Os suspeitos - com idades compreendidas entre os 14 e os 18 anos - terão sido membros de uma organização de extrema-direita que se intitula "A Última Vaga de Defesa".
A polícia alemã deteve na quarta-feira cinco adolescentes ligados a um grupo de extrema-direita que, alegadamente, tencionava levar a cabo ataques contra imigrantes e opositores políticos.
As detenções, efetuadas de manhã cedo em vários estados da Alemanha, seguiram-se a rusgas a 13 propriedades associadas à auto-intitulada "A Última Vaga de Defesa", informaram os procuradores federais em comunicado.
Quatro dos detidos - identificados apenas como Benjamin H, Ben-Maxim H, Lenny M e Jason R, em conformidade com as regras alemãs de proteção da vida privada - são suspeitos de pertencerem a uma organização terrorista nacional. O quinto, Jerome M, é acusado de apoiar o grupo.
Dois dos indivíduos são também acusados de tentativa de homicídio e de fogo posto agravado. Os jovens têm compreendidas entre os 14 e os 18 anos.
Os procuradores informaram que estão também a investigar três outras pessoas, com idades entre os 18 e os 21 anos, que já se encontram detidas. Todos os suspeitos são cidadãos alemães.
O grupo extremista foi formado em abril de 2024, segundo os procuradores. Os seus membros consideravam-se o último recurso para defender a "nação alemã" e tinham como objetivo desestabilizar a ordem democrática alemã, com ataques a casas de requerentes de asilo e a instalações associadas ao espetro político de esquerda.
A ministra da Justiça, Stefanie Hubig, afirmou ser "particularmente chocante" o facto de todos os detidos na quarta-feira serem menores na altura em que o grupo foi alegadamente fundado.
"Este é um sinal de alarme e mostra que o terrorismo de extrema-direita não conhece idade", afirmou Hubig num comunicado.
Segundo o Ministério Público, dois dos suspeitos atearam fogo a um centro cultural em Altdöbern, no leste da Alemanha, em outubro. Várias pessoas que viviam no edifício na altura só escaparam aos ferimentos por acaso, acrescentam os procuradores.
Em janeiro, outros dois suspeitos terão partido uma janela de um lar para requerentes de asilo em Schmölln e tentaram, sem sucesso, atear um incêndio com fogo de artifício.
De acordo com o Ministério Público, pintaram as iniciais do grupo e slogans como "Estrangeiros fora", "Alemanha para os alemães" e "Zona nazi", bem como suásticas.
Nesse mesmo mês, três suspeitos tinham alegadamente planeado um ataque incendiário a um lar para requerentes de asilo em Senftenberg, mas não o levaram a cabo devido à detenção anterior de dois dos homens.
Noutro caso, na semana ada, as autoridades proibiram um grupo de extrema-direita chamado "Reino da Alemanha" por ser considerado uma ameaça à democracia do país e prenderam quatro dos seus alegados líderes.
Um relatório anual divulgado esta semana pelo Departamento Federal de Polícia Criminal revelou que o número de crimes violentos com ligados à ideologia de extrema-direita aumentou 17,2% no ano ado, para 1.488.
Este número faz parte de um aumento global dos crimes violentos com motivações políticas, que ascenderam a 4 107, o que representa um aumento de 15,3% em relação ao ano anterior.