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Camboja assinala 50 anos do início do genocídio do Khmer Vermelho

Estudantes cambojanos encenam a dança dos Khmers Vermelhos num evento do partido no poder para assinalar o Dia Anual da Memória em Choeung Ek, 20 de maio de 2025
Estudantes cambojanos encenam a dança dos Khmers Vermelhos num evento do partido no poder para assinalar o Dia Anual da Memória em Choeung Ek, 20 de maio de 2025 Direitos de autor AP Photo
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De Kieran Guilbert
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Centenas de cambojanos assinalaram o Dia da Memória participando numa cerimónia de homenagem às vítimas dos Khmer Vermelhos num dos "campos de extermínio".

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Esta terça-feira, o Camboja assinalou 50 anos desde que os comunistas do Khmer Vermelho lançaram um regime de terror que durou quatro anos e matou cerca de 1,7 milhões de pessoas.

No Dia Anual da Memória do Camboja, cerca de 2.000 pessoas participaram numa cerimónia de homenagem às vítimas do genocídio dos Khmers Vermelhos em Choeung Ek, local de um dos mais famosos "campos de extermínio", a cerca de 15 quilómetros a sul da capital Phnom Penh.

Dezenas de estudantes-atores de uma escola de arte de Phnom Penh reconstituíram as brutalidades cometidas durante o regime liderado por Pol Pot, que esteve no poder entre 1975 e 1979, altura em que cerca de um quarto da população do Camboja foi dizimada devido à tortura, à fome e às execuções sumárias.

A reconstituição teve lugar perto de um memorial que exibe os crânios das vítimas e as valas comuns onde milhares de pessoas foram enterradas.

"Quando venho aqui, lembro-me e nunca esquecerei este regime dos Khmers Vermelhos porque foi extremamente cruel e bárbaro", diz Nhem Sovann, de 71 anos, residente em Phnom Penh, que perdeu seis membros da família - os sogros e quatro irmãos - nas chacinas do regime. Foi colocada a trabalhar num campo de arroz na província ocidental de Pursat: "Vi com os meus próprios olhos como até as crianças eram levadas e lhes esmagavam as cabeças contra o tronco de um coqueiro", conta.

Os Khmers Vermelhos meteram medo ao nosso povo

O Dia da Memória é uma experiência de aprendizagem para os cambojanos mais jovens, como a estudante de arte Pen Kunthea, de 23 anos.

Pen conta que os pais e a escola lhe contaram a história do regime e que um dos tios morreu de doença durante o período em que os Khmers Vermelhos estiveram no poder.

"Sinto-me assustada e penso que os Khmers Vermelhos fizeram com que o nosso povo tivesse medo. Não quero que esse regime volte a acontecer", afirmou.

Os Khmers Vermelhos capturaram Phnom Penh a 17 de abril de 1975 e imediatamente levaram quase todos os habitantes da cidade para o campo, onde foram obrigados a trabalhar em condições desumanas.

O regime governou até 1979, altura em que foi afastado do poder por uma invasão do vizinho Vietname, que obrigou o líder Pol Pot a esconder-se na selva, onde acabaria por morrer em 1998.

Estudantes de arte do Camboja apresentaram um espetáculo evocativo do genocídio
Estudantes de arte do Camboja apresentaram um espetáculo evocativo do genocídioHeng Sinith/AP

Em 1984, um novo governo cambojano instalado pelos vietnamitas declarou o dia 20 de maio - em que o genocídio terá começado - como o "Dia Nacional do Ódio", para que as pessoas expressassem a sua raiva contra os Khmers Vermelhos e os seus apoiantes.

Na altura, os Khmers Vermelhos ainda tentavam recuperar o poder, travando uma guerra de guerrilha a partir do campo. Foram finalmente subjugados em 1997.

Em 2018, o dia foi oficialmente redesignado como o Dia Nacional da Memória, com ênfase na homenagem às vítimas.

Esta terça-feira, o primeiro-ministro Hun Manet instou todos os cambojanos a juntarem-se à preservação e proteção da paz: "Apesar de estes trágicos acontecimentos terem ado e de o povo cambojano estar a viver em paz, com estabilidade política e pleno desenvolvimento em todos os domínios, não devemos esquecer este ado amargo", afirmou em comunicado.

Outras fontes • AP

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