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Alterações climáticas: a adaptação das estâncias de ski alpinas ao fim do "ouro branco"

Em parceria comthe European Commission
Alterações climáticas: a adaptação das estâncias de ski alpinas ao fim do "ouro branco"
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De Laurence Alexandrowicz
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Com as alterações climáticas, as estâncias de ski de baixa e média altitude atraem menos pessoas no inverno. Com a ajuda de locais de teste, o BeyondSnow está a prepará-las para o desaparecimento da neve.

No coração do Parque Nacional de Triglav, Klemen Langus, diretor do Gabinete de Turismo de Bohinj, constata que o número de visitantes da estância de ski local diminui de ano para ano: "Há 10 ou 15 anos, o turismo de ski representava 35 % de todos os visitantes. Agora representa entre 18 e 20 %", lamenta. 

O objetivo do projeto europeu BeyondSnow (um projeto Interreg que trabalha com várias regiões ao mesmo tempo) é ajudar as regiões alpinas a depender menos da neve.

"Para ser rentável, uma estância de ski tem de estar aberta 100 dias por ano"
Philipp Corradini
Investigador do EURAC

Durante três anos, o EURAC e uma dúzia de outros parceiros foram incumbidos de desenvolver uma estratégia para ajudar as estâncias turísticas a sobreviver às consequências sociais, económicas e ambientais das alterações climáticas: "O nosso objetivo é fornecer-lhes os dados e as ferramentas para que possam desenvolver as próprias estratégias", explica Philipp Corradini. 

Como é que nos podemos preparar para o fim do "ouro branco"?

O Lago Bohinj, na Eslovénia, atrai 250 mil turistas por ano, a maioria dos quais no verão. Com vista para este cenário encantador, 22 pistas recebem os esquiadores a altitudes entre os 1500 e os 1800 metros.  Mas quanto tempo lhes resta?

"Temos de encontrar formas de desenvolver trilhos para caminhadas e ciclismo sem danificar a paisagem natural", comenta Klemen Langus. "Há três pilares principais que temos de ter em mente quando falamos do desenvolvimento da zona: agricultura, turismo e proteção ambiental."

O Bohinj é um dos dez locais de teste do projeto BeyondSnow. Dez comunidades de seis países alpinos (França, Itália, Eslovénia, Suíça, Alemanha e Áustria) estão a preparar-se para o futuro através da partilha de experiências. Em França, a estância Metabief, no Jura, participa no projeto.

"As estâncias entrevistaram as partes interessadas e organizaram oficinas, e nós criámos um inquérito turístico", explica Philipp Corradini. Com base nas informações recolhidas, estes locais estão a elaborar estratégias de transição. "Estão a desenvolver uma estratégia muito baseada na comunidade, que se centra não só no turismo, mas também na habitabilidade geral do local a que chamam casa".

As pessoas desaparecem como a neve

Esta transição também implica lutar contra o êxodo rural. Em Itália, os jovens abandonam as montanhas de Carnia à mesma velocidade com que a neve desaparece, o que desertifica a pequena estância de Pradibosco, a 1100 metros de altitude. 

Margherita Mabel Costantini, de 28 anos, está desesperada com esta situação. Ela trabalha no projeto BeyondSnow:

"Os jovens adoram a região e querem ficar, mas não há oportunidades para eles. Acima de tudo, precisam de empregos na região, que lhes permitam viver e planear um futuro aqui".

"Todas as zonas turísticas têm potencial.  Estamos a ajudar estes residentes a criar as próprias atrações turísticas, em vez de deixar que sejam os estrangeiros, que podem não ter uma ligação emocional à região, a fazê-lo"
Philipp Corradini
Investigador do EURAC

O programa BeyondSnow, financiado pelo Fundo de Coesão da União Europeia em 1,944.473 milhões de euros, de um total de 2,720.730 milhões, incentiva o desenvolvimento do potencial local. A esperança é que cada comunidade encontre o seu próprio pote de ouro, a fim de oferecer algo de novo aos turistas.  

O Beyond Snow irá apresentar em breve uma ferramenta digital que irá permitir às regiões ameaçadas reinventarem-se, avaliarem a sua capacidade de resistência às alterações climáticas e oferecerem alternativas sustentáveis. A ferramenta será disponibilizada gratuitamente a órgãos responsáveis nos Alpes, na esperança de influenciar os responsáveis políticos. 

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