Outros dirigentes, como o presidente Tokayev do Cazaquistão, acolheram favoravelmente o diálogo político entre Washington e Moscovo.
As negociações para acabar com a guerra na Ucrânia não devem resultar numa "paz que seja uma capitulação", pois isso seria "uma má notícia para todos", incluindo os EUA, afirmou o presidente francês Emmanuel Macron.
O presidente francês Emmanuel Macron afirmou que "a paz não deve resultar numa capitulação", uma vez que isso seria "uma má notícia para todos", incluindo para os Estados Unidos da América e para o seu homólogo russo, Vladimir Putin.
Numa entrevista ao Financial Times, o presidente francês apoiou a posição de Trump de que é da responsabilidade da Europa garantir a segurança da Ucrânia.
"O que Trump está a dizer à Europa é que cabe a vocês carregar o fardo. E eu digo: cabe-nos a nós assumi-lo", afirmou Macron.
Macron disse não estar "surpreendido" com a iniciativa do presidente dos EUA, que criou uma "janela de oportunidade" para uma solução negociada na qual "todos têm de desempenhar o seu papel".
A Europa deve "reforçar" a defesa para proteger o seu próprio futuro e o da Ucrânia após o "choque elétrico" do regresso de Trump à Casa Branca, acrescentou Macron.
"Este é o momento da Europa acelerar e executar", afirmou. "Não tem escolha. Está a ficar sem estrada".
O presidente francês insistiu que apenas o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskyy, poderia falar em nome do seu país sobre um cessar-fogo.
Entretanto, na Ásia Central, onde os líderes têm equilibrado os seus laços históricos com a Rússia com mensagens anti-guerra, Kassym-Jomart Tokayev, o presidente do Cazaquistão, disse à Euronews que o seu país quer ver o fim da guerra.
"A Ucrânia continua a ser um tema amplamente discutido. Desde o início que defendemos o fim da guerra e a obtenção de consensos e acordos através de negociações diplomáticas.
"Agora, a nossa posição está a tornar-se uma realidade, uma vez que duas grandes potências iniciaram um diálogo político. Trata-se de uma evolução positiva que também beneficiará o Cazaquistão. Por conseguinte, apoiaremos este processo em toda a medida do possível".
Numa entrevista ao Wall Street Journal, em Paris, na quinta-feira, o vice-presidente dos EUA, JD Vance, acrescentou mais nuances ao telefonema entre Trump e Putin, dizendo que os EUA iriam atacar Moscovo com sanções e potenciais acções militares se Putin não concordasse com um acordo de paz com a Ucrânia que garanta a independência de Kiev a longo prazo.
"Penso que vai sair daqui um acordo que vai chocar muita gente", disse Vance.