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A Chéquia está a levar a sério a transição energética

A Chéquia está a levar a sério a transição energética
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De Hans von der Brelie
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Os dinossauros industriais europeus da era do carvão estão a ser adaptados para o futuro. Olhemos para o caso da Chéquia, por exemplo, onde o governo de Praga prometeu eliminar a produção de energia a partir do carvão, de forma progressiva, até 2033.

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Os operadores de muitas das antigas centrais energéticas alimentadas a carvão alinharam na ideia e a transformação já começou na central energética a lenhite de Opatovice. Opatovice irá concluir a eliminação progressiva do carvão o mais tardar em 2030, talvez até antes, com a troca do carvão para gás natural. Mas esta é uma questão controversa, uma vez que o gás natural também é um combustível fóssil. 

Se queremos abrandar as alterações climáticas, a economia terá de ar por uma descarbonização, é esse o consenso científico. O objetivo da União Europeia é alcançar a neutralidade climática até 2050. O primeiro marco é a meta da UE de reduzir em pelo menos 55 % as emissões de gases com efeito de estufa até 2030 (em relação a 1990). É o que diz a legislação da UE no pacote "Objetivo 55". 

O instrumento mais importante para esta transição é o comércio de emissões: quem libertar CO2 para a atmosfera tem de pagar. Os maiores poluidores precisam de muitas licenças de emissão e estas não são baratas. Consequentemente, a exploração das centrais energéticas a carvão deixou de ser rentável. É por isso que a produção de eletricidade e calor está a voltar-se para fontes de energia menos poluentes. 

As receitas do comércio europeu de licenças de emissão revertem a favor do "Fundo de Modernização" da UE. Este fundo ajuda os Estados-Membros com rendimentos mais baixos a financiar a transição energética. Desde 2021, o fundo já alocou 15,5 mil milhões de euros. Até agora, a maior parte do dinheiro foi para a Chéquia, Roménia e Polónia. As regiões carboníferas são a principal prioridade, para acelerar a eliminação progressiva e torná-la aceitável aos olhos da população local. 

O dinheiro do Fundo de Modernização da UE será investido em: 

  • Fontes de energia renováveis 

  • Eficiência energética (por exemplo, isolamento térmico) 

  • Tecnologia de armazenamento de energia 

  • Modernização das redes de distribuição e de aquecimento urbano

 

Mas existe um problema que tem sido tema de debate aceso em toda a Europa. O Fundo de Modernização também subsidia a conversão para o gás natural. O gás natural é, de facto, um pouco mais limpo do que o carvão. No entanto, a queima de gás natural também produz CO2, que aumenta a temperatura da Terra. Existe um consenso entre os cientistas de que o gás natural não pode ser visto como uma solução permanente, sobretudo porque existem fugas de metano, prejudicial ao clima, durante o transporte do mesmo. 

A central energética a lenhite de Opatovice, na Chéquia, fornece aquecimento urbano a várias cidades, incluindo Pardubice, há meio século. Está atualmente a ser modernizada com a ajuda financeira da UE. Em dezembro, o Fundo de Modernização aprovou um montante adicional de 130 milhões de euros para a eliminação progressiva do carvão na Chéquia. Uma parte significativa deste valor irá ser destinada a investimentos em gás natural e ao desenvolvimento de uma infraestrutura para a recuperação de energia a partir de resíduos, por exemplo, nos setores da silvicultura e da agricultura.

De acordo com os cálculos da CEE Bankwatch, só as fábricas checas perto de Vráto e Opatovice estão a receber um total de quase 350 milhões de euros em subsídios do Fundo de Modernização da UE. A organização não governamental existe para verificar se o dinheiro dos contribuintes europeus é investido de acordo com os objetivos. Por outras palavras, neste caso, de forma a não prejudicar o ambiente e o clima. Morgan Henley é responsável pela tecnologia de aquecimento e alerta para o facto de os subsídios avultados da UE destinados ao gás natural revelarem que, mais uma vez, a Europa está a caminhar para uma armadilha de dependência dos combustíveis fósseis.

Existem redes gigantescas de aquecimento urbano em muitas cidades do antigo Bloco de Leste. Na era comunista, estas redes eram ultramodernas, mas, atualmente, precisam de ser modernizadas. Encontrei-me com Robert Hrdina em Pardubice. O jovem pai está preocupado com o futuro dos filhos. Faz parte do comité ambiental da cidade, como representante do Partido Verde, e considera que o gás natural é problemático porque deixa as pessoas dependentes de importações estrangeiras, mas, "no que diz respeito à mudança de combustível planeada para a central energética, a transição do carvão para o gás natural irá tornar a energia um pouco mais limpa". Hrdina realça: "Neste momento, a nossa rede de aquecimento urbano funciona com o calor residual da central de Opatovice. Mas a lenhite que é queimada produz emissões de óxidos de azoto e mercúrio." 

Hrdina também critica o facto de o potencial de poupança de energia das habitações não estar a ser explorado na totalidade: "Na minha zona vivem 16 mil pessoas. Metade dos edifícios de apartamentos ainda não têm isolamento térmico, apesar de este permitir uma poupança de energia de 50 %. É isto que tem de estar no topo das nossas prioridades."

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