{ "@context": "https://schema.org/", "@graph": [ { "@type": "NewsArticle", "mainEntityOfPage": { "@type": "Webpage", "url": "/my-europe/2025/03/10/portugal-com-eleicoes-antecipadas-a-vista-como-chegamos-aqui" }, "headline": "Portugal com elei\u00e7\u00f5es antecipadas \u00e0 vista. Como cheg\u00e1mos aqui?", "description": "Parlamento vota mo\u00e7\u00e3o de confian\u00e7a ao Governo esta ter\u00e7a-feira. Rejei\u00e7\u00e3o implica a demiss\u00e3o do Governo. Presidente da Rep\u00fablica j\u00e1 itiu novas elei\u00e7\u00f5es em maio.", "articleBody": "Portugal est\u00e1 novamente mergulhado numa crise pol\u00edtica. 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Not\u00edcias sobre a compra de im\u00f3veis por Lu\u00eds Montenegro e pelos seus filho levaram o primeiro-ministro pedir tamb\u00e9m uma auditoria \u00e0s suas declara\u00e7\u00f5es de rendimentos.Rejei\u00e7\u00e3o da mo\u00e7\u00e3o de confian\u00e7a abre porta a novas elei\u00e7\u00f5es em maioAo final da tarde de quarta-feira, Marcelo Rebelo de Sousa disse querer \u0022esperar pelo debate e vota\u00e7\u00e3o da mo\u00e7\u00e3o de confian\u00e7a\u0022, de modo a perceber se a mesma \u00e9 aprovada ou rejeitada. Mas itiu que no caso de o Governo cair \u0022a primeira data poss\u00edvel\u0022 para o pa\u00eds ir \u00e0s urnas \u00e9 entre 11 e 18 de maio.J\u00e1 na quinta-feira, o Conselho de Ministros aprovou a mo\u00e7\u00e3o de confian\u00e7a a submeter \u00e0 Assembleia da Rep\u00fablica. Andr\u00e9 Ventura afirmou que o Chega vai votar contra a mo\u00e7\u00e3o de confian\u00e7a ao Governo, por considerar que est\u00e3o em causa \u0022circunst\u00e2ncias absolutamente graves sobre a integridade\u0022 de Lu\u00eds Montenegro.O secret\u00e1rio-geral socialista tamb\u00e9m j\u00e1 confirmou que o PS n\u00e3o ir\u00e1 viabilizar a mo\u00e7\u00e3o de confian\u00e7a. Pedro Nuno Santos acusou Lu\u00eds Montenegro de preferir elei\u00e7\u00f5es a enfrentar uma comiss\u00e3o de inqu\u00e9rito. Com a antecipa\u00e7\u00e3o de elei\u00e7\u00f5es o chefe do executivo escapa a este escrut\u00ednio do Parlamento.Com os votos contra do PS e do Chega, a mo\u00e7\u00e3o de confian\u00e7a \u00e9 rejeitada por uma maioria simples, o que implica a demiss\u00e3o do Governo. Assim, abre-se a porta \u00e0 realiza\u00e7\u00e3o de elei\u00e7\u00f5es antecipadas. 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Portugal com eleições antecipadas à vista. Como chegámos aqui?

Marcelo e Montenegro estiveram reunidos em Belém na véspera da moção de censura ao Governo
Marcelo e Montenegro estiveram reunidos em Belém na véspera da moção de censura ao Governo Direitos de autor AP Photo
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De Joana Mourão Carvalho
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Parlamento vota moção de confiança ao Governo esta terça-feira. Rejeição implica a demissão do Governo. Presidente da República já itiu novas eleições em maio.

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Portugal está novamente mergulhado numa crise política. Nada deixava antever que uma notícia que fazia a ligação entre a empresa familiar do primeiro-ministro e um aparentemente inexistente conflito de interesses seguisse os caminhos que seguiu.

Duas moções de censura em menos de duas semanas que acabaram rejeitadas, uma moção de confiança com chumbo pré-anunciado perante a falta de apoio na oposição. E novas eleições legislativas equacionadas para maio, pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.

A descoberta de que a empresa da família Montenegro recebia €4500 de um grupo de casinos, sobre os quais o Governo terá de decidir este ano quanto aos contratos de concessão, foi o gatilho para este desfecho.

Depois de uma denúncia anónima sobre a situação do primeiro-ministro à Procuradoria-Geral da República e de a oposição acenar com um inquérito parlamentar, Luís Montenegro quis dar um murro na mesa, alegando que o país precisa de clarificação política e que "mais vale dois meses de instabilidade do que um ano e meio de degradação".

Como chegámos aqui?

A 15 de fevereiro, o Correio da Manhã noticia que a mulher e os filhos de Luís Montenegro são sócios de uma "empresa de compra e venda de imóveis", a Spinumviva. Segundo aquele diário português, a última alteração do objeto social da empresa, que é vasto, foi feita a 9 de abril de 2024, uma semana depois de o Governo de Montenegro tomar posse.

A empresa cuja principal atividade é a de consultoria, mas que também está envolvida em compra e venda de bens imobiliários, viticultura e outras atividades de consultoria, científicas, técnicas e similares, foi detida até 2022 por Luís Montenegro, a mulher e os dois filhos.

O primeiro-ministro era o sócio-gerente e detinha a quota maior, mas deixou a Spinumviva um mês depois de ter sido eleito presidente do PSD, em 2022, e a sua quota foi distribuída pela mulher (que ficou como sócia maioritária) e pelos dois filhos.

Contudo, por ser casado em comunhão de adquiridos, o primeiro-ministro poderia continuar a tirar benefícios dos proveitos da empresa, que por sua vez poderia beneficiar da nova lei dos solos, que facilita a reconversão de solos rústicos em urbanos.

Na resposta a esta primeira notícia sobre o caso, o primeiro-ministro considerou um "absurdo" que pudesse existir um conflito de interesse e que "nunca foi, não é e não será objeto da atividade da empresa qualquer negócio imobiliário ligado à alteração legislativa" da lei dos solos.

No dia seguinte, o líder do Chega, André Ventura, ameaçou que ia apresentar uma moção de censura ao Governo caso o primeiro-ministro não desse explicações ao país, num prazo de 24 horas, sobre o eventual conflito de interesses.

O ultimato foi ignorado, mesmo depois de Ventura estender o prazo até ao dia seguinte, mas a iniciativa acabaria chumbada, já que PSD e CDS votariam contra e o PS também não votaria favoravelmente, para não provocar eleições.

A 21 de fevereiro, no debate de moção de censura apresentada pelo Chega, Luís Montenegro deu explicações sobre o caso ao Parlamento, mas recusou-se, apesar de desafiado pela oposição, a identificar quem foram os clientes, por uma questão de "sigilo".

Praticamente uma semana depois, uma notícia do Correio da Manhã revela que Luís Montenegro foi advogado da Solverde, durante o penúltimo Governo de António Costa, no processo de negociação com o Estado que resultou em aditamentos aos contratos de concessão da exploração do jogo nos casinos do Algarve e de Espinho. O contrato de concessão chegará este ano ao fim, sendo o Governo de Montenegro a decidir o que acontecerá no futuro.

No dia seguinte, a 28 de fevereiro, o semanário Expresso noticia que a Spinumviva recebe do grupo Solverde uma avença mensal de 4500 euros desde julho de 2021. O jornal revelou que a empresa presta "serviços especia­lizados de com­pliance e definição de procedimentos no domínio da proteção de dados pessoais", como confirmou o grupo Solverde, que se recusou, contudo, a dizer quem exatamente presta os serviços que justificam esta avença.

Horas depois, Luís Montenegro anuncia que convocou um Conselho de Ministros extraordinário para sábado, 1 de março. Nesse dia, faria depois uma declaração ao país, ameaçando apresentar uma moção de confiança, caso a oposição, continuasse a pôr em causa a sua conduta.

Após a declaração do primeiro-ministro, o PS anunciou a intenção de propor uma comissão parlamentar de inquérito (I) à empresa familiar de Luís Montenegro.

O Governo volta ao Parlamento para uma nova moção de censura a 5 de março, agora apresentada pelo P, anunciada logo na noite de sábado. A iniciativa dos comunistas acabaria por morrer na praia, quando o primeiro-ministro abriu o debate com o anúncio de que ia apresentar uma moção de confiança ao Governo.

Pelo meio, a Ordem dos Advogados abriu uma averiguação e a Procuradoria-Geral da República revelou estar a analisar uma denúncia anónima sobre o caso. Notícias sobre a compra de imóveis por Luís Montenegro e pelos seus filho levaram o primeiro-ministro pedir também uma auditoria às suas declarações de rendimentos.

Rejeição da moção de confiança abre porta a novas eleições em maio

Ao final da tarde de quarta-feira, Marcelo Rebelo de Sousa disse querer "esperar pelo debate e votação da moção de confiança", de modo a perceber se a mesma é aprovada ou rejeitada. Mas itiu que no caso de o Governo cair "a primeira data possível" para o país ir às urnas é entre 11 e 18 de maio.

Já na quinta-feira, o Conselho de Ministros aprovou a moção de confiança a submeter à Assembleia da República.

André Ventura afirmou que o Chega vai votar contra a moção de confiança ao Governo, por considerar que estão em causa "circunstâncias absolutamente graves sobre a integridade" de Luís Montenegro.

O secretário-geral socialista também já confirmou que o PS não irá viabilizar a moção de confiança. Pedro Nuno Santos acusou Luís Montenegro de preferir eleições a enfrentar uma comissão de inquérito. Com a antecipação de eleições o chefe do executivo escapa a este escrutínio do Parlamento.

Com os votos contra do PS e do Chega, a moção de confiança é rejeitada por uma maioria simples, o que implica a demissão do Governo. Assim, abre-se a porta à realização de eleições antecipadas.

No entanto, a decisão cabe ao Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, que é quem tem de optar - ou não - pela dissolução da Assembleia da República e convocação de novas eleições, após ouvir todos os partidos em Belém.

O debate e votação da moção de confiança deverá acontecer esta terça-feira, dia 11 de março, um ano e um dia depois das legislativas de 2024.

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