A invasão russa da Ucrânia foi o tema dominante durante a cimeira do Conselho da Europa, entidade criada a seguir à Segunda Guerra Mundial para proteger o Estado de direito, os valores democráticos e os direitos humanos.
Os líderes dos 46 países membros do Conselho da Europa decidiram criar um registo dos danos causados pela agressão da Russia na Ucrânia.
Este primeiro o para criar um mecanismo internacional de compensação foi decidido na cimeira do Conselho da Europa, que decorreu entre terça e quarta-feira, na capital islandesa, Reiquiavique.
Houve consenso sobre a necessidade do regime de Moscovo pagar compensações às vítimas e ajudar a reconstruir a nação após o fim do conflito.
"Esta cimeira de Reiquiavique mostra, claramente, que Vladimir Putin falhou nos seus cálculos - queria dividir a Europa e conseguiu o contrário. Estamos mais unidos na Europa do que nunca. Esta é a nossa mensagem conjunta de Reiquiavique", disse o chanceler da Alemanha, Olaf Scholz, na sua intervenção.
O escritório terá sede em Haia, nos Países Baixos, e poderá vir a incluir uma comissão de indemnização e um fundo de compensação.
Ainda não estão claro quais serão os meios usados para pagar os danos causados à Ucrânia, nem como levar os alegados criminosos perante a justiça.
O primeiro-ministro da Ucrânia, Denys Shmyhal, apresentou sugestões: "A decisão de criar este registo é, sem dúvida, histórica. Depois disso, devemos preparar o quadro jurídico necessário para confiscar os bens russos e criar um fundo de compensação. Além disso, uma abordagem global inclui a criação de um tribunal internacional."
A secretária-geral do Conselho da Europa, Marija Burić, disse que esta organização (criada após a Segunda Guerra Mundial para proteger o Estado de Direito e os direitos Humanos) vai apoiar o esforço internacional para criar um tribunal especial para julgar o crime de agressão da Rússia contra a Ucrânia.
Os Estados Unidos, o Japão e o Canadá também se juntaram aos esforços e participam no Conselho da Europa como Estados observadores.