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Prós e contras de fornecer aviões de combate à Ucrânia

A Ucrânia manifestou interesse nos F-16 de fabrico norte-americano
A Ucrânia manifestou interesse nos F-16 de fabrico norte-americano Direitos de autor AP Photo/Lefteris Pitarakis
Direitos de autor AP Photo/Lefteris Pitarakis
De Lauren ChadwickIsabel Marques da Silva
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A Ucrânia usa, atualmente, jatos MiG-29 e Sukhoi, da era soviética, mas manifestaram interesse nos F-16 de fabrico norte-americano, atualmente utilizados em vários países da União Europeia (UE).

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Quando a força aérea da Finlândia trocou os seus aviões de caça de produção soviética pelos de fabrico norte-americano (F-18), Jarmo Lindberg liderou o primeiro grupo de pilotos a serem treinados na Califórnia (EUA).

Esse treino durou um ano, incluindo aulas de Inglês, simulações de voo, procedimentos de emergência e aprendizagem da utilização da aeronave para combater, disse à euronews aquele que também foi ministro da Defesa finlandês.

Com o governo da Ucrânia a pedir, insistentemente, ao Ocidente que lhe forneça aviões de combate para se defender da Rússia, os peritos dizem que há muitas considerações a ter em conta.

"Leva tempo e é por isso que precisamos de ser realistas e honestos sobre o facto de que isto não se concretiza em apenas algumas semanas", disse Lindberg.

A Ucrânia usa, atualmente, jatos MiG-29 e Sukhoi, da era soviética, mas manifestou interesse nos F-16 de fabrico norte-americano, atualmente utilizados em vários países da União Europeia (UE).

O presidente ucraniano, Volodimyr Zelenskyy, disse que o país quer formar uma nova "coligação para os aviões", num discurso perante o Parlamento britânico, no início do mês. Era uma alusão à "coligação para os tanques", que já se concretizou.

"É uma capacidade militar muito mais avançada do que a que estão agora a receber dos países ocidentais", explica Jarmo Lindberg. Os aviões a jacto são extremamente rápidos e podem ajudar a Ucrânia a deslocar-se nas operações por todo o país, referiu.

Jan Joel Andersson, analista no Instituto de Estudos de Segurança da União Europeia, acrescentou que a Ucrânia pode perder os seus atuais caças e precisa de "uma força aérea viável para ter uma defesa credível, a médio e longo prazo".

O grupo holandês de monitorização Oryx estima que a Ucrânia já perdeu  53 aviões de combate desde o início da guerra.

Uma possível escalada da guerra?

Mas com esta capacidade "mais avançada" poderia surgir uma nova escalada na guerra, um risco que está provavelmente a ser ponderado pelos governos ocidentais, disseram os peritos à euronews.

No final de janeiro, o presidente dos EUA, Joe Biden, excluiu o envio de caças para a Ucrânia. O secretário de Defesa do Reino Unido, Ben Wallace, disse à BBC que não haveria envio imediato de caças.

O governo britânico explicou que planeia expandir a formação de pilotos de caças ucranianos como parte do "seu investimento" no exército ucraniano. Outros países expressaram uma maior abertura à ideia de fornecer caças.

Muitos peritos concordam que tal poderia ser visto pelo governo da Rússia como uma escalada da guerra, com o Kremlin a ficar preocupado com o facto da Ucrânia poder utilizar os aviões e mísseis para atacar dentro do território russo.

Kelly Grieco, analista no Stimson Center, em Washington (EUA), disse que os riscos de escalada são "sérios e muito reais" e têm sido geridos até agora por uma estratégia de "incrementalismo", com os países ocidentais a fornecerem, gradualmente, armas mais avançadas.

"O Ocidente está a ver que esta abordagem gradual está a funcionar e por isso está menos preocupado com alguns riscos de escalada", acrescentou.

Será que os caças ajudariam mesmo a Ucrânia?

Phil Haun, antigo piloto e reitor do Colégio Naval de Guerra dos EUA, disse que os aviões de combate ocidentais não dariam à Ucrânia grande vantagem militar devido à "robusta defesa aérea russa".

Outros analistas consideram que a força aérea da Ucrânia poderia tornar-se menos eficiente com estes caças, por falta de experiência dos pilotos.

"O que não se quer  é colocar um eficiente piloto de aviões de combate da fabrico soviético a pilotar um avião de combate ocidental de forma ineficaz", disse Douglas Barrie, do Instituto Internacional de Estudos Estratégicos.

"É muito mais fácil substituir um avião de combate do que um piloto. Perde-se toda a experiência", acrescentou.

Este é também um novo tipo de conflito face aos mais recentes palcos de combate. "Nem as forças aéreas russa nem ucraniana foram capazes de operar, eficazmente, os seus aviões de combate contra forças terrestres adversárias", acrescentou Phil Haun.

Isto deve-se ao facto dos mísseis terra-ar soviéticos, operados por ambos os países, tornarem "muito difícil aos aviões de combate realizarem operações ofensivas", concluiu Haun.

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