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Eça de Queiroz, figura nobre da literatura portuguesa, trasladado para o Panteão Nacional

Eça de Queiroz (1845-1900)
Eça de Queiroz (1845-1900) Direitos de autor DR
Direitos de autor DR
De Ema Gil Pires
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Os restos mortais de Eça de Queiroz, autor de obras maiores da literatura portuguesa, como "Os Maias" ou "O Crime do Padre Amaro", permanecerão a partir de agora no Panteão Nacional, 125 anos após a sua morte.

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Os restos mortais do escritor José Maria Eça de Queiroz já se encontram no Panteão Nacional, em Lisboa, no âmbito de uma cerimónia de homenagem pela carreira literária que construiu no decurso do século XIX.

A partir desta quarta-feira, a urna pertencente ao autor de obras como "Os Maias" ou "O Crime do Padre Amaro" permanecerá neste local emblemático da cidade de Lisboa, junto de outras figuras nobres da História portuguesa - como os presidentes da República Manuel de Arriaga e Teófilo Braga, ou outras figuras de destaque do meio cultural, como Almeida Garrett, Luís de Camões e Amália Rodrigues.

A trasladação dos restos mortais do escritor, esta manhã, teve direito a uma homenagem que se iniciou, pouco depois das 09:00, na Assembleia da República, para onde o corpo foi transportado num primeiro momento.

Seguiu-se um cortejo até ao Panteão Nacional - que ou por vários pontos da capital do país -, onde a partir das 11:00 teria lugar a parte final da cerimónia.

Nomes de relevo da política portuguesa, como o atual chefe de Estado, Marcelo Rebelo de Sousa, o presidente da Assembleia da República, José Pedro Aguiar-Branco, e o primeiro-ministro, Luís Montenegro, marcaram presença.

Em discurso no âmbito desta cerimónia, Marcelo Rebelo de Sousa afirmou que o "Panteão é o lugar dos imortais", tendo lembrado que vários deles "foram escritores".

Recordando que são poucos os escritores portugueses "estão tão vivos quanto Eça de Queiroz", o chefe de Estado inseriu o autor num leque de "mortos a quem damos vida porque ainda os lemos". Como é o caso, detalhou, de nomes como Gil Vicente, Luís de Camões, Almeida Garrett, Cesário Verde ou Fernando Pessoa, e poucos mais.

"E alguns contemporâneos, temporalmente mais próximos, mas esses serão submetidos à prova dos séculos, como já foram aqueles que referi", acrescentou ainda o Presidente da República.

Na ótica de Marcelo Rebelo de Sousa, "a maior homenagem a Eça será, sem dúvida, reeditá-lo, estudá-lo e, acima de tudo, lê-lo". No entanto, considerou ainda, existem "atos de justiça, evidentes", que devem ocorrer, "como esta trasladação, mesmo não conhecendo as vontades do escritor sobre a matéria".

No seu discurso, justificou ainda que "não é suficiente enterrar os mortos e cuidar dos vivos", sendo necessário também "cuidar dos mortos, mesmo quando continuam vivos".

A cerimónia contou ainda com interpretações do maestro João Paulo Santos e da soprano Sara Simões, do Coro do Teatro Nacional de São Carlos, e com a leitura de excertos da obra de Eça de Queiroz.

Eça de Queiroz morreu a 16 de agosto de 1900, em Paris, aos 54 anos. Os seus restos mortais foram transportados para Lisboa no mês seguinte, onde seria sepultado no Cemitério do Alto de São João. Em 1989, acabariam por ser trasladados para o jazigo da família, em Santa Cruz do Douro, no município de Baião, onde permaneceram até agora.

Um nome incontornável da literatura (e da cultura) portuguesa

Trata-se de um dos mais afamados escritores nacionais, tendo sido responsável pela autoria de algumas das mais emblemáticas obras da literatura portuguesa.

Além de "Os Maias" - para muitos uma das primeiras formas de o com a obra do autor, já que o livro é parte integrante do Plano Nacional de Leitura -, Eça de Queiroz foi o responsável pelo nascimento de histórias como "O Crime do Padre Amaro", "O Primo Basílio", "A Cidade e as Serras", entre tantos outros que escreveu ao longo da sua carreira literária (alguns dos quais publicados postumamente).

Um percurso que foi construindo depois de se licenciar em Direito, em 1866, na Universidade de Coimbra, um curso que lhe abriu as portas a uma curta carreira na advocacia. No entanto, seria no jornalismo e na literatura que viria a encontrar a sua verdadeira vocação.

Integrou ainda, a par de figuras como Antero de Quental e Teófilo Braga, a aclamada “Geração de 70” - também conhecida como a "Dissidência de Coimbra" -, composta por um grupo de jovens intelectuais que reinvindicaram uma revolução política, cultural e social do país na última metade do século XIX.

Contou ainda com um trajeto na área da diplomacia, tendo sido nomeado cônsul em Havana, Newcastle, Bristol e, finalmente, em Paris.

Como detalha a Fundação Eça de Queiroz, na sua página web oficial, a sua obra literária é "caracterizada pelo realismo, crítica social e inovação narrativa", tendo exposto "com crueza os vícios e hipocrisias da sociedade portuguesa". Marca, por isso, um "período de grande transformação e modernidade nas letras nacionais".

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