O líder da oposição húngara, Péter Magyar, diz aos apoiantes que vai restaurar as alianças ocidentais se derrotar o atual primeiro-ministro, Viktor Orbán, nas eleições parlamentares do próximo ano.
O líder do maior partido da oposição húngara disse, no domingo, a milhares de apoiantes, que vai guiar o país para fora do isolamento internacional, se derrotar o primeiro-ministro Viktor Orbán nas eleições do próximo ano.
Péter Magyar, líder do partido Respeito e Liberdade (Tisza), é o mais sério opositor do poder de Orbán desde que o líder populista de direita assumiu o cargo em 2010.
Sondagens recentes sugerem que o Tisza ultraou o partido Fidesz de Orbán, numa altura em que a Hungria enfrenta uma economia estagnada. O país tem também sido politicamente marginalizado na União Europeia devido às políticas de Orbán.
Num comício em Budapeste, no domingo, Magyar afirmou que, se for eleito, vai restaurar as relações e a reputação da Hungria entre os aliados, afetadas pelos ataques de Orbán à UE e pelas relações estreitas de Budapeste com autocracias, como a Rússia e a China.
"Vamos finalmente pôr em ordem os nossos assuntos comuns", disse Magyar. "A nossa pátria, a Hungria, vai voltar a ser um aliado orgulhoso e fiável da NATO. A Hungria vai voltar a ser um membro de pleno direito da União Europeia".
Orbán, um líder que se autodenomina "iliberal", tem sido acusado pelos críticos de ter conduzido a Hungria para fora da comunidade das democracias europeias ao corroer as instituições democráticas, violar a independência judicial e assumir o controlo de grande parte dos meios de comunicação social húngaros.
Desde que assumiu o poder em 2010, Viktor Orbán e o Fidesz têm liderado o país com uma maioria de dois terços no parlamento e derrotado facilmente qualquer oposição.
Mas as sondagens mais recentes sugerem que Tisza está à frente do Fidesz em termos de popularidade, uma vez que a campanha de Magyar se centra nos problemas económicos e sociais que o país enfrenta, como a inflação persistente, um sistema de saúde precário e alegada corrupção governamental.
Nóra Farkas, uma apoiante de Magyar que esteve presente no comício, disse que esperava a derrota de Orbán nas últimas eleições nacionais da Hungria, em 2022, mas que, a cerca de um ano do próximo escrutínio, está mais confiante de que a mudança é possível.
"Qualquer pessoa que pense que as coisas estão a correr bem neste país está cega. Orbán e o seu círculo são a principal razão para os problemas", disse.
Magyar disse que o sistema de Orbán "não pode ser reformado, não pode ser arranjado, não pode ser melhorado. Este sistema só pode ser substituído e é isso que vamos fazer: legalmente, democraticamente, mas com determinação, vamos acabar com o regime".