O objetivo de Giorgia Meloni é estancar os fluxos migratórios ilegais. Ativistas dos direitos humanos desconfiam da iniciativa e temem políticas contra os migrantes.
A primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, pediu relações novas e "mais igualitárias" entre a Europa e os países de origem e trânsito dos migrantes.
O pedido foi feito na conferência patrocinada por Meloni, que reuniu cerca de 20 nações, autoridades da UE e organizações internacionais com o objetivo de estancar os fluxos de migração ilegal.
A chefe do governo italiano visa tornar a Itália líder na resolução de questões que afetam as nações mediterrâneas. O principal deles é a migração - já que a Itália sustenta centenas de recém-chegados diariamente na fronteira sul da Europa -, mas também a energia, já que a Europa busca em África e no Oriente Médio soluções para substituir definitivamente os suprimentos russos.
A presidente da Comissão Europeia tamb'em marcou presença no encontro. Ursula von der Leyen disse: "O Processo de Roma é uma oportunidade de união. É um novo fórum para nos entendermos melhor um ao outro, identificar os interesses e necessidades de cada um e encontrar soluções mutuamente benéficas".
Giorgia Meloni defendeu, por seu turno que “a Itália e a Europa precisam de imigração, mas não podemos dar o sinal de que quem entra ilegalmente será recompensado”.
A primeira-ministra de Itália afirmo ainda: “No centro dos fluxos migratórios estão principalmente elas, as pessoas. Vidas, esperanças, medos, sofrimentos usados, explorados por organizações criminosas que seguem apenas a lógica do lucro. Obviamente, é nosso dever cuidar de nossas nações, mas também é nosso dever lidar com o destino dessas pessoas”.
A Itália é a principal porta na fronteira sul da Europa e o fennómeno cresce exponencialmente nos últimos anos.83.439 migrantes desembarcaram no país desde o início de 2023. No ano ado, o total das chegadas foi de 33.972.
O total de chegadas à Europa por via marítima foi de 109.688 desde o início do ano, até 17 de julho.
Grupos de direitos humanos veem com desconfiança a iniciativa de Meloni, que inclui nações do norte e da África subsaariana e do Oriente Médio. Temem a criação de um roteiro futuro, que resulte em políticas anti-imigrantes e que coloquem em África a responsabilidade de manter os africanos fora da Europa.