O presidente demissionário da Madeira, Miguel Albuquerque, foi o primeiro candidato a ser eleito para o parlamento madeirense. PSD consegue maioria absoluta com o CDS-PP.
O PSD conquistou novamente a vitória nas eleições regionais da Madeira, mantendo a sua tradição histórica, uma vez que é o único partido a ter vencido todas as eleições regionais desde o início da democracia portuguesa na região autónoma.
Segundo os resultados finais, o PSD alcançou 43,43%, elegendo 23 deputados - ficando a um mandato da maioria absoluta na Assembleia Legislativa da Madeira, com 47 assentos. Em relação às eleições de 2024, o partido de Miguel Albuquerque reforçou a posição, alcançado mais 7% dos votos e quatro deputados.
Já o Juntos Pelo Povo (JPP) surpreendeu e chegou aos 21,05%, ficando mesmo à frente do PS, conseguindo eleger onze deputados.
O PS foi o grande derrotado, com 15,64% e oito deputados, menos três do que nas últimas eleições. O Chega também caiu em relação a 2024 e não ou dos 5,47%, elegendo três deputados para o parlamento regional. O CDS-Madeira perdeu um dos dois deputados que tinha, conseguindo apenas 3% dos votos, mas poderá contribuir para a estabilidade governativa da Madeira ao coligar-se com o PSD.
A Iniciativa Liberal conseguiu também um deputado e o PAN perdeu a sua representação na assembleia madeirense. Ficaram novamente de fora a CDU e o Bloco de Esquerda.
A taxa de abstenção nas regionais foi de 44,02%, inferior à de 46,60% registada nas eleições anteriores, segundo os resultados provisórios divulgados pela Secretaria-Geral do Ministério da istração Interna (SG-MAI).
No total, 14 partidos e coligações apresentaram-se a votos pelos 47 lugares na Assembleia Legislativa desta região autónoma, de onde vai sair o Governo regional.
A região é um bastião do Partido Social Democrata (PSD), de centro direita. O partido lidera o Governo regional, de forma ininterrupta, desde que há eleições no arquipélago, em 1976, dois anos depois de Portugal ter posto fim à ditadura na Revolução dos Cravos.
Estas eleições foram convocadas na sequência da aprovação de uma moção de censura no parlamento regional, apresentada pelo Chega. O partido referiu as investigações judiciais que envolvem membros do Governo regional, incluindo o líder do Governo, Miguel Albuquerque, que foi constituído arguido. O mesmo caso precipitou a demissão de Albuquerque no ano ado.
Apesar da investigação judicial, Miguel Albuquerque, volta a liderar a candidatura do PSD. No atual mandato, Albuquerque liderou um Governo minoritário, com 19 deputados, resultados saídos das últimas eleições (também antecipadas) de maio de 2024.
A ambição de Albuquerque era conseguir um resultado maioritário. Quando se deslocou à assembleia de voto, à hora de almoço, no Funchal, disse que “as pessoas estão cansadas” e que “querem resolver a situação de instabilidade”.
Outros candidatos, que também votaram no domingo, optaram por fazer um apelo contra a abstenção.
O cabeça de lista do Partido Socialista (PS), o principal partido da oposição, votou na freguesia do Caniço. Paulo Cafôfo falou de um “dia bonito de sol” para incentivar os madeirenses para irem às urnas e sublinhando que a abstenção “é sempre uma preocupação de qualquer político”.
O mesmo apelo foi feito pelo representante da República na Madeira. Irineu Barreto disse que votar que está em causa o futuro da região e que está preparado para qualquer resultado eleitoral.
Entre 1978 e 1995, o PSD Madeira foi chefiado pelo histórico Alberto João Jardim, que também ocupou o cargo de chefe do Governo Regional entre 1978 e 2015. Seguiu-se Miguel Albuquerque, que antes tinha sido presidente da Câmara Municipal do Funchal.