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O governo h\u00fangaro quer ser uma esp\u00e9cie de interveniente global neste jogo geopol\u00edtico, mas isto n\u00e3o se reflete numa independ\u00eancia maior para o pa\u00eds, pelo contr\u00e1rio: reflete-se numa depend\u00eancia ainda maior\u0022.\u00a0\u00a0\u00a0", "dateCreated": "2024-12-16T10:09:10+01:00", "dateModified": "2025-01-08T16:00:57+01:00", "datePublished": "2025-01-08T16:00:13+01:00", "image": { "@type": "ImageObject", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Farticles%2Fstories%2F08%2F91%2F37%2F76%2F1440x810_cmsv2_7caeacb5-40ce-5b3b-844d-0c627fee86dd-8913776.jpg", "width": "1440px", "height": "810px", "caption": "As empresas chinesas est\u00e3o a investir fortemente na Hungria, com uma f\u00e1brica de autom\u00f3veis el\u00e9tricos chineses \u0022made in Europe\u0022 em fase de planeamento.", "thumbnail": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Farticles%2Fstories%2F08%2F91%2F37%2F76%2F432x243_cmsv2_7caeacb5-40ce-5b3b-844d-0c627fee86dd-8913776.jpg", "publisher": { "@type": "Organization", "name": "euronews", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Fwebsite%2Fimages%2Feuronews-logo-main-blue-403x60.png" } }, "author": { "@type": "Person", "name": "Hans von der Brelie", "sameAs": "https://twitter.com/euronewsreport" }, "publisher": { "@type": "Organization", "name": "Euronews", "legalName": "Euronews", "url": "/", "logo": { "@type": "ImageObject", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Fwebsite%2Fimages%2Feuronews-logo-main-blue-403x60.png", "width": "403px", "height": "60px" }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/pt.euronews", "https://twitter.com/euronewspt", "https://flipboard.com/@euronewspt", "https://www.linkedin.com/company/euronews" ] }, "articleSection": [ "S\u00e9rie: a minha Europa" ], "isAccessibleForFree": "False", "hasPart": { "@type": "WebPageElement", "isAccessibleForFree": "False", "cssSelector": ".poool-content" } }, { "@type": "WebSite", "name": "Euronews.com", "url": "/", "potentialAction": { "@type": "SearchAction", "target": "/search?query={search_term_string}", "query-input": "required name=search_term_string" }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/pt.euronews", "https://twitter.com/euronewspt", "https://flipboard.com/@euronewspt", "https://www.linkedin.com/company/euronews" ] } ] }
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Fábricas chinesas desencadeiam debates geopolíticos na Europa

Fábricas chinesas desencadeiam debates geopolíticos na Europa
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De Hans von der Brelie
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As empresas chinesas estão a investir fortemente na Hungria, com uma fábrica de automóveis elétricos chineses "made in Europe" em fase de planeamento.

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Em 2025, em Debrecen, entrará em funcionamento a maior fábrica de baterias da Europa, um projeto de 7 mil milhões de euros da CATL, líder chinesa do mercado global. Enquanto os defensores destas fábricas gigantes aplaudem o crescimento económico e a criação de postos de emprego, os críticos alertam para os riscos ambientais, a disputa por subsídios e a crescente dependência da Hungria da China e da Rússia como fornecedoras de energia.

Atualmente, estão a ser construídas fábricas de baterias para automóveis elétricos em toda a Europa, não apenas na Hungria. A empresa chinesa CATL já possui uma fábrica de baterias na UE, na Alemanha. Esta fábrica na Hungria, com uma dimensão maior, irá ser a segunda fábrica da empresa chinesa dentro da União Europeia.  

O caminho a seguir é claro: para travar as alterações climáticas, os cientistas concordam que a queima de combustíveis fósseis tem de deixar de existir. O futuro faz-se com veículos elétricos. A razão para tal é o agravamento do efeito de estufa devido ao dióxido de carbono dos gases de escape dos veículos convencionais, com motores a gasóleo ou a gasolina, que leva a um aquecimento da Terra. Como consequência, a partir de 2035 irão deixar de ser vendidos automóveis novos com motores a combustão dentro da União Europeia, apesar de o lóbi dos motores a combustão continuar a tentar anular esta decisão, até agora sem sucesso. 

Neste momento, o mercado mundial de baterias para automóveis elétricos é dominado pela China. Para reduzir a dependência das importações da China, os Estados-Membros da UE estão a tentar expandir em grande escala a produção de baterias em solo europeu. Em 2030, a Europa pode chegar a ter uma capacidade de produção de 1,7 terawatts-hora. 

A Hungria, em particular, está a tentar atrair produtores de baterias para o país, e, de acordo com estimativas dos especialistas, está a pagar mais de dois mil milhões de euros em subsídios diretos e indiretos para o fazer. Os produtores sul-coreanos de baterias já se encontram em operação no país e também já se registaram os primeiros incidentes com fugas de solventes. 

E, agora, a Hungria quer também abrir caminho para a China. Em breve, começarão a ser fabricados no país automóveis elétricos chineses e baterias chinesas. De acordo com Andrea Éltető, do Institute of World Economics, em Budapeste, da Academia Húngara de Ciências, esta pode ser uma estratégia arriscada de uma perspetiva geopolítica: "Esta indústria [das baterias] vai precisar de usufruir de um quarto do total do consumo energético da Hungria", sublinha. Mas existe um senão: a Hungria continua a abastecer-se de petróleo e gás natural na Rússia. 

Com o planeamento de mais linhas de produção de baterias, consumidoras de uma grande quantidade energia, as necessidades energéticas da Hungria estão a aumentar. No que diz respeito ao grupo chinês CATL e à sua fábrica gigante perto de Debrecen, isto representa uma capacidade de produção anual de, pelo menos, 100 gigawatts-hora. A cientista Éltető avisa: "A Hungria está a cair numa dependência múltipla, uma vez que já depende da Rússia para a energia, e, agora, com a construção de várias fábricas chinesas, a a depender também da China. O governo húngaro quer ser uma espécie de interveniente global neste jogo geopolítico, mas isto não se reflete numa independência maior para o país, pelo contrário: reflete-se numa dependência ainda maior".  

 

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