Chega é a terceira força política, com larga margem para a Iniciativa Liberal, que aparece em quarto lugar. Bloco, na quinta posição, é o partido de esquerda mais votado. Montenegro é o favorito para primeiro-ministro, tendo uma vantagem de quase 15% sobre Pedro Nuno Santos.
Luís Montenegro parece, por agora, ter ado incólume à tempestade política provocada pelos negócios da Spinumviva, a empresa familiar que criou e se viu forçado a transferir para a esfera dos filhos depois de terem surgido suspeitas de ilegalidades e conflitos de interesses.
Segundo a sondagem da Consulmark2 para a Euronews e Nascer do SOL, que mede as intenções de voto dos portugueses já após a eclosão da crise política, a Aliança Democrática (AD), coligação formada por PSD e CDS-PP, surge em primeiro lugar, com 32,1%, sendo seguida de muito perto pelo PS, que reúne 28% da preferência dos portugueses. Ou seja, a vantagem da coligação de centro-direita no poder face aos socialistas encontra-se ainda dentro da margem de erro de 4% desta sondagem.
O Chega é a terceira força política, recolhendo 16,5% das intenções de voto, com uma larga margem relativamente à Iniciativa Liberal, que aparece na quarta posição (7,7%).
O Bloco de Esquerda está em quinto lugar com 3,4%, ligeiramente à frente da CDU, que ainda está acima dos 3%. O Livre aparece em sétimo com 2,4%, sendo o PAN o partido com a intenção de voto mais baixa (0,6%).
O resultado da sondagem está em linha com as expectativas dos portugueses no que diz respeito ao desfecho eleitoral do próximo dia 18 de maio.
A AD é vista como a provável vencedora do sufrágio com maioria relativa (37.7%). Segue-se um triunfo do PS, igualmente com maioria relativa (23.6%), sendo que, para os portugueses, é altamente improvável a vitória de qualquer um dos dos maiores partidos com maioria absoluta.
Montenegro é o preferido para primeiro-ministro
Luís Montenegro é o candidato mais bem colocado para o cargo de primeiro-ministro, de acordo com a sondagem da Consulmark 2, granjeando a preferência de 41,9% dos inquiridos.
Apesar do desgaste a que foi submetido na sequência das notícias sobre a Spinumviva, o chefe do governo em gestão consegue ter um largo avanço face ao rival socialista, que é o segundo nome mais mencionado (27,4%).
André Ventura, presidente do Chega, está em terceiro lugar com 11,6%.
Possíveis coligações
Os portugueses entendem que a AD não deve procurar o Chega (68,4%) como parceiro de coligação, mesmo que precise de garantir uma maioria no parlamento. O cenário de convergência de posições entre Montenegro e Ventura é defendido por 25,9% dos inquiridos.
Os portugueses não são a favor da reedição da geringonça caso os resultados permitam a formação de uma maioria de esquerda na Assembleia da República.
47,5% dizem não à coligação do PS com os partidos de esquerda, enquanto 43,9% aprovam uma solução à imagem da que foi alcançada por António Costa após as legislativas de 2015, juntando-se agora o Livre.
Maioria já decidiu sentido de voto
Faltam ainda mais de dois meses para as eleições legislativas antecipadas, mas a maioria dos portugueses já tem o voto definido.
53,2% afirmam que já sabem em que partido(s) vão votar no próximo dia 18 de maio, havendo, nesta altura, ainda assim, 46,8% de indecisos.
Afluência elevada
A vida política do país tem sido marcada por bastante instabilidade com Portugal a viver as terceiras eleições legislativas em três anos. O momento é de clarificação e os portugueses mostram vontade de regressar às urnas.
Uma maioria clara de 84,5% diz que tenciona votar no dia 18 de maio contra apenas 4,4% a assumirem que se vão abster.
Saúde e Habitação são os temas prioritários
A situação vivida no setor da saúde, e em particular no sistema público (SNS), é o problema que mais preocupa os portugueses (36,7%) à partida para o próximo ato eleitoral. Logo a seguir vem a habitação (28,3%), com os portugueses apreensivos face às rendas e juros elevados.
Por outro lado, e apesar de episódios recentes de violência, a insegurança está no fim da lista dos dez principais problemas de Portugal. A imigração também não é vista como um tema premente (9,8%).
Ficha técnica
Estudo de opinião realizado pela Consulmark 2, Estudos de Mercado e Trabalho de Campo, Lda para o jornal Nascer do SOL/Euronews.
Universo: Indivíduos maiores de 18 anos residentes em Portugal. Amostragem por quotas pelas variáveis sexo, idade e região, com base nos Censos 2021. A amostra teve 594 entrevistas efetivas: 287 homens e 307 mulheres; 123 entre os 18 e os 34 anos, 325 entre os 35 e os 64 anos e 146 para os 65 e mais anos; Norte 192, Centro 91, Oeste e Vale do Tejo 51, Grande Lisboa 116, Península de Setúbal 44, Alentejo 25, Algarve 35, R. A. Açores 20 e R. A. Madeira 20.
Técnica: Entrevistas telefónicas (CATI).
Datas de realização do Trabalho de Campo: Decorreu entre 6 e 12 de março de 2025.
Taxa de resposta: 58,9%.
Erro máximo de amostragem, para um intervalo de confiança de 95%: + 4,0%.
Responsabilidade do estudo: Consulmark2, Estudos de Mercado e Trabalho de Campo, Lda, sob a direção técnica de José Constantino Costa.