Miguel Albuquerque, líder do PSD e anterior líder do Governo Regional, diz que está aberto ao diálogo com todos os partidos, mas não terá vida facilitada.
O PSD venceu as eleições legislativas regionais antecipadas da Madeira, falhando por cinco deputados a maioria absoluta.
Numa altura em que estão apuradas todas as freguesias, os dados oficiais provisórios indicam que o PSD de Miguel Albuquerque teve 36,13% dos votos e conseguiu 19 lugares no parlamento regional, que tem 47 deputados - a maioria absoluta exige 24 assentos.
O PS ficou em segundo lugar, elegendo 11 deputados ao conseguir 21,32% dos votos. Em terceiro, o Juntos Pelo Povo (JPP), com 16,89% dos votos e nove deputados eleitos e, em quarto, o Chega, que elegeu quatro deputados e teve 9,23%.
O CDS-PP conseguiu 3.96% dos votos e elegeu dois deputados, a IL (com 2,56%) e o PAN (com 1,86%) elegem um deputado cada um. Bloco de Esquerda e CDU não conseguiram nenhum deputado e foram os grandes derrotados das eleições.
No ano ado, nas anteriores regionais, o PSD e o CDS-PP, que concorreram coligados, elegeram 23 deputados, tendo depois assinado um acordo de incidência parlamentar com a única deputada do PAN para chegar à maioria.
PSD com dificuldades para chegar à maioria
As eleições antecipadas na Madeira realizaram-se oito meses após as legislativas anteriores, depois de o Presidente da República ter dissolvido o parlamento madeirense, na sequência da crise política desencadeada em janeiro, quando o líder do Governo Regional, Miguel Albuquerque, foi constituído arguido num processo em que são investigadas suspeitas de corrupção.
Albuquerque congratulou-se com a vitória "clara e inequívoca" mas precisará de apoios para chegar à maioria. André Ventura, líder do Chega, itiu um acordo de governação, desde que os sociais-democratas mudem de líder, defendendo que Miguel Albuquerque não tem condições para ficar à frente do Governo Regional da Madeira. Rui Rocha, da Iniciativa Liberal, já veio dizer que "entendimentos com o PS ou com Miguel Albuquerque estão neste momento fora de questão".
O socialista Paulo Cafôfo sublinhou o "pior resultado de sempre do PSD" e garantiu que irá tentar recolher apoios à esquerda para uma coligação. "Pela primeira vez, temos a possibilidade de construir através de um acordo partidário um novo governo sem o PSD", destacou. O secretário-geral do JPP, Élvio Sousa, disse na noite de domingo que, para o partido, "Miguel Albuquerque e o PSD estão fora da equação".
O líder dos sociais-democratas disse estar disponível para dialogar com todos os partidos e realçou que a esquerda foi "copiosamente derrotada".