Neste episódio do The Big Question, o CEO do Barclays Europe, sco Ceccato, junta-se à editora de negócios da Euronews, Angela Barnes, no Fórum Económico Mundial em Davos, na Suíça.
PUBLICIDADENenhuma empresa ou governo pode financiar todas as infraestruturas de IA e as necessidades energéticas, disse o CEO do Barclays Europe, sco Ceccato, à Euronews.
Os seus comentários foram feitos pouco antes de o Presidente dos EUA, Donald Trump, anunciar milhares de milhões de dólares de investimentos em IA em colaboração com grandes empresas tecnológicas. A empresa comum, denominada Stargate, é constituída pela OpenAI, Oracle e Softbank.
Isto significa que cerca de 100 mil milhões de dólares (96 mil milhões de euros) serão implementados imediatamente e que o investimento será aumentado até 500 mil milhões de dólares (480 mil milhões de euros) nos próximos quatro anos.
Necessidade urgente de investimento em infraestruturas de IA
Esta conversa oportuna surge também na sequência do último relatório de IA do Barclays.
"Penso que é importante associá-lo [o último relatório] ao relatório que publicámos por esta altura no ano ado, que se debruçava sobre o impacto que a IA pode ter no aumento da produtividade e, em particular, no apoio a populações envelhecidas que estão talvez a tornar-se menos produtivas — e ajudá-las a criar, em última análise, melhores resultados económicos. Este ano, o nosso objetivo é saber como pensar nas necessidades energéticas do investimento em IA que vamos ter de fazer", afirmou Ceccato.
"É evidente que não há nenhuma empresa ou governo que possa financiar todas as infraestruturas de IA ou as necessidades energéticas. Precisamos de ver um grande investimento em energia para apoiar a infraestrutura de IA. Porquê? Porque todas as aplicações de IA requerem muita capacidade de computação", acrescentou.
Ceccato citou a evolução dos supercomputadores, como o último colosso de Elon Musk, o supercomputador de IA, como sendo particularmente necessitado de energia.
O relatório do Barclays sobre a IA refere que a procura de energia aumentará consideravelmente até 2030.
"Só para ter uma ideia, a AIE prevê que serão necessários 1 000 terawatts-hora (TWh) para todos os centros de dados do mundo e, claro, são os centros de dados que podem efetuar estes cálculos de IA. E, portanto, a nossa opinião é que precisamos de compreender essa infraestrutura energética, que é fundamental para apoiar a IA", disse o chefe do Barclays.
Estará a Europa preparada para pagar a fatura necessária para apoiar a IA?
Ceccato reiterou que a Europa precisa de apoiar imediatamente os investimentos em infraestruturas de IA, mas disse que nem tudo pode vir dos governos porque, em muitos casos, estes estão sujeitos a restrições fiscais.
"Pode vir dos mercados de capitais, mas os nossos mercados de capitais na Europa estão fragmentados e, por isso, temos de os reformar, e temos de o fazer rapidamente", disse à Euronews.
Caminho para uma energia mais limpa: "um botão" e não "um interrutor"
O chefe do Barclays também discutiu a sustentabilidade e a forma como a estratégia do banco gira em torno da transição.
"O que é importante é reconhecer que a agem para uma energia mais limpa é um botão e não um interrutor.
"Isso significa que temos de continuar a apoiar os nossos clientes que pretendem fazer a transição e podemos fazê-lo com aconselhamento, com financiamento e com a facilitação do financiamento através dos mercados de capitais.
"A segunda parte é saber que, na nossa perspetiva, o nosso objetivo de 1 bilião de financiamento sustentável e de transição até 2030 continua a ser algo para o qual nós, enquanto Barclays Europe, queremos continuar a contribuir de forma muito significativa, e é isso que temos vindo a fazer.
"A terceira componente da nossa estratégia consiste em continuar a apoiar as empresas na fase inicial do setor das tecnologias limpas, que podem continuar a impulsionar a mudança tecnológica suscetível de contribuir para a própria transição energética", acrescentou.
The Big Questioné uma série da Euronews Business onde nos reunimos com líderes e especialistas da indústria para discutir alguns dos tópicos mais relevantes da atualidade.
Assista ao vídeo acima para ver a conversa completa com o CEO do Barclays Europe em Davos.