Presidente russo, Vladimir Putin, saudou as tropas russas que combatem na Ucrânia como "heróis" no evento de 9 de maio do ano ado.
"Ninguém me pode dar ordens para ir ou não ir", retorquiu o primeiro-ministro eslovaco Robert Fico, depois de a chefe da política externa da União Europeia ter avisado os líderes do continente para não se deslocarem a Moscovo para a parada anual da vitória da Segunda Guerra Mundial.
Conhecido pelas suas posições favoráveis ao Kremlin, Fico tem afirmado repetidamente que irá assistir às celebrações militares na capital russa, a 9 de maio, para assinalar o 80º aniversário da derrota da Alemanha nazi.
"Qualquer participação nos desfiles ou celebrações de 9 de maio em Moscovo não será encarada com ligeireza pelo lado europeu, tendo em conta que a Rússia está realmente a travar uma guerra em grande escala na Europa", disse Kaja Kallas aos jornalistas no Luxemburgo, na segunda-feira.
"Deixámos bem claro que não queremos que nenhum país candidato participe nestes eventos de 9 de maio em Moscovo", afirmou Kallas, apelando aos Estados-membros para que enviem os seus representantes à capital, Kiev.
Fico considerou as observações de Kallas "desrespeitosas".
"Gostaria de a informar que sou o primeiro-ministro legítimo da Eslováquia, um país soberano", afirmou Fico em comunicado. "Ninguém me pode dar ordens para ir ou não ir".
"Irei a Moscovo a 9 de maio", acrescentou.
Fico disse que se deslocará a Moscovo para homenagear os soldados do Exército Vermelho que libertaram o seu país e outras vítimas dos nazis.
O Kremlin tem aproveitado as celebrações anuais do Dia da Vitória para promover as suas proezas no campo de batalha e o presidente russo, Vladimir Putin, saudou as tropas russas que combatem na Ucrânia como "heróis" no evento do ano ado.
O primeiro-ministro eslovaco regressou ao poder no ano ado, depois de o seu partido de esquerda Smer ter vencido as eleições com uma plataforma pró-Moscovo.
Desde então, Fico pôs fim ao apoio militar do seu país à Ucrânia, atacou as sanções da UE contra a Rússia, discutiu com Kiev sobre o trânsito de gás russo através do país e prometeu impedir a Ucrânia de aderir à NATO.
Ao contrário de muitos políticos ocidentais, Fico não visitou Kiev desde o início da invasão russa em grande escala, há mais de três anos.
O seu governo tem enfrentado constantes protestos contra as suas políticas, mais recentemente em relação a um projeto de lei que visa as ONG, o que suscitou preocupações de uma repressão ao estilo russo.