{ "@context": "https://schema.org/", "@graph": [ { "@type": "NewsArticle", "mainEntityOfPage": { "@type": "Webpage", "url": "/my-europe/2023/12/18/bruxelas-abre-processo-formal-contra-x-ao-abrigo-da-lei-dos-servicos-digitais" }, "headline": "Bruxelas abre processo formal contra X ao abrigo da Lei dos Servi\u00e7os Digitais", "description": "A Comiss\u00e3o Europeia abriu, segunda-feira, um procedimento formal para avaliar se a rede social X pode ter violado a Lei dos Servi\u00e7os Digitais (DSA, na sigla em Ingl\u00eas) em \u00e1reas ligadas \u00e0 gest\u00e3o de riscos, modera\u00e7\u00e3o de conte\u00fados, transpar\u00eancia publicit\u00e1ria, entre outros.", "articleBody": "(Este artigo foi atualizado \u00e0s 15h30 com mais informa\u00e7\u00f5es sobre a investiga\u00e7\u00e3o) \u201cAs provas que temos, atualmente, s\u00e3o suficientes para abrir, formalmente, um processo contra a X\u201d, disse Margrethe Vestager, vice-Presidente Executiva da Comiss\u00e3o Europeia. \u0022A Comiss\u00e3o Europeia investigar\u00e1, cuidadosamente, a conformidade da X com o DSA, para garantir que os cidad\u00e3os europeus sejam protegidos online - conforme determina o regulamento\u0022, acrescentou. Esta processo jur\u00eddico baseia-se numa \u0022investiga\u00e7\u00e3o preliminar conduzida at\u00e9 agora, nomeadamente com base numa an\u00e1lise do relat\u00f3rio de avalia\u00e7\u00e3o de riscos apresentado pela X, em setembro, no relat\u00f3rio de transpar\u00eancia da X, publicado a 3 de novembro, e nas respostas da X a um pedido formal de informa\u00e7\u00f5es, que, entre outros, diziam respeito \u00e0 difus\u00e3o de conte\u00fados ilegais no contexto dos ataques terroristas do Hamas contra Israel\u0022, especifica o comunicado da Comiss\u00e3o da Europeia para justificar a a\u00e7\u00e3o contra aquela plataforma digital. A rede X ainda n\u00e3o respondeu a um pedido de coment\u00e1rio da Euronews. \u00c9 a primeira vez que o bloco europeu lan\u00e7a tais procedimentos no \u00e2mbito da lei, que entrou em vigor a 16 de novembro de 2022 e que ser\u00e1 diretamente aplic\u00e1vel em toda a Uni\u00e3o Europeia, at\u00e9 17 de fevereiro de 2024. A Lei de Servi\u00e7os Digitais visa criar um espa\u00e7o digital mais seguro para utilizadores e as empresas, protegendo os direitos fundamentais quando usam servi\u00e7os na Internet e travando a desinforma\u00e7\u00e3o e viol\u00eancia.\u00a0 As plataformas poder\u00e3o ter de remover, rapidamente, conte\u00fado considerado ilegal e prejudicial, sendo que o segundo conceito se refere a situa\u00e7\u00f5es de informa\u00e7\u00f5es falsas em temas pol\u00edticos, de sa\u00fade, etc. A Comiss\u00e3o Europeia designou o primeiro conjunto de plataformas de muito grande dimens\u00e3o, a 25 de abril de 2023, pelo que desde agosto que estas, bem como \u00a0os motores de pesquisa de muito grande dimens\u00e3o, ter\u00e3o de cumprir as suas obriga\u00e7\u00f5es no \u00e2mbito da lei. Que conte\u00fados preocupam? Um estudo de outubro realizado pelo sistema de classifica\u00e7\u00e3o de informa\u00e7\u00f5es News Guard afirmou que os chamados utilizadores \u201cverificados\u201d da X postaram a maioria das informa\u00e7\u00f5es virais sobre a guerra Israel-Hamas. As alega\u00e7\u00f5es de que posts antissemitas e islamof\u00f3bicas apareciam lado a lado com o conte\u00fado promovido pelas marcas, bem como o controverso endosso de um post antissemita pelo pr\u00f3peio Elon Musk, levaram a um \u00eaxodo de empresas ligadas aos servi\u00e7os de publicidade, incluindo a Apple , Disney e IBM.\u00a0 A pr\u00f3pria Comiss\u00e3o Europeia suspendeu a publicidade na plataforma. Desde ent\u00e3o, Musk visitou os locais de ataque do Hamas em Israel e comprometeu-se a dar todas as receitas de publicidade e s associadas \u00e0 guerra a hospitais israelitas e de Gaza. Dias ap\u00f3s o in\u00edcio da guerra, o comiss\u00e1rio Breton deu a Musk um ultimato de 24 horas para limpar a plataforma. A CEO da empresa, Linda Yaccarino, respondeu dentro do prazo, alegando que \u201cn\u00e3o havia lugar na X para organiza\u00e7\u00f5es terroristas ou grupos extremistas violentos\u201d e que a plataforma removeu tais contas \u201cem tempo real\u201d. Um alto funcion\u00e1rio da Comiss\u00e3o Europeia disse, na segunda-feira que, embora reconhe\u00e7am as medidas introduzidas para combater o conte\u00fado ilegal e enganoso, suspeitam que \u201cesses mecanismos n\u00e3o s\u00e3o coletivamente eficazes\u201d. Os \u00faltimos relat\u00f3rios de transpar\u00eancia da X mostram que emprega apenas um moderador de conte\u00fados fluente em b\u00falgaro, croata, holand\u00eas, portugu\u00eas, let\u00e3o e polaco na sua equipa global de 2.294 pessoas. A empresa n\u00e3o possui moderadores de conte\u00fado humano para cobrir 17 l\u00ednguas oficiais da UE, incluindo grego, h\u00fangaro, romeno e sueco. A Comiss\u00e3o Europeia tamb\u00e9m est\u00e1 preocupada com o facto de medidas de mitiga\u00e7\u00e3o de riscos, como as \u0022notas da comunidade\u0022, que aparecem em mensagens potencialmente enganosas para fornecer informa\u00e7\u00f5es adicionais ou pontos de vista contrastantes, n\u00e3o serem implementadas com rapidez suficiente no contexto de elei\u00e7\u00f5es ou outros eventos com impacto na seguran\u00e7a p\u00fablica. O uso do \u201ccheque azul\u201d pago para verificar a autenticidade das contas dos utilizadores tamb\u00e9m pode ser \u201cenganoso e enganoso\u201d, disse o funcion\u00e1rio. A investiga\u00e7\u00e3o abordar\u00e1 outros \u201adr\u00f5es obscuros\u201d destinados a enganar os utilizadores para que tomem decis\u00f5es n\u00e3o intencionais, involunt\u00e1rias e potencialmente prejudiciais. A investiga\u00e7\u00e3o tamb\u00e9m determinar\u00e1 se a X violou as suas obriga\u00e7\u00f5es ao limitar muito o o dos investigadores aos seus dados. Os dados da plataforma sobre atividades e gastos com publicidade foram tornados p\u00fablicos sob a lideran\u00e7a do propriet\u00e1rio anterior, Jack Dorsey, mas foram restringidos desde a aquisi\u00e7\u00e3o de Musk, em abril de 2022. Que tipo de multas? Se o executivo da UE encontrar provas suficientes para fundamentar as suas preocupa\u00e7\u00f5es e n\u00e3o conseguir garantir compromissos vinculativos da plataforma, poder\u00e1 aplicar \u00e0 empresa uma multa de at\u00e9 6% do seu volume de neg\u00f3cios global que, em 2022, teria ascendido a cerca de 264 milh\u00f5es de d\u00f3lares (242 milh\u00f5es de euros). A rede social X tem 112 milh\u00f5es de utilizadores ativos mensais em toda a UE e o seu presidente, Elon Musk,\u00a0 ter\u00e1 considerado planos para sair do mercado europeu em rea\u00e7\u00e3o \u00e0s disposi\u00e7\u00f5es introduzidas pela legisla\u00e7\u00e3o pioneira. Plataformas como a de com\u00e9rcio eletr\u00f3nico AliExpress e a rede social TikTok, de propriedade chinesa, bem como as norte-americanas Instagram e Meta (qu \u00e9 a empresa-m\u00e3e do WhatsApp), receberam, nas \u00faltimas semanas, pedidos de informa\u00e7\u00f5es sob o DSA, mas nenhuma a\u00e7\u00e3o legal foi tomada at\u00e9 agora. A abertura do processo deixa claro que \u201co tempo em que as grandes plataformas online se comportavam como se fossem \u2018grandes demais para se importar\u2019 chegou ao fim\u201d, disse Thierry Breton, o comiss\u00e1rio europeu para o Mercado Interno. A Comiss\u00e3o Europeia tem o direito de realizar entrevistas e inspe\u00e7\u00f5es no local e solicitar o \u00e0s bases de dados algor\u00edtmicas da X como parte da sua investiga\u00e7\u00e3o aprofundada, que n\u00e3o tem prazo. Bruxelas \u00a0instou a empresa a \u201ccooperar\u201d na investiga\u00e7\u00e3o, segundo um porta-voz. ", "dateCreated": "2023-12-18T12:07:12+01:00", "dateModified": "2023-12-18T15:31:29+01:00", "datePublished": "2023-12-18T12:37:17+01:00", "image": { "@type": "ImageObject", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Farticles%2Fstories%2F08%2F11%2F73%2F44%2F1440x810_cmsv2_89ad1899-1eff-5f2c-bdcd-cd3b6a7cff8e-8117344.jpg", "width": "1440px", "height": "810px", "caption": "Rede social X poder\u00e1 ter violado legisla\u00e7\u00e3o da Uni\u00e3o Europeia", "thumbnail": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Farticles%2Fstories%2F08%2F11%2F73%2F44%2F432x243_cmsv2_89ad1899-1eff-5f2c-bdcd-cd3b6a7cff8e-8117344.jpg", "publisher": { "@type": "Organization", "name": "euronews", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Fwebsite%2Fimages%2Feuronews-logo-main-blue-403x60.png" } }, "author": { "@type": "Person", "name": "Mared Gwyn Jones", "sameAs": "https://twitter.com/MaredGwyn" }, "publisher": { "@type": "Organization", "name": "Euronews", "legalName": "Euronews", "url": "/", "logo": { "@type": "ImageObject", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Fwebsite%2Fimages%2Feuronews-logo-main-blue-403x60.png", "width": "403px", "height": "60px" }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/pt.euronews", "https://twitter.com/euronewspt", "https://flipboard.com/@euronewspt", "https://www.linkedin.com/company/euronews" ] }, "articleSection": [ "Not\u00edcias da Europa" ], "isAccessibleForFree": "False", "hasPart": { "@type": "WebPageElement", "isAccessibleForFree": "False", "cssSelector": ".poool-content" } }, { "@type": "WebSite", "name": "Euronews.com", "url": "/", "potentialAction": { "@type": "SearchAction", "target": "/search?query={search_term_string}", "query-input": "required name=search_term_string" }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/pt.euronews", "https://twitter.com/euronewspt", "https://flipboard.com/@euronewspt", "https://www.linkedin.com/company/euronews" ] } ] }
PUBLICIDADE

Bruxelas abre processo formal contra X ao abrigo da Lei dos Serviços Digitais

Rede social X poderá ter violado legislação da União Europeia
Rede social X poderá ter violado legislação da União Europeia Direitos de autor Noah Berger/AP
Direitos de autor Noah Berger/AP
De Mared Gwyn JonesIsabel Marques da Silva (Trad.)
Publicado a Últimas notícias
Partilhe esta notíciaComentários
Partilhe esta notíciaClose Button
Copiar/colar o link embed do vídeo:Copy to clipboardCopied

A Comissão Europeia abriu, segunda-feira, um procedimento formal para avaliar se a rede social X pode ter violado a Lei dos Serviços Digitais (DSA, na sigla em Inglês) em áreas ligadas à gestão de riscos, moderação de conteúdos, transparência publicitária, entre outros.

PUBLICIDADE

(Este artigo foi atualizado às 15h30 com mais informações sobre a investigação)

“As provas que temos, atualmente, são suficientes para abrir, formalmente, um processo contra a X”, disse Margrethe Vestager, vice-Presidente Executiva da Comissão Europeia. "A Comissão Europeia investigará, cuidadosamente, a conformidade da X com o DSA, para garantir que os cidadãos europeus sejam protegidos online - conforme determina o regulamento", acrescentou.

Esta processo jurídico baseia-se numa "investigação preliminar conduzida até agora, nomeadamente com base numa análise do relatório de avaliação de riscos apresentado pela X, em setembro, no relatório de transparência da X, publicado a 3 de novembro, e nas respostas da X a um pedido formal de informações, que, entre outros, diziam respeito à difusão de conteúdos ilegais no contexto dos ataques terroristas do Hamas contra Israel", especifica o comunicado da Comissão da Europeia para justificar a ação contra aquela plataforma digital.

A rede X ainda não respondeu a um pedido de comentário da Euronews.

É a primeira vez que o bloco europeu lança tais procedimentos no âmbito da lei, que entrou em vigor a 16 de novembro de 2022 e que será diretamente aplicável em toda a União Europeia, até 17 de fevereiro de 2024.

A Lei de Serviços Digitais visa criar um espaço digital mais seguro para utilizadores e as empresas, protegendo os direitos fundamentais quando usam serviços na Internet e travando a desinformação e violência. 

As plataformas poderão ter de remover, rapidamente, conteúdo considerado ilegal e prejudicial, sendo que o segundo conceito se refere a situações de informações falsas em temas políticos, de saúde, etc.

A Comissão Europeia designou o primeiro conjunto de plataformas de muito grande dimensão, a 25 de abril de 2023, pelo que desde agosto que estas, bem como os motores de pesquisa de muito grande dimensão, terão de cumprir as suas obrigações no âmbito da lei.

Que conteúdos preocupam?

Um estudo de outubro realizado pelo sistema de classificação de informações News Guard afirmou que os chamados utilizadores “verificados” da X postaram a maioria das informações virais sobre a guerra Israel-Hamas.

As alegações de que posts antissemitas e islamofóbicas apareciam lado a lado com o conteúdo promovido pelas marcas, bem como o controverso endosso de um post antissemita pelo própeio Elon Musk, levaram a um êxodo de empresas ligadas aos serviços de publicidade, incluindo a Apple , Disney e IBM. A própria Comissão Europeia suspendeu a publicidade na plataforma.

Desde então, Musk visitou os locais de ataque do Hamas em Israel e comprometeu-se a dar todas as receitas de publicidade e s associadas à guerra a hospitais israelitas e de Gaza.

Dias após o início da guerra, o comissário Breton deu a Musk um ultimato de 24 horas para limpar a plataforma. A CEO da empresa, Linda Yaccarino, respondeu dentro do prazo, alegando que “não havia lugar na X para organizações terroristas ou grupos extremistas violentos” e que a plataforma removeu tais contas “em tempo real”.

Um alto funcionário da Comissão Europeia disse, na segunda-feira que, embora reconheçam as medidas introduzidas para combater o conteúdo ilegal e enganoso, suspeitam que “esses mecanismos não são coletivamente eficazes”.

Os últimos relatórios de transparência da X mostram que emprega apenas um moderador de conteúdos fluente em búlgaro, croata, holandês, português, letão e polaco na sua equipa global de 2.294 pessoas. A empresa não possui moderadores de conteúdo humano para cobrir 17 línguas oficiais da UE, incluindo grego, húngaro, romeno e sueco.

A Comissão Europeia também está preocupada com o facto de medidas de mitigação de riscos, como as "notas da comunidade", que aparecem em mensagens potencialmente enganosas para fornecer informações adicionais ou pontos de vista contrastantes, não serem implementadas com rapidez suficiente no contexto de eleições ou outros eventos com impacto na segurança pública.

O uso do “cheque azul” pago para verificar a autenticidade das contas dos utilizadores também pode ser “enganoso e enganoso”, disse o funcionário. A investigação abordará outros “padrões obscuros” destinados a enganar os utilizadores para que tomem decisões não intencionais, involuntárias e potencialmente prejudiciais.

A investigação também determinará se a X violou as suas obrigações ao limitar muito o o dos investigadores aos seus dados. Os dados da plataforma sobre atividades e gastos com publicidade foram tornados públicos sob a liderança do proprietário anterior, Jack Dorsey, mas foram restringidos desde a aquisição de Musk, em abril de 2022.

Que tipo de multas?

Se o executivo da UE encontrar provas suficientes para fundamentar as suas preocupações e não conseguir garantir compromissos vinculativos da plataforma, poderá aplicar à empresa uma multa de até 6% do seu volume de negócios global que, em 2022, teria ascendido a cerca de 264 milhões de dólares (242 milhões de euros).

A rede social X tem 112 milhões de utilizadores ativos mensais em toda a UE e o seu presidente, Elon Musk,  terá considerado planos para sair do mercado europeu em reação às disposições introduzidas pela legislação pioneira.

Plataformas como a de comércio eletrónico AliExpress e a rede social TikTok, de propriedade chinesa, bem como as norte-americanas Instagram e Meta (qu é a empresa-mãe do WhatsApp), receberam, nas últimas semanas, pedidos de informações sob o DSA, mas nenhuma ação legal foi tomada até agora.

A abertura do processo deixa claro que “o tempo em que as grandes plataformas online se comportavam como se fossem ‘grandes demais para se importar’ chegou ao fim”, disse Thierry Breton, o comissário europeu para o Mercado Interno.

A Comissão Europeia tem o direito de realizar entrevistas e inspeções no local e solicitar o às bases de dados algorítmicas da X como parte da sua investigação aprofundada, que não tem prazo. Bruxelas instou a empresa a “cooperar” na investigação, segundo um porta-voz.

Ir para os atalhos de ibilidade
Partilhe esta notíciaComentários

Notícias relacionadas

Comissão Europeia está a reforçar o controlo das plataformas digitais

Lei dos Serviços Digitais da União Europeia regula 19 plataformas na Internet

UE alerta Twitter sobre novas regras para conteúdo "online"