{ "@context": "https://schema.org/", "@graph": [ { "@type": "NewsArticle", "mainEntityOfPage": { "@type": "Webpage", "url": "/2022/06/10/o-cerco-russo-a-mariupol-pelo-olhar-de-uma-crianca-de-oito-anos-num-diario-da-guerra" }, "headline": "O cerco russo a Mariupol pelo olhar de uma crian\u00e7a de oito anos num di\u00e1rio da guerra", "description": "Escondido da ofensiva russa, Yegor Kravtsov pegou num caderno e foi escrevendo e desenhando o que estava a viver. At\u00e9 \u00e0 morte de duas amigas, vizinhas em Mariupol. O relato foi agora revelado", "articleBody": "Os horrores vividos pelas v\u00edtimas da tr\u00e1gica invas\u00e3o russa em Mariupol, no sul da Ucr\u00e2nia, t\u00eam sido documentados de v\u00e1rias formas, incluindo agora um caderno de escola, onde Yegor Kravtsov, de apenas oito anos, escreveu e desenhou um di\u00e1rio da guerra Yegor descreveu a experi\u00eancia vivida no per\u00edodo em que as for\u00e7as ucranianas tentavam resistir \u00e0 ofensiva do Kremlin, que viria a conseguir capturar a cidade, agora controlada pelas for\u00e7as separatistas pr\u00f3-russas. O pequeno \u0022rep\u00f3rter\u0022 conseguiu fugir de Mariupol com a m\u00e3e e a irm\u00e3. Est\u00e3o em Zapor\u00edjia, onde o di\u00e1rio de Yegor foi agora revelado e \u00e9 visto como um precioso, ainda que doloroso, olhar ao que era a vida sob cerco das for\u00e7as russas. Agora, a fam\u00edlia est\u00e1 num local relativamente seguro, mas o rapaz sente muito a falta do av\u00f4, de Mariupol, em especial do teatro onde gostava muito de ir e que foi abrigo de civis at\u00e9 ser destru\u00eddo pelas bombas russas logo no in\u00edcio da ofensiva contra esta cidade ucraniana nas margens do Mar de Azov. A m\u00e3e, Olena Kravtsova, de 38 anos, mostrou o di\u00e1rio do filho a um jornalista assim como alguns v\u00eddeos que registou com o telefone ainda em Mariupol. \u0022Ele adora desenhar. Costumava desenhar com caneta num papel. Nunca gostou de l\u00e1pis de cor nem de marcadores. Desenhava lojas e jogos com a caneta. Era a cena dele\u0022, diz-nos a m\u00e3e, mostrando-nos as refer\u00eancias de Yegor no di\u00e1rio a duas antigas vizinhas em Mariupol. \u0022Nadya e a Galya est\u00e3o enterradas. Eram irm\u00e3s e morreram uma a seguir \u00e0 outra. Foi a \u00faltima coisa que desenhou\u0022, acrescenta. Antes da fuga de Mariupol, Olena registou um v\u00eddeo das ru\u00ednas em que ficou a casa onde viviam, para mais tarde recordar, como a pr\u00f3pria refere. Era uma bonita casa com jardim, mas os invasores destru\u00edram-na. Pouco restou. E agora que os russos ocuparam Mariupol n\u00e3o podem regressar para reconstruir a casa onde sonham viver, em paz, na Ucr\u00e2nia, junto ao Mar de Azov. ", "dateCreated": "2022-06-10T09:45:30+02:00", "dateModified": "2022-06-10T14:40:27+02:00", "datePublished": "2022-06-10T14:40:23+02:00", "image": { "@type": "ImageObject", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Farticles%2Fstories%2F06%2F76%2F68%2F70%2F1440x810_cmsv2_e60234cd-7274-5f18-8972-428b2129e41c-6766870.jpg", "width": "1440px", "height": "810px", "caption": "O caderno onde Yegor Kravtsov descreve o cerco russo a Mariupol", "thumbnail": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Farticles%2Fstories%2F06%2F76%2F68%2F70%2F432x243_cmsv2_e60234cd-7274-5f18-8972-428b2129e41c-6766870.jpg", "publisher": { "@type": "Organization", "name": "euronews", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Fwebsite%2Fimages%2Feuronews-logo-main-blue-403x60.png" } }, "author": { "@type": "Organization", "name": "Euronews", "sameAs": [ "https://www.facebook.com/pt.euronews", "https://twitter.com/euronewspt", "https://flipboard.com/@euronewspt", "https://www.linkedin.com/company/euronews" ], "url": "/" }, "publisher": { "@type": "Organization", "name": "Euronews", "legalName": "Euronews", "url": "/", "logo": { "@type": "ImageObject", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Fwebsite%2Fimages%2Feuronews-logo-main-blue-403x60.png", "width": "403px", "height": "60px" }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/pt.euronews", "https://twitter.com/euronewspt", "https://flipboard.com/@euronewspt", "https://www.linkedin.com/company/euronews" ] }, "articleSection": [ "Mundo" ], "isAccessibleForFree": "False", "hasPart": { "@type": "WebPageElement", "isAccessibleForFree": "False", "cssSelector": ".poool-content" } }, { "@type": "WebSite", "name": "Euronews.com", "url": "/", "potentialAction": { "@type": "SearchAction", "target": "/search?query={search_term_string}", "query-input": "required name=search_term_string" }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/pt.euronews", "https://twitter.com/euronewspt", "https://flipboard.com/@euronewspt", "https://www.linkedin.com/company/euronews" ] } ] }
PUBLICIDADE

O cerco russo a Mariupol pelo olhar de uma criança de oito anos num diário da guerra

O caderno onde Yegor Kravtsov descreve o cerco russo a Mariupol
O caderno onde Yegor Kravtsov descreve o cerco russo a Mariupol Direitos de autor EKATERINA KLOCHKO / AFP
Direitos de autor EKATERINA KLOCHKO / AFP
De Euronews
Publicado a
Partilhe esta notíciaComentários
Partilhe esta notíciaClose Button
Copiar/colar o link embed do vídeo:Copy to clipboardCopied

Escondido da ofensiva russa, Yegor Kravtsov pegou num caderno e foi escrevendo e desenhando o que estava a viver. Até à morte de duas amigas, vizinhas em Mariupol. O relato foi agora revelado

PUBLICIDADE

Os horrores vividos pelas vítimas da trágica invasão russa em Mariupol, no sul da Ucrânia, têm sido documentados de várias formas, incluindo agora um caderno de escola, onde Yegor Kravtsov, de apenas oito anos, escreveu e desenhou um diário da guerra

Yegor descreveu a experiência vivida no período em que as forças ucranianas tentavam resistir à ofensiva do Kremlin, que viria a conseguir capturar a cidade, agora controlada pelas forças separatistas pró-russas.

O pequeno "repórter" conseguiu fugir de Mariupol com a mãe e a irmã. Estão em Zaporíjia, onde o diário de Yegor foi agora revelado e é visto como um precioso, ainda que doloroso, olhar ao que era a vida sob cerco das forças russas.

Tenho um ferimento nas minhas costas. A pele foi arrancada. A minha irmã partiu a cabeça. A minha mãe rasgou os tendões da mão e tem um buraco na perna.
Yegor Kravtsova
Autor do diário do cerco de Mariupol

Agora, a família está num local relativamente seguro, mas o rapaz sente muito a falta do avô, de Mariupol, em especial do teatro onde gostava muito de ir e que foi abrigo de civis até ser destruído pelas bombas russas logo no início da ofensiva contra esta cidade ucraniana nas margens do Mar de Azov.

A mãe, Olena Kravtsova, de 38 anos, mostrou o diário do filho a um jornalista assim como alguns vídeos que registou com o telefone ainda em Mariupol.

"Ele adora desenhar. Costumava desenhar com caneta num papel. Nunca gostou de lápis de cor nem de marcadores. Desenhava lojas e jogos com a caneta. Era a cena dele", diz-nos a mãe, mostrando-nos as referências de Yegor no diário a duas antigas vizinhas em Mariupol.

"Nadya e a Galya estão enterradas. Eram irmãs e morreram uma a seguir à outra. Foi a última coisa que desenhou", acrescenta.

Antes da fuga de Mariupol, Olena registou um vídeo das ruínas em que ficou a casa onde viviam, para mais tarde recordar, como a própria refere.

Era uma bonita casa com jardim, mas os invasores destruíram-na. Pouco restou. E agora que os russos ocuparam Mariupol não podem regressar para reconstruir a casa onde sonham viver, em paz, na Ucrânia, junto ao Mar de Azov.

Ir para os atalhos de ibilidade
Partilhe esta notíciaComentários

Notícias relacionadas

Forças ucranianas resistem no leste da Ucrânia

Dois britânicos condenados à morte no leste da Ucrânia por "terrorismo"

Insegurança alimentar mundial como arma de guerra