Os líderes do norte e do sul da Europa afirmaram que a segurança da UE exige um maior investimento se os países esperam afastar a atual ameaça da Rússia.
A cimeira Norte-Sul teve lugar na cidade de Inari, conhecida como a capital da cultura sámi finlandesa.
Em declarações aos meios de comunicação social, a Alta Representante da UE para a política externa, Kaja Kallas, afirmou que a defesa tem de ser reforçada: "Para evitar a guerra, precisamos de fazer mais pela defesa. Temos de investir em capacidades críticas", afirmou.
"A Rússia representa uma ameaça direta à segurança europeia, mas a segurança compreende diferentes elementos, que são diferentes a leste, a sul, a norte e a oeste, mas podemos resolver estas questões se agirmos em conjunto", acrescentou.
Há duas semanas, a Agência Europeia de Defesa publicou o relatório "Defence Data" para 2023 sobre as despesas de defesa dos 27 Estados-Membros da UE.
Com um valor recorde de 279 mil milhões de euros, as despesas aumentaram 10% em relação ao ano anterior, o que representa o nono ano de crescimento consecutivo. No total, 22 Estados aumentaram as suas despesas com a defesa, tendo 11 deles aumentado as despesas em mais de 10%.
Enquanto a Espanha e a Bélgica apenas gastaram 1,2% em defesa em 2023, os Estados que fazem fronteira com a Rússia gastaram muito mais: A Polónia consagrou 3,3% do seu orçamento à defesa, a Estónia 3% e a Letónia 2,9%.
A próxima istração do presidente eleito dos EUA, Donald Trump, também foi abordada na conferência, antes da tomada de posse em janeiro de 2025.
Trump tem apelado sistematicamente a um fim rápido da guerra na Ucrânia através de negociações com a Rússia, suscitando receios, durante a sua campanha, de que cortaria o financiamento dos EUA ao país devastado pela guerra.
No entanto, funcionários próximos de Trump revelaram que ele pretende continuar a enviar equipamento militar dos EUA para a Ucrânia após a tomada de posse. A sua equipa de política externa também disse que ele planeia instar os aliados da NATO a aumentar as despesas com a defesa para 5% do PIB.
Em resposta a uma pergunta sobre como Trump poderá alterar a política dos EUA em relação à Ucrânia, a primeira-ministra italiana Giorgia Meloni afirmou que é fundamental continuar a apoiar Kiev.
"Em relação a Trump, não devemos acreditar nos rumores. Por exemplo, uma das últimas coisas que o ouvi dizer é que estão a trabalhar para a paz, mas sabem que para ter paz não se pode abandonar a Ucrânia", disse a primeira-ministra italiana.
"Por isso, espero para perceber exatamente quais são as verdadeiras intenções do novo presidente dos Estados Unidos ou da NATO", acrescentou.