{ "@context": "https://schema.org/", "@graph": [ { "@type": "NewsArticle", "mainEntityOfPage": { "@type": "Webpage", "url": "/2021/07/25/morreu-otelo-saraiva-de-carvalho" }, "headline": "Morreu Otelo Saraiva de Carvalho", "description": "Uma das principais figuras do 25 de Abril de 1974 morreu este domingo, aos 84 anos, no Hospital Militar de Lisboa, onde estava internado", "articleBody": "Portugal perdeu neste domingo um das principais figuras da Revolu\u00e7\u00e3o dos Cravos . Otelo Saraiva de Carvalho morreu no Hospital com 84 anos. Otelo Nuno Rom\u00e3o Saraiva de Carvalho nasceu em agosto de 1936 em Mo\u00e7ambique e teve uma carreira militar desde os anos 1960. Fez uma comiss\u00e3o durante a guerra colonial na Guin\u00e9-Bissau, onde se cruzou com o general Ant\u00f3nio de Sp\u00ednola , at\u00e9 ao p\u00f3s-25 de Abril de 1974. 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Marcelo Rebelo de Sousa destaca \u201ca import\u00e2ncia capital\u201d no 25 de Abril O presidente portugu\u00eas lembrou o capit\u00e3o \u201rotagonista cimeiro num momento decisivo da hist\u00f3ria contempor\u00e2nea portuguesa\u201d. Numa nota publicada na p\u00e1gina da Presid\u00eancia da Rep\u00fablica, o chefe de Estado considera que \u201cainda \u00e9 cedo para a hist\u00f3ria o apreciar com a devida dist\u00e2ncia\u201d, no entanto salienta que \u201arece inquestion\u00e1vel a import\u00e2ncia capital que teve no 25 de Abril, o s\u00edmbolo que constituiu de uma linha pol\u00edtico-militar durante a revolu\u00e7\u00e3o, que fica na mem\u00f3ria de muitos portugueses associado a lances controversos no in\u00edcio\u201d da democracia, \u201ce que suscitou paix\u00f5es, tal como rejei\u00e7\u00f5es\u201d. 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Segundo Ferro Rodrigues, \u201or todos os democratas, que ansiavam por viver em liberdade e em democracia, Otelo Saraiva de Carvalho concretizou esse sonho\u201d. Isabel do Carmo diz que acabou \u0022uma \u00e9poca e uma utopia\u0022 Para a antiga dirigente do extinto do Partido Revolucion\u00e1rio do Proletariado (PRP), movimento que exerceu actividade clandestina atrav\u00e9s das suas Brigadas Revolucion\u00e1rias (no PRP-BR), Otelo \u00e9, juntamente com Vasco Louren\u00e7o, \u201co dirigente do 25 de abril [de 1974], do Movimento dos Capit\u00e3es e do derrube da ditadura\u201d. \u201cEsta manh\u00e3, senti que acabou, que, com [a morte de] este homem, acaba tamb\u00e9m uma \u00e9poca, uma utopia. Senti isso, emocionalmente. Senti a perda, o desaparecimento. J\u00e1 n\u00e3o vai ser poss\u00edvel falar com ele\u201d, afirmou Isabel do Carmo a ag\u00eancia Lusa. Rui Rio reconhece o \u201apel corajoso e decisivo\u201d O presidente do PSD reconheceu \u201co papel corajoso e decisivo\u201d de Otelo Saraiva de Carvalho no 25 de Abril, considerando que ser\u00e1 a hist\u00f3ria, com isen\u00e7\u00e3o, que avaliar\u00e1 o que \u201cfez de bom e de mau\u201d. \u201cHoje n\u00e3o \u00e9 o dia para isso\u201d, concluiu numa publica\u00e7\u00e3o na rede social Twitter. Chega critica \u201apel perverso e destrutivo\u201d no p\u00f3s-25 de Abril O Chega criticou hoje Otelo Saraiva de Carvalho por ter tido um \u0022papel perverso e destrutivo\u0022 no p\u00f3s-25 de Abril, considerando que deveria \u201cter cumprido a sua pena numa pris\u00e3o portuguesa\u201d e nunca ter recebido um indulto. Numa nota, a Dire\u00e7\u00e3o Nacional do Chega deixou \u201ublicamente os sentimentos \u00e0 fam\u00edlia e amigos\u0022 numa altura \u0022de dor e saudade, sobretudo para o c\u00edrculo pr\u00f3ximo\u201d. Para o partido liderado por Andr\u00e9 Ventura, hoje \u00e9 um dia para, entre muitas outras coisas, \u201crefletir sobre os momentos piores do Portugal p\u00f3s-revolucion\u00e1rio\u201d. CDS fala em dia \u201cagridoce\u201d No dia em que \u201co CDS regista com tristeza\u201d a morte de Otelo Saraiva de Carvalho, o vice-presidente Miguel Barbosa assegurou \u00e0 ag\u00eancia Lusa que o partido \u201cn\u00e3o se deixa embriagar pela hist\u00f3ria\u201d, naquele que considera ser \u201cum dia agridoce para os portugueses\u201d. Por um lado, Miguel Barbosa lembra Otelo como \u201cum dos principais obreiros do golpe de estado\u0022,\u00a0 reconhecendo-lhe \u201cum primeiro ato important\u00edssimo para devolver Portugal \u00e0 liberdade e \u00e0 estabilidade de uma democracia liberal, que apenas se veio a confirmar com o 25 de novembro\u201d. 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Morreu Otelo Saraiva de Carvalho

Otelo Saraiva de Carvalho (1936-2021)
Otelo Saraiva de Carvalho (1936-2021) Direitos de autor ANDRÉ KOSTERS/LUSA
Direitos de autor ANDRÉ KOSTERS/LUSA
De Euronews com Lusa
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Uma das principais figuras do 25 de Abril de 1974 morreu este domingo, aos 84 anos, no Hospital Militar de Lisboa, onde estava internado

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Portugal perdeu neste domingo um das principais figuras da Revolução dos Cravos.

Otelo Saraiva de Carvalho morreu no Hospital com 84 anos.

Otelo Nuno Romão Saraiva de Carvalho nasceu em agosto de 1936 em Moçambique e teve uma carreira militar desde os anos 1960. Fez uma comissão durante a guerra colonial na Guiné-Bissau, onde se cruzou com o general António de Spínola, até ao pós-25 de Abril de 1974.

No Movimento das Forças das Forças Armadas (MFA), que derrubou a ditadura de Salazar e Caetano, foi ele o encarregado de elaborar o plano de operações militares e, daí, ser conhecido como estratego do 25 de Abril.

Depois do 25 de Abril, foi comandante do COPCON, o Comando Operacional do Continente, durante o Processo Revolucionário em Curso (PREC), surgindo associado à chamada esquerda militar, mais radical, e foi candidato presidencial em 1976.

Na década de 1980, o seu nome surge associado às Forças Populares 25 de Abril (FP-25 de Abril), organização armada responsável por vários atentados e mortes, tendo sido condenado, em 1986, a 15 anos de prisão por associação terrorista. Em 1991, recebeu um indulto, tendo sido amnistiado anos depois.

Marcelo Rebelo de Sousa destaca “a importância capital” no 25 de Abril

O presidente português lembrou o capitão “protagonista cimeiro num momento decisivo da história contemporânea portuguesa”.

Numa nota publicada na página da Presidência da República, o chefe de Estado considera que “ainda é cedo para a história o apreciar com a devida distância”, no entanto salienta que “parece inquestionável a importância capital que teve no 25 de Abril, o símbolo que constituiu de uma linha político-militar durante a revolução, que fica na memória de muitos portugueses associado a lances controversos no início” da democracia, “e que suscitou paixões, tal como rejeições”.

Marcelo Rebelo de Sousa relembra o que disse no último 25 de Abril “acerca da aceitação que os portugueses devem procurar construir, todos os dias, relativamente a sua história pátria”.

António Costa elogia "dedicação e generosidade decisivas para 25 de Abril sem sangue"

Numa nota do primeiro-ministro, “o Governo lamenta o falecimento do coronel Otelo Saraiva de Carvalho e endereça as mais sentidas condolências à sua família, assim como à Associação 25 de Abril”.

“A capacidade estratégica e operacional de Otelo Saraiva de Carvalho e a sua dedicação e generosidade foram decisivas para o sucesso, sem derramamento de sangue, da Revolução dos Cravos”, elogiou.

Na perspetiva de António Costa, Otelo Saraiva de Carvalho “tornou-se, por isso, e a justo título”, um dos símbolos do 25 de Abril.

“Neste dia de tristeza honramos a memória de Otelo, como um daqueles a que todos devemos a libertação consumada no 25 de Abril e, portanto, o que hoje somos”, enalteceu.

Ferro Rodrigues homenageia “o maior símbolo individual do MFA"

O presidente da Assembleia da República homenageou “o maior símbolo individual do Movimento das Forças Armadas”, que concretizou o sonho de todos os que “ansiavam por viver em liberdade”.

“Apesar dos excessos que se possam apontar, nomeadamente no período pós 25 de Abril, Otelo Saraiva de Carvalho foi, e será sempre considerado, o maior símbolo individual do Movimento das Forças Armadas”, pode ler-se numa mensagem de pesar do presidente da Assembleia da República.

Segundo Ferro Rodrigues, “por todos os democratas, que ansiavam por viver em liberdade e em democracia, Otelo Saraiva de Carvalho concretizou esse sonho”.

Isabel do Carmo diz que acabou "uma época e uma utopia"

Para a antiga dirigente do extinto do Partido Revolucionário do Proletariado (PRP), movimento que exerceu actividade clandestina através das suas Brigadas Revolucionárias (no PRP-BR), Otelo é, juntamente com Vasco Lourenço, “o dirigente do 25 de abril [de 1974], do Movimento dos Capitães e do derrube da ditadura”.

“Esta manhã, senti que acabou, que, com [a morte de] este homem, acaba também uma época, uma utopia. Senti isso, emocionalmente. Senti a perda, o desaparecimento. Já não vai ser possível falar com ele”, afirmou Isabel do Carmo a agência Lusa.

Rui Rio reconhece o “papel corajoso e decisivo”

O presidente do PSD reconheceu “o papel corajoso e decisivo” de Otelo Saraiva de Carvalho no 25 de Abril, considerando que será a história, com isenção, que avaliará o que “fez de bom e de mau”.

“Hoje não é o dia para isso”, concluiu numa publicação na rede social Twitter.

Chega critica “papel perverso e destrutivo” no pós-25 de Abril

O Chega criticou hoje Otelo Saraiva de Carvalho por ter tido um "papel perverso e destrutivo" no pós-25 de Abril, considerando que deveria “ter cumprido a sua pena numa prisão portuguesa” e nunca ter recebido um indulto.

Numa nota, a Direção Nacional do Chega deixou “publicamente os sentimentos à família e amigos" numa altura "de dor e saudade, sobretudo para o círculo próximo”.

Para o partido liderado por André Ventura, hoje é um dia para, entre muitas outras coisas, “refletir sobre os momentos piores do Portugal pós-revolucionário”.

CDS fala em dia “agridoce”

No dia em que “o CDS regista com tristeza” a morte de Otelo Saraiva de Carvalho, o vice-presidente Miguel Barbosa assegurou à agência Lusa que o partido “não se deixa embriagar pela história”, naquele que considera ser “um dia agridoce para os portugueses”.

Por um lado, Miguel Barbosa lembra Otelo como “um dos principais obreiros do golpe de estado",  reconhecendo-lhe “um primeiro ato importantíssimo para devolver Portugal à liberdade e à estabilidade de uma democracia liberal, que apenas se veio a confirmar com o 25 de novembro”.

Mas, por outro, sublinha "aquilo que o CDS não esquece”, apontando o capitão de Abril como “um homem que, entre estas duas datas, teve atitudes e comportamentos em que contradiz tudo aquilo que parecia defender”.

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