O protesto fez parte de uma ação conjunta, em várias cidades europeias, para pressionar a União Europeia a tomar uma posição mais forte em relação ao conflito.
Um grupo de cerca de meia centena de israelitas residentes em Portugal e outros ativistas concentraram-se em frente ao Parlamento português, em Lisboa, na terça-feira, para protestar contra o conflito em Gaza.
Os manifestantes, que se opõem à guerra e ao Governo de Netanyahu, trouxeram cartazes com fotografias de crianças palestinianas mortas durante os ataques mais recentes.
O protesto, com o lema “No Business as usual”, também contou com a presença de palestinianos e portugueses.
Foi um dos muitos protestos que decorreram na terça-feira em 12 cidades europeias para pedir que a União Europeia faça mais para que o conflito termine.
A ação conjunta de israelitas que moram na Europa exige que os países europeus pressionem o Governo israelita através de um embargo da venda de armamento e da suspensão do acordo de associação com o país.
A viver em Portugal há 14 anos, Liad Hollender disse sentir que a sua identidade israelita foi manchada pelo conflito em curso.
"É realmente uma posição horrível estar em que se sabe o que o nosso país está a fazer em nosso nome. E é exatamente por isso que estamos aqui: para dizer não, não é, não é feito em nosso nome. Somos totalmente contra", diz Hollender.
Jerome Hillel Bark, um israelita de 55 anos que vive em Portugal há dois, também participou no protesto.
"Não é preciso ser israelita ou judeu para perceber que as coisas estão terríveis", diz Bark.
"Estou de certa forma ligado ao grupo que está a cometer este crime. Sinto uma forte obrigação, uma obrigação moral, mais do que as outras pessoas teriam, de tomar uma posição e tentar agir contra isto, de não me calar, não me conformar, opor-me de todas as formas possíveis", acrescenta.
A guerra continua
Enquanto decorriam os protestos, na terça-feira, ataques israelitas matavam dezenas de pessoas em Gaza. O exército israelita disse que tinha como alvo combatentes do Hamas.
Israel prometeu combater até que o Hamas seja destruído e os restantes 58 reféns sejam devolvidos. A maior parte destes reféns já terá morrido.
Este conflito começou em outubro de 2023, quando o Hamas atacou Israel. Morreram cerca de 1.200 pessoas, a maioria civis, e 251 foram raptadas.
A ofensiva de retaliação de Israel já matou cerca de 54 mil palestinianos, segundo o Ministério da Saúde de Gaza, que não distingue entre civis e combatentes.