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Merkel considerou retirada do Afeganistão um "fracasso terrível"

A antiga chanceler alemã Angela Merkel participa como testemunha na sessão pública da Comissão de Inquérito do Bundestag sobre o Afeganistão, em Berlim, quinta-feira, 5 de dezembro de 2024
A antiga chanceler alemã Angela Merkel participa como testemunha na sessão pública da Comissão de Inquérito do Bundestag sobre o Afeganistão, em Berlim, quinta-feira, 5 de dezembro de 2024 Direitos de autor AP Photo
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De Tamsin Paternoster
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A antiga chanceler alemã foi a última testemunha a depor perante uma comissão parlamentar de inquérito sobre o papel das forças armadas alemãs na retirada ocidental do Afeganistão, durante a tomada de Cabul pelos talibãs, em 2021.

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Angela Merkel declarou, na quinta-feira, durante uma comissão parlamentar de inquérito, que a retirada súbdita das tropas ocidentais do Afeganistão, em 2021, foi "um fracasso terrível".

Em agosto de 2021, quando Merkel era chanceler, as potências ocidentais retiraram as suas forças do Afeganistão de uma forma tão "caótica" que culminou com um ataque suicida no aeroporto de Cabul, que matou mais de 170 civis e 13 soldados norte-americanos.

Durante a sessão da comissão de inquérito, que está a investigar o papel dos militares alemães na retirada, Merkel descreveu como regressou a Berlim depois das suas férias de verão em agosto de 2021 e como foi informada pelos membros do governo sobre a escalada da situação em Cabul.

Na manhã seguinte, a chaceler deu luz verde ao seu ministro da Defesa para retirar cerca de 5.000 militares alemães estacionados no país. Um dia depois, o presidente afegão Ashraf Ghani fugiu de Cabul quando as forças talibãs cercaram a cidade.

Quando questionada sobre se o governo alemão se tinha preparado para tal acontecimento, Merkel respondeu que a decisão de Ghani de fugir "surpreendeu-nos a todos, incluindo aos americanos".

"Não estávamos preparados no sábado para o facto de o Afeganistão ficar sem presidente no dia seguinte", afirmou.

A antiga chanceler criticou Ghani, que partiu com a mulher para o Uzbequistão.

Merkel comparou-o desfavoravelmente ao presidente ucraniano Volodymyr Zelenskyy, que permaneceu na Ucrânia apesar da invasão total do seu país pela Rússia em fevereiro de 2022.

"Assumimos demasiado"

Merkel reconheceu que a comunidade internacional teve de itir que "falhou" noutros objetivos relacionados com o Afeganistão, desde o apoio ao Estado de direito até à defesa dos direitos das mulheres.

"A ideia de criar no país uma nova comunidade alinhada com os ideais ocidentais foi considerada "presunçosa".

Entre as causas do fracasso, Merkel disse que estavam o nepotismo, a corrupção, o tráfico de drogas e uma falta geral de compreensão cultural. Acrescentou ainda que a influência do Paquistão e a situação geopolítica geral do país não foram provavelmente avaliadas com precisão suficiente antes da participação da Alemanha na intervenção militar inicial.

No entanto, Merkel não chegou a condenar totalmente a "aventura" liderada pelos EUA no Afeganistão, afirmando que, "em retrospetiva, é correto" que a Alemanha tenha apoiado os EUA após o ataque terrorista ao World Trade Centre, em 11 de setembro de 2001.

Na altura, a esperança de que uma operação militar ocidental no país pudesse acabar com uma ameaça terrorista era "bem fundamentada".

O presidente dos EUA, Joe Biden, foi fortemente criticado pelo seu papel na retirada de 2021, com os críticos a argumentarem que não implementou um plano eficaz de retirada de civis e encorajou os talibãs a ganharem o controlo de todo o país.

Biden argumentou que um acordo anteriormente feito, sob o comando do ex-presidente dos EUA, Donald Trump, com os talibãs - um acordo que prometia a retirada das forças americanas em 14 meses - deixou-o com muito poucas opções alternativas, libertando assim, milhares de talibãs com tempo suficiente para se organizarem para voltar ao poder.

O inquérito parlamentar, na Alemanha, foi criado para investigar o papel dos militares na retirada do Afeganistão. Ao longo de dois anos, interrogou 111 testemunhas, tendo Merkel sido a última a falar.

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