida tornará mais transparente o financiamento e o funcionamento dos grupos civis.
Segundo uma análise efectuada pela Via Iuris, uma organização sem fins lucrativos, a lei viola a Constituição, incluindo o direito à privacidade, a liberdade de expressão e o direito de livre associação, bem como as regras da União Europeia.
O seu objetivo é "estigmatizar e limitar as atividades dos grupos cívicos", afirma o grupo.
As manifestações em Bratislava e em cinco outras cidades fazem parte de uma onda de protestos que foi alimentada pela viagem de Fico a Moscovo, em dezembro, para conversações com o residente russo, Vladimir Putin.
Fico planeia deslocar-se novamente a Moscovo para uma parada militar a 9 de maio, para assinalar o 80º aniversário da derrota da Alemanha nazi na Segunda Guerra Mundial.
Nenhum outro dirigente da União Europeia anunciou um plano semelhante.
Segundo os organizadores, estão previstos protestos em 20 outros locais na Eslováquia e no estrangeiro na sexta-feira.
Fico, que é uma figura polémica no país e no estrangeiro, regressou ao poder em 2003, depois de o seu partido de esquerda Smer (Direção) ter vencido as eleições parlamentares com uma plataforma pró-Rússia e anti-EUA.
O seu governo decidiu reformular a radiodifusão pública, dando ao governo o controlo da televisão e da rádio públicas.
Esta medida, juntamente com uma alteração ao código penal para eliminar um procurador especial anti-suborno, é, segundo os críticos, uma prova de que Fico está a conduzir a Eslováquia por um caminho mais autocrático.