{ "@context": "https://schema.org/", "@graph": [ { "@type": "NewsArticle", "mainEntityOfPage": { "@type": "Webpage", "url": "/my-europe/2024/12/03/belgica-considerada-culpada-de-crimes-contra-a-humanidade-por-raptos-no-congo-colonial" }, "headline": "B\u00e9lgica considerada culpada de crimes contra a humanidade por raptos no Congo colonial", "description": "Tribunal belga condenou o Estado a pagar uma indemniza\u00e7\u00e3o a cinco mulheres mesti\u00e7as que foram separadas das m\u00e3es quando eram crian\u00e7as no Congo, durante o per\u00edodo colonial.", "articleBody": "O Estado belga foi considerado culpado de crimes contra a humanidade pelo rapto de cinco mulheres mesti\u00e7as quando eram crian\u00e7as, durante o dom\u00ednio colonial belga no Congo.As mulheres, atualmente na casa dos 70 anos, foram v\u00edtimas de um \u0022rapto sistem\u00e1tico\u0022 por parte do Estado, no momento em que foram retiradas \u00e0s m\u00e3es quando eram crian\u00e7as, devido \u00e0 sua origem mesti\u00e7a, e colocadas em orfanatos cat\u00f3licos, afirmou o Tribunal de Recurso de Bruxelas na segunda-feira.A entidade judicial declarou que o Estado belga tinha um \u0022plano para procurar e raptar sistematicamente crian\u00e7as nascidas de uma m\u00e3e negra e de um pai branco\u0022.\u0022O seu rapto \u00e9 um ato desumano e persecut\u00f3rio que constitui um crime contra a humanidade \u00e0 luz dos princ\u00edpios do direito internacional\u0022, declarou o tribunal em comunicado.O Estado foi condenado pelo tribunal a pagar 50.000 euros a cada uma das cinco mulheres pelos danos morais que sofreram, bem como a cobrir mais de um milh\u00e3o de euros em custas judiciais.As mulheres - Monique Bitu-Bingi, No\u00eblle Verbeken, L\u00e9a Tavares Mujinga, Simone Ngalula e Marie-Jos\u00e9 Loshi - venceram a batalha legal em curso na segunda-feira, depois de o tribunal de recurso ter anulado uma decis\u00e3o de 2021 que tinha determinado que o processo j\u00e1 teria prescrito.\u0022Esta \u00e9 uma vit\u00f3ria e um julgamento hist\u00f3rico\u0022, disse Mich\u00e8le Hirsch, uma das advogadas das cinco mulheres, \u00e0 imprensa belga. \u0022\u00c9 a primeira vez na B\u00e9lgica, e provavelmente na Europa, que um tribunal condena o Estado colonial belga por crimes contra a humanidade.\u0022Em 2019, o Governo belga pediu desculpas, pela primeira vez, pelo rapto de milhares de crian\u00e7as de heran\u00e7a mista - europeia e africana - no Congo (atual Rep\u00fablica Democr\u00e1tica do Congo) entre 1959 e 1962.O pa\u00eds foi uma col\u00f3nia belga de 1908 a 1960.O Minist\u00e9rio dos Neg\u00f3cios Estrangeiros da B\u00e9lgica, que representou o Governo no processo, n\u00e3o comentou publicamente a decis\u00e3o.", "dateCreated": "2024-12-03T11:41:52+01:00", "dateModified": "2024-12-03T15:49:30+01:00", "datePublished": "2024-12-03T15:49:30+01:00", "image": { "@type": "ImageObject", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Farticles%2Fstories%2F08%2F88%2F71%2F76%2F1440x810_cmsv2_641e729b-ba47-5166-979c-257eb098afc4-8887176.jpg", "width": "1440px", "height": "810px", "caption": "Simone Ngalula, Monique Bitu Bingi, Lea Tavares Mujinga, Noelle Verbeeken e Marie-Jose Loshi posam para uma fotografia de grupo em Bruxelas, B\u00e9lgica, 29 de junho de 2020", "thumbnail": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Farticles%2Fstories%2F08%2F88%2F71%2F76%2F432x243_cmsv2_641e729b-ba47-5166-979c-257eb098afc4-8887176.jpg", "publisher": { "@type": "Organization", "name": "euronews", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Fwebsite%2Fimages%2Feuronews-logo-main-blue-403x60.png" } }, "author": { "@type": "Person", "name": "Kieran Guilbert" }, "publisher": { "@type": "Organization", "name": "Euronews", "legalName": "Euronews", "url": "/", "logo": { "@type": "ImageObject", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Fwebsite%2Fimages%2Feuronews-logo-main-blue-403x60.png", "width": "403px", "height": "60px" }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/pt.euronews", "https://twitter.com/euronewspt", "https://flipboard.com/@euronewspt", "https://www.linkedin.com/company/euronews" ] }, "articleSection": [ "Not\u00edcias da Europa" ], "isAccessibleForFree": "False", "hasPart": { "@type": "WebPageElement", "isAccessibleForFree": "False", "cssSelector": ".poool-content" } }, { "@type": "WebSite", "name": "Euronews.com", "url": "/", "potentialAction": { "@type": "SearchAction", "target": "/search?query={search_term_string}", "query-input": "required name=search_term_string" }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/pt.euronews", "https://twitter.com/euronewspt", "https://flipboard.com/@euronewspt", "https://www.linkedin.com/company/euronews" ] } ] }
PUBLICIDADE

Bélgica considerada culpada de crimes contra a humanidade por raptos no Congo colonial

Simone Ngalula, Monique Bitu Bingi, Lea Tavares Mujinga, Noelle Verbeeken e Marie-Jose Loshi posam para uma fotografia de grupo em Bruxelas, Bélgica, 29 de junho de 2020
Simone Ngalula, Monique Bitu Bingi, Lea Tavares Mujinga, Noelle Verbeeken e Marie-Jose Loshi posam para uma fotografia de grupo em Bruxelas, Bélgica, 29 de junho de 2020 Direitos de autor Francisco Seco/AP
Direitos de autor Francisco Seco/AP
De Kieran Guilbert
Publicado a
Partilhe esta notíciaComentários
Partilhe esta notíciaClose Button

Tribunal belga condenou o Estado a pagar uma indemnização a cinco mulheres mestiças que foram separadas das mães quando eram crianças no Congo, durante o período colonial.

PUBLICIDADE

O Estado belga foi considerado culpado de crimes contra a humanidade pelo rapto de cinco mulheres mestiças quando eram crianças, durante o domínio colonial belga no Congo.

As mulheres, atualmente na casa dos 70 anos, foram vítimas de um "rapto sistemático" por parte do Estado, no momento em que foram retiradas às mães quando eram crianças, devido à sua origem mestiça, e colocadas em orfanatos católicos, afirmou o Tribunal de Recurso de Bruxelas na segunda-feira.

A entidade judicial declarou que o Estado belga tinha um "plano para procurar e raptar sistematicamente crianças nascidas de uma mãe negra e de um pai branco".

"O seu rapto é um ato desumano e persecutório que constitui um crime contra a humanidade à luz dos princípios do direito internacional", declarou o tribunal em comunicado.

O Estado foi condenado pelo tribunal a pagar 50.000 euros a cada uma das cinco mulheres pelos danos morais que sofreram, bem como a cobrir mais de um milhão de euros em custas judiciais.

As mulheres - Monique Bitu-Bingi, Noëlle Verbeken, Léa Tavares Mujinga, Simone Ngalula e Marie-José Loshi - venceram a batalha legal em curso na segunda-feira, depois de o tribunal de recurso ter anulado uma decisão de 2021 que tinha determinado que o processo já teria prescrito.

"Esta é uma vitória e um julgamento histórico", disse Michèle Hirsch, uma das advogadas das cinco mulheres, à imprensa belga. "É a primeira vez na Bélgica, e provavelmente na Europa, que um tribunal condena o Estado colonial belga por crimes contra a humanidade."

Em 2019, o Governo belga pediu desculpas, pela primeira vez, pelo rapto de milhares de crianças de herança mista - europeia e africana - no Congo (atual República Democrática do Congo) entre 1959 e 1962.

O país foi uma colónia belga de 1908 a 1960.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros da Bélgica, que representou o Governo no processo, não comentou publicamente a decisão.

Ir para os atalhos de ibilidade
Partilhe esta notíciaComentários

Notícias relacionadas

República Democrática do Congo quer desenvolver o potencial agrícola

Comuna de Bruxelas homenageia mulheres

Ataque maciço da Rússia durante troca de prisioneiros faz 15 feridos em Kiev