“Gaza pertence aos palestinianos e às pessoas que vivem em Gaza”, disse José Manuel Albares, ministro espanhol dos Negócios Estrangeiros, à Euronews, reagindo aos recentes comentários de Donald Trump.
O presidente dos EUA sugeriu “limpar” a Faixa de Gaza e transferir os seus habitantes para a Jordânia e o Egito, o que ambos os países rejeitaram.
A ideia de Trump é contrária à política externa dos EUA até à data, que até agora tem favorecido uma solução de dois Estados. Esta é também a posição da União Europeia.
“Certamente que Gaza pertence aos palestinianos e às pessoas que vivem em Gaza, os palestinianos que vivem em Gaza devem permanecer lá e devemos ajudá-los a reconstruir uma nova vida. E, claro, temos de estar atentos aos colonos violentos que matam também palestinianos inocentes na Cisjordânia. Os colonatos ilegais vão contra o direito internacional. As Nações Unidas condenaram-nos muitas e muitas vezes” - afirmou José Manuel Albares, Ministro dos Negócios Estrangeiros de Espanha.
De acordo com o ministro, a comunidade internacional deve prestar ajuda humanitária, apoio através da ONU, assistência à reconstrução e “apoio político o mais rapidamente possível”. Albares também criticou os aliados europeus.
“Há alguns países que vão permitir que Netanyahu entre no seu território. A Polónia, a Hungria, potencialmente a França, apesar de existir um mandado de captura do Tribunal Penal Internacional. Como é que a Europa tem protegido e defendido o direito internacional no que se refere à Palestina?
Para o diplomata espanhol, a UE deve adotar a sua própria política, independentemente do que os outros fazem ou pensam. “Penso que estamos a perder demasiado tempo com o que os outros dizem ou pensam.O que é importante para mim é o que vamos fazer, o quão unidos os europeus vão estar, o quão unidos vamos estar em torno dos nossos valores. E os nossos valores são muito claros: soberania igual da integridade territorial de um Estado”, acrescentou.
O ministro espanhol apelou ao apoio à UNRWA, a agência da ONU que presta assistência aos palestinianos.
Após 15 meses de guerra, está atualmente em vigor um cessar-fogo em Gaza. No entanto, o Hamas acusou Israel de impedir os palestinianos de regressarem às suas casas no norte de Gaza.
De acordo com Israel, a UNWRA deve terminar as suas operações e abandonar todas as suas “instalações” em Jerusalém até 30 de janeiro.
A conversa estará disponível na íntegra em The Europe Conversation.