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"Não está à venda": manifestantes anti-turismo destroem centenas de espreguiçadeiras em Tenerife

Várias espreguiçadeiras, no valor de milhares de euros, foram destruídas.
Várias espreguiçadeiras, no valor de milhares de euros, foram destruídas. Direitos de autor Denise Jans / Unsplash
Direitos de autor Denise Jans / Unsplash
De Joanna Bailey
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Apesar de o inverno estar a chegar às estâncias turísticas espanholas, o sentimento anti-turismo não dá sinais de abrandar.

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Uma onda de vandalismo atingiu duas praias populares em Los Cristianos, Tenerife, na semana ada. Mais de 230 espreguiçadeiras foram destruídas e pintadas com graffitis antiturismo, tais como "Canarias se defiende" ("As Ilhas Canárias defendem-se a si próprias") e "Canarias no se vende" ("As Ilhas Canárias não estão à venda").

Descobertas às primeiras horas da manhã de quinta-feira, 5 de dezembro, as espreguiçadeiras das praias de Las Vistas e El Camison foram danificadas por vários indivíduos desconhecidos, no âmbito do que a Câmara Municipal de Arona descreve como sendo um "ataque coordenado".

Las Vistas vivenciou a destruição de 100 espreguiçadeiras e El Camison de 136, ao o que um centro comercial próximo foi também grafitado.

Um vídeo partilhado online nos dias seguintes ao incidente exibe vândalos a cortar espreguiçadeiras com uma faca. O Canarian Weekly refere que os danos estão estimados em 5.000 euros.

"Somos contra todos os tipos de vandalismo e a falta de civismo de algumas pessoas que atacam o património de Arona, o que causa sérios danos, tanto aos residentes, como aos visitantes", afirmou a presidente da Câmara, Fátima Lemes, em comunicado. A autarca reiterou que tais infrações são puníveis por lei e apelou aos cidadãos para que ajudem a identificar os autores.

O último de uma vaga de protestos contra o turismo

As Ilhas Canárias tornaram-se um ponto de encontro para o sentimento antiturismo. Em abril, dezenas de milhares de manifestantes saíram à rua no arquipélago, exigindo limites para o que consideram ser um desenvolvimento descontrolado que prejudica o ambiente e o modo de vida das pessoas.

Alguns ativistas entraram em greve de fome em Tenerife, numa tentativa de travar a construção de um novo hotel e de uma estância balnear.

As manifestações estenderam-se a muitos dos destinos turísticos mais populares de Espanha, incluindo as Ilhas Baleares, Alicante, várias cidades da costa sul e Barcelona. Na maior parte dos casos, os protestos foram pacíficos, embora tenha havido alguns relatos de estrangeiros contra quem foram disparadas pistolas de água e a quem se gritou para "irem para casa".

No entanto, algumas iniciativas foram mais preocupantes. Em julho, cofres que se encontravam à entrada de apartamentos em Sevilha, utilizados para facilitar o check-in de visitantes, foram manchados com fezes, numa altura em que se exigia o fim das licenças da Airbnb. Em outubro, manifestantes antiturismo, agitando bandeiras e batendo tambores, invadiram a praia de Playa de las Americas, em Tenerife, aglomerando-se à volta dos visitantes que tomavam banhos de sol, numa tentativa de os intimidar.

Em muitas cidades e regiões, houve uma tentativa de acalmar a situação. Em Barcelona, por exemplo, os apartamentos turísticos de curta duração serão proibidos a partir de 2028. Palma de Maiorca está a limitar o número de cruzeiros que podem atracar no seu porto e Tenerife introduziu um limite para o número de visitantes em alguns dos seus parques nacionais.

Porque é que os espanhóis estão descontentes com o turismo?

Os manifestantes que foram ados pelos meios de comunicação social sublinham que não são contra a indústria do turismo em si. O turismo representa mais de um terço da economia das Canárias e 40% dos empregos, pelo que os habitantes locais compreendem o valor dos visitantes.

"Queremos o turismo, mas o que não queremos é um excesso de turismo", afirmou o ativista Daniel Cabrera, em declarações ao Standard. "O que não queremos é uma exploração excessiva e umturismo de lixo que não beneficia a economia local". O ativista explicou ainda que 75% do dinheiro dos hotéis e outras empresas da ilha acaba fora de Espanha. "Isso não pode ser tolerado", acrescentou.

Manifestantes querem mais controlo sobre impacto do desenvolvimento do turismo.
Manifestantes querem mais controlo sobre impacto do desenvolvimento do turismo.Jose Antonio Jiménez Macías / Unsplash

O problema reside naquilo que a população local considera ser uma expansão descontrolada do turismo no país. Segundo os residentes, é algo que está a provocar o aumento do custo da habitação, problemas ambientais e pressão sobre os serviços públicos.

De acordo com o Instituto Nacional de Estatística (INE), 34% dos habitantes das Ilhas Canárias estavam em risco de pobreza ou exclusão social em 2023, o valor mais elevado em Espanha depois da Andaluzia.

Mas nem todos os habitantes locais têm a mesma opinião. Augusto Ferreira, proprietário de um restaurante nas Canárias, organizou um contraprotesto intitulado "Lanzarote Loves Tourism" ("Lanzarote ama o turismo"), num esforço para realçar a importância do turismo para a economia das ilhas.

O Instituto Nacional de Estatística espanhol registou um aumento anual de 10,3% nas visitas àsIlhas Canárias, com 14 milhões de turistas internacionais a darem entrada na região em 2023. Esses visitantes, por sua vez, trouxeram um recorde de 20 mil milhões de euros para as ilhas.

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