Os operadores turísticos afirmam que a cidade fronteiriça norte-coreana de Rason foi encerrada aos visitantes estrangeiros, na sequência de uma recente deslocação de 13 turistas internacionais.
A Coreia do Norte suspendeu o turismo estrangeiro na cidade fronteiriça de Rason, semanas depois de ter autorizado a entrada de um grupo de viajantes internacionais no país pela primeira vez em cinco anos, segundo as empresas de turismo.
Esta semana, dois operadores turísticos ocidentais - Koryo Tours e Young Pioneer Tours (YPT) - e a empresa chinesa KTG Tours anunciaram a suspensão das viagens ao Estado "eremita".
"Acabámos de receber notícias dos nossos parceiros coreanos de que Rason está fechada a toda a gente. Manter-vos-emos informados", declarou a KTG Tours, especializada em viagens à Coreia do Norte, no Facebook.
As pessoas que planeiam viagens à Coreia do Norte em abril e maio devem abster-se de reservar voos "até termos mais informações", afirmou a YPT numa publicação no Facebook.
No mês ado, 13 viajantes do Reino Unido, Canadá, Grécia, Nova Zelândia, França, Alemanha, Áustria, Austrália e Itália visitaram a cidade de Rason - onde se situa a zona económica especial do país - numa viagem de cinco dias organizada pela Koryo Tours.
O diretor da empresa de viagens, Simon Cockerell, disse que os visitantes entraram na Coreia do Norte por via terrestre a partir da China. Durante a sua estadia no país, visitaram fábricas, lojas, escolas e as estátuas dos dois primeiros líderes supremos do país, Kim Il-sung e Kim Jong-il.
Foram os primeiros visitantes não russos a entrar na Coreia do Norte desde que o país fechou as suas fronteiras, durante a pandemia de COVID-19. Desde 2022, a nação tem vindo a reduzir as restrições e a reabrir as suas fronteiras, tendo cerca de 880 turistas russos visitado o país durante o ano ado, de acordo com o Ministério da Unificação da Coreia do Sul.
Restrições mais rigorosas
Antes da pandemia, o turismo era uma fonte fácil e legítima de rendimentos para a Coreia do Norte, um dos países mais sancionados do mundo devido ao seu programa nuclear.
Pelo menos 300 mil turistas chineses visitavam a Coreia do Norte anualmente, antes da pandemia - representando mais de 90% do total de visitantes internacionais - de acordo com o Instituto de Estratégia de Segurança Nacional, um grupo de reflexão dirigido pela agência de informações da Coreia do Sul.
No entanto, os especialistas afirmam que as restrições que a Coreia do Norte tem imposto aos viajantes estrangeiros, tais como a exigência de se deslocarem com guias locais e a proibição de fotografar em locais sensíveis, irão provavelmente prejudicar os seus esforços para desenvolver o turismo.
A Koryo Tours disse à BBC que os movimentos do grupo em Rason foram mais s do que em viagens anteriores - tiveram menos hipóteses de ear pelas ruas e falar com os habitantes locais.
A empresa de turismo disse, no início desta semana que estava a aceitar inscrições internacionais para a Maratona de Pyongyang, pela primeira vez desde a pandemia. No entanto, não se sabe se essas inscrições serão processadas para o evento de 6 de abril.
Em junho, a Coreia do Norte deverá inaugurar um enorme complexo turístico na costa oriental do país. Em janeiro, quando o presidente dos EUA, Donald Trump, se vangloriou da sua relação com Kim Jong-un, disse: "Acho que ele tem uma capacidade tremenda de fazer grandes edifícios. Ele tem muita linha costeira".
Lee Sangkeun, especialista do Instituto de Estratégia de Segurança Nacional, afirmou que Rason, o local da costa oriental e a capital Pyongyang, são os locais onde as autoridades norte-coreanas acreditam que podem facilmente monitorizar e controlar os turistas estrangeiros que vêm visitar o país.