O avião da Jeju Air, proveniente de Banguecoque, tentou aterrar de barriga no Aeroporto Internacional de Muan, depois de falha no trem de aterragem do Boeing 737-800 que não abriu.
O avião de ageiros incendiou-se depois de ter derrapado na pista, às 9h03 locais, e ter embatido contra uma vedação de betão. Segundo as autoridades, o trem de aterragem dianteiro não se abriu.
Imagens publicadas nas redes sociais, mostram o momento da trágica aterragem do Boeing 737-800 da Jeju Air no aeroporto de Muan, seguida de uma mensagem de condolências da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen:
A Agência Nacional de Bombeiros disse que os socorristas se apressaram a retirar as pessoas do avião que transportava 181 ageiros no aeroporto da cidade de Muan, cerca de 290 quilómetros a sul da capital Seul.
O Ministério dos Transportes identificou o avião como um Boeing 737-800 com 15 anos de idade.
181 pessoas que seguiam a bordo morreram exceto duas, naquele que foi um dos piores desastres aéreos do país, informou a agência de bombeiros sul-coreana. Quatro dos mortos eram membros da tripulação e os restantes ageiros.
As equipas de emergência retiraram duas pessoas, ambas membros da tripulação, para um local seguro, e as autoridades de saúde locais afirmaram que continuam conscientes. A agência de bombeiros enviou 32 viaturas de combate a incêndios e vários helicópteros para conter o fogo, segundo a agência.
As imagens do acidente transmitidas pela televisão YTN mostram o avião da Jeju Air a derrapar na pista de aterragem, aparentemente com o trem de aterragem ainda fechado, e a colidir de frente com um muro de betão nos arredores das instalações. Outras estações de televisão locais transmitiram imagens que mostravam espessas almofadas de fumo negro a sair do avião em chamas.
Lee Jeong-hyeon, chefe do corpo de bombeiros de Muan, disse num comunicado transmitido pela televisão que as equipas de salvamento continuam a procurar os corpos dispersos pelo impacto da queda. O avião ficou completamente destruído, restando apenas o conjunto da cauda que pode ser reconhecido entre os destroços, disse ele.
Os peritos estavam a analisar as várias possibilidades que poderiam ter causado o acidente, incluindo a possibilidade de o avião ter sido atingido por aves que provocaram problemas mecânicos, disse Lee. Joo Jong-wan, alto funcionário do Ministério dos Transportes, disse em separado aos jornalistas que os investigadores do governo chegaram ao local para investigar a causa do acidente e do incêndio.
As autoridades de emergência em Muan disseram que o trem de aterragem do avião parece ter tido uma avaria. O Ministério dos Transportes informou que o avião regressava de Banguecoque e que entre os seus ageiros se encontravam dois cidadãos tailandeses.
A primeira-ministra da Tailândia, Paetongtarn Shinawatra, expressou as suas profundas condolências às famílias das vítimas do acidente através de uma publicação na plataforma social X. Paetongtarn disse que tinha ordenado ao Ministério dos Negócios Estrangeiros que providenciasse assistência imediata.
Kerati Kijmanawat, diretor dos Aeroportos da Tailândia, confirmou num comunicado que o voo 7C 2216 da Jeju Air partiu do aeroporto de Suvarnabhumi sem que houvesse relatos de condições anormais no espaço aéreo ou na pista.
Em comunicado, a Jeju Air apresenta as suas “profundas condolências” pelo acidente e afirma que fará “tudo o que estiver ao seu alcance para resolver as consequências do mesmo”.
Numa conferência de imprensa transmitida pela televisão, Kim E-bae, presidente da Jeju Air, fez uma vénia profunda, juntamente com outros altos funcionários da companhia, enquanto pedia desculpa às famílias em luto e afirmava sentir “total responsabilidade” pelo incidente. Kim afirmou que a companhia não tinha identificado quaisquer problemas mecânicos no avião após os controlos regulares e que aguardaria os resultados das investigações governamentais sobre as causas do incidente.
A Boeing afirmou num comunicado no X que estava em o com a Jeju Air e que estava pronta a apoiar a empresa na resolução do acidente.
“Estendemos as nossas mais profundas condolências às famílias que perderam os seus entes queridos e os nossos pensamentos continuam com os ageiros e a tripulação”, declarou a Boeing.
Trata-se de um dos desastres mais mortíferos da história da aviação sul-coreana. A última vez que a Coreia do Sul sofreu um grande desastre aéreo foi em 1997, quando um avião da Korean Airline se despenhou em Guam, matando 228 pessoas a bordo. Em 2013, um avião da Asiana Airlines despenhou-se em São Francisco, matando três pessoas e ferindo cerca de 200.
O incidente ocorreu numa altura em que a Coreia do Sul se encontra envolvida numa enorme crise política, desencadeada pela imposição da lei marcial pelo Presidente Yoon Suk Yeol e pela consequente destituição. Na sexta-feira ada, os legisladores sul-coreanos destituíram o presidente em exercício Han Duck-soo e suspenderam as suas funções, o que levou o vice-primeiro-ministro Choi Sang-mok a assumir o cargo.
Choi ordenou aos funcionários que utilizassem todos os recursos disponíveis para salvar os ageiros e a tripulação antes de se dirigir para Muan. O gabinete de Yoon disse que o seu secretário-chefe, Chung Jin-suk, presidirá a uma reunião de emergência entre os altos funcionários presidenciais ainda no domingo para discutir o acidente.
*Os nossos jornalistas estão a trabalhar nesta história e atualizá-la-ão assim que houver mais informações disponíveis.