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Crise da mão-de-obra está a matar animais sem abastecer prateleiras

Prateleiras quase vazias num supermercado de Manchester, norte de Inglaterra
Prateleiras quase vazias num supermercado de Manchester, norte de Inglaterra Direitos de autor AP Photo/Jon Super
Direitos de autor AP Photo/Jon Super
De Francisco MarquesLuke Hanrahan
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Leis apertadas à imigração pós-Brexit e restrições de movimentos devido à covid-19 afastaram trabalhadores sazonais do Reino Unido e estão a prejudicar produtores

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A falta de mão-de-obra provocada pelo Brexit e a Covid-19 está a deixar os agricultores e os criadores de animais britânicos em dificuldades, a poucos meses do Natal.

campos agrícolas ainda com a colheita por fazer, quintas de criação de aves e suínos a ter de abater de animais inutilmente e todos sem saber como vão conseguir fazer negócio e fornecer este ano as mesas de Natal dos britânicos.

Muitos agricultores tentaram antecipar os problemas e, neste primeiro ano pós-Brexit, decidiram reduzir a produção.

"Sem os trabalhadores sazonais, os próximos anos vão ser complicados e eu penso que vamos ver uma mudança na produção britânica disponível, se isso se confirmar", antevê Julian Marks, diretor do grupo agrícola inglês "Barfoots of Botley".

O problema, no entanto, é geral e afeta todos os setores anteriormente dependentes da mão-de-obra europeia, agora com o mais difícil ao mercado de trabalho britânico. O dos combustíveis tem sido um dos setores afetados com maior visibilidade.

Na produção desta reportagem, o correspondente da Euronews no Reino Unido precisou de abastecer o veículo. Antes de o conseguir, Luke Hanrahan ou por cinco bombas de combustível já "secas".

Apesar de até o exército ter sido mobilizado pelo governo para ajudar a reabastecer as bombas, a falta de camionistas especializados no transporte de combustíveis continua a fazer-se sentir e há cada vez mais postos a ficar sem combustíveis devido à muita procura motivada pelos receios dos consumidores de ficarem com os carros parados.

O setor da produção de carne é outro dos que está a atravessar dificuldades e aqui salta ao ouvido o grugulejar dos perus e o grunhir dos porcos, enviados para abate inútil para controlar a lotação das quintas.

Visitámos a quinta inglesa "Kellybronze Turkeys", onde a falta de mão de obra está a provocar o desperdício de animais.

"Esta quinta tem funcionado com trabalhadores europeus no abate e na preparação dos perus para os consumidores, mas, nas últimas semanas, a falta de mão-de-obra obrigou a quinta a abater na mesma os animais, mas a ter de os destruir, porque não há ninguém para embalar e despachar as aves", conta-nos Luke Hanrahan.

Os perus da "Kellybronze Turkeys" correm o risco de não chegar às mesas de Natal sem no entanto escaparem à morte. O que preocupa Paul Kelly.

"Temos todo este trabalho, criamos isto tudo e há pessoas que o desejam e que precisam destes animais, mas nós estamos a joga-los para o lixo. É um desperdício trágico. As prateleiras estão vazias. A situação pode tornar-se terrível se não recebermos ajuda", avisa o criador de perus.

Os suinicultores britânicos estão igualmente a desesperar devido à falta de trabalhadores nos matadouros e a ter de abater animais saudáveis devido à sobrelotação das quintas

A associação britânica de suinicultores (NPA) estima haver um acumulado de 85 mil animais retidos nas quintas e um aumento médio de 15 mil por semana.

"Estamos a ver suinicultores por todo o país a abandonarem o negócio ou a reduzir a produção porque não aguentam mais os prejuízos", revelou quinta-feira o diretor executivo da NPA.

O governo, por sua vez, resistiu aos apelos dos produtores britânicos para permitir mais imigrantes e travar a falta de mão-de-obra.

Pelo contrário, o executivo liderado por Boris Johnson, principal promotor da saída da União Europeia, insistiu nos incentivos à mão-de-obra britânica com o pagamento de melhores salários e o investimento em formação.

O governo continua a ignorar os avisos dos agricultores e criadores de animais de que o fornecimento alimentar do país pode agravar-se e prejudicar o primeiro Natal pós-Brexit do Reino Unido.

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