Há 10 anos acontecia na Ucrânia uma revolução que mudaria o rosto do país, até à invasão russa
Em novembro de 2013 o Presidente ucraniano recusava-se a um acordo de associação com a União Europeia e virava-se, inesperadamente, para a Rússia, em contraciclo com o país se inclinava para o bloco forte europeu.
Uma decisão que mudou o rumo do país. Centenas de pessoas, na sua maioria jovens, chamados sobretudo pelas redes sociais, mostravam a sua revolta no centro de Kiev.
Mas foi o uso excessivo da força pelas autoridades contra os manifestantes que fez pender a balança. Ucranianos, de todas as idades, inundaram a capital aos milhares... e nasceu uma revolução.
Andreas Umland, analista do Centro de Estudos para a Europa de Leste, de Estocolmo, explicava que "já não se tratava do acordo de associação em si. O que estava em causa era a dignidade das pessoas, que o governo deveria respeitar".
Marcy Shore referia que "nunca ninguém tinha visto tanta gente nas ruas de Kiev" e o mais importante é que o foco tinha deixado de ser a União Europeia, os manifestantes já não gritavam apenas "A Ucrânia é Europa". Estavam a dizer: "não vamos permitir que batam nos nossos filhos!"".
Três meses de confrontos violentos, durante os quais dezenas de manifestantes foram mortos, culminaram numa mudança de poder no país.
O presidente Yanukovych fugiu para a Rússia e foram marcadas novas eleições Presidenciais. Kiev e a UE acabaram por o acordo de associação. Mas a Rússia recusou-se a "deixar o país em paz". Sob a presidência de Vladimir Putin, anexou ilegalmente a Crimeia, apoiou uma revolta pró-Rússia em partes do leste da Ucrânia e, em Fevereiro de 2022, lançou uma invasão em grande escala do país.