O Ministério dos Negócios Estrangeiros, da Commonwealth e do Desenvolvimento revogou a acreditação de um diplomata russo e de um cônjuge diplomático como retaliação pelas expulsões anunciadas, esta semana, em Moscovo.
O Reino Unido revogou a acreditação de um diplomata russo e de um cônjuge diplomático, numa medida de retalialão face à expulsão de dois funcionários da embaixada britânica em Moscovo, esta semana.
O Ministério britânico dos Negócios Estrangeiros, da Commonwealth e do Desenvolvimento (FCDO) declarou, na quarta-feira, que estava a tomar "medidas recíprocas imediatas" depois de a Rússia ter acusadodois diplomatas britânicos de espionagem e lhes ter dado um prazo de quinze dias para abandonarem o país.
O Reino Unido rejeitou as alegações, que foram feitas na segunda-feira, como "maliciosas" e "sem fundamento".
O embaixador da Rússia no Reino Unido, Andrei Kelin, foi convocado pelo FCDO e informado das mais recentes expulsões. Não foi indicado qualquer prazo para a partida da dupla.
“Durante os últimos 12 meses, a Rússia tem levado a cabo uma campanha de assédio cada vez mais agressiva e coordenada contra os diplomatas britânicos”, declarou o FCDO, em comunicado.
“É evidente que o Estado russo está a tentar ativamente levar a embaixada britânica em Moscovo a fechar e não tem em conta o perigoso impacto desta escalada.”
As expulsões de diplomatas - tanto de enviados ocidentais que trabalham na Rússia, como de funcionários russos no Ocidente - tornaram-se cada vez mais comuns desde que Moscovo lançou a sua invasão em grande escala sobre a Ucrânia, em fevereiro de 2022.
Só no ano ado, a Rússia expulsou sete diplomatas britânicos do país devido a acusações de espionagem, que o Reino Unido negou.
Em maio ado, o Reino Unido expulsou o adido de defesa da Rússia em Londres, alegando que se tratava de um agente dos serviços secretos não declarado, e encerrou várias instalações diplomáticas russas, invocando que estariam a ser utilizadas para espionagem. Moscovo retaliou rapidamente, expulsando o adido de defesa do Reino Unido.
E no mês ado, Londres revogou a acreditação de outro diplomata russo, em retaliação a uma medida semelhante tomada por Moscovo em novembro ado.
Há anos que as relações entre Moscovo e Londres são tensas. Aumentaram drasticamente em março de 2018, quando o antigo agente dos serviços secretos russos Sergei Skripal e a sua filha foram envenenados na cidade inglesa de Salisbury, com recurso à substância Novichok, que atua sobre o sistema nervoso. As autoridades britânicas afirmaram que o incidente foi uma tentativa de assassinato com alvos específicos ordenada por Moscovo, uma afirmação que o Kremlin descreveu como absurda.
Mais recentemente, o Reino Unido provocou a ira da Rússia através do seu apoio militar a Kiev e dos comentários do primeiro-ministro Keir Starmer sobre a possibilidade de enviar forças de manutenção da paz britânicas para a Ucrânia para fazer cumprir qualquer acordo de paz.