{ "@context": "https://schema.org/", "@graph": [ { "@type": "NewsArticle", "mainEntityOfPage": { "@type": "Webpage", "url": "/2023/05/09/comissaria-da-ue-confiante-sobre-acordo-para-migracao-antes-do-final-desta-legislatura" }, "headline": "Comiss\u00e1ria da UE \u0022confiante\u0022 sobre acordo para migra\u00e7\u00e3o \u0022antes do final desta legislatura\u0022", "description": "A gest\u00e3o dos pedidos de asilo na Uni\u00e3o Europeia \u00e9 um problema que se arrasta h\u00e1 anos, sem que os Estados-membros cheguem a acordo. Ylva Johansson, comiss\u00e1ria europeia para os Assuntos Internos, falou com a Euronews sobre o que est\u00e1 a ser feito para lidar com a press\u00e3o migrat\u00f3ria na UE.", "articleBody": "Isabel Marques da Silva, Euronews:\u00a0A situa\u00e7\u00e3o no Mediterr\u00e2neo \u00e9 terr\u00edvel, 700 pessoas j\u00e1 morreram este ano. O diretor da Ag\u00eancia das Na\u00e7\u00f5es Unidas para as Migra\u00e7\u00f5es, Ant\u00f3nio Vitorino, insiste que faltam iniciativas estatais para os esfor\u00e7os de salvamento no mar. Haver\u00e1 uma nova miss\u00e3o conjunta da Uni\u00e3o Europeia? Ylva Johansson: Devo dizer que o que estamos a ver agora da Guarda Costeira italiana \u00e9 realmente impressionante. Penso que j\u00e1 resgataram mais de 30 mil pessoas este ano. E temos tamb\u00e9m as ONG, mas em menor escala, claro. As iniciativas estatais s\u00e3o maiores, no que respeita \u00e0 busca e salvamento. Mas temos de evitar estas partidas perigosas em primeiro lugar, porque h\u00e1 sempre o risco de algu\u00e9m desaparecer, ou perder a vida, se partir nestas viagens perigosas. \u00c9 por isso que \u00e9 t\u00e3o importante prevenir, combater os traficantes, mas tamb\u00e9m oferecer vias legais, vias seguras para a Uni\u00e3o Europeia. I.M.S.:\u00a0Vemos que, no fim de contas, a It\u00e1lia \u00e9 o principal ponto de chegada, est\u00e1 na linha da frente. O governo acaba de declarar o estado de emerg\u00eancia por seis meses. E tamb\u00e9m vimos o Ministro do Interior de Fran\u00e7a a criticar o governo, dizendo que n\u00e3o est\u00e1 a ser capaz de gerir a migra\u00e7\u00e3o. O que diz em rela\u00e7\u00e3o a isto? Y.J.:\u00a0 Penso que It\u00e1lia est\u00e1 sob uma enorme press\u00e3o e que a est\u00e1 a gerir muito bem. O estado de emerg\u00eancia em It\u00e1lia \u00e9 obviamente uma decis\u00e3o nacional. Mas vejo-o como uma forma de ajudar o pa\u00eds a lidar com o acolhimento e a melhorar as capacidades de acolher de um modo mais r\u00e1pido. E isso \u00e9 absolutamente necess\u00e1rio com este enorme n\u00famero de chegadas. Mas \u00e9 importante dizer que It\u00e1lia n\u00e3o deve estar sozinha. Temos de apoiar It\u00e1lia neste dom\u00ednio. I.M.S.:\u00a0A Tun\u00edsia \u00e9 atualmente um dos principais pontos de partida de migrantes e refugiados, tanto de cidad\u00e3os do pa\u00eds como de outros pa\u00edses africanos. Recentemente visitou a Tun\u00edsia e conversou com o governo. Que medidas v\u00e3o ser tomadas para, de alguma forma, travar este fluxo? Y.J.: Cheg\u00e1mos agora a um acordo muito bom com o Governo e as autoridades tunisinos para aprofundar a nossa coopera\u00e7\u00e3o, ou seja, para intensificar o nosso apoio \u00e0 prote\u00e7\u00e3o das suas fronteiras, tanto com a Guarda Costeira, como nas suas fronteiras meridionais. Isto inclui tamb\u00e9m ajud\u00e1-los a criar capacidades para o registo e rece\u00e7\u00e3o de migrantes, mas tamb\u00e9m a cooperar quando se trata de investiga\u00e7\u00f5es policiais, para irem atr\u00e1s dos traficantes. Tamb\u00e9m cheg\u00e1mos a acordo sobre uma via legal, chamada \u0022Parceria de Talentos\u0022, para que os tunisinos tenham a possibilidade de entrar legalmente na Uni\u00e3o Europeia. I.M.S.:\u00a0Falemos ent\u00e3o do Pacto Europeu sobre Migra\u00e7\u00e3o e Asilo, que \u00e9 o instrumento para promover uma maior solidariedade, incluindo em mat\u00e9ria de relocaliza\u00e7\u00e3o. Est\u00e3o a decorrer negocia\u00e7\u00f5es sobre a legisla\u00e7\u00e3o que tem de ser reformada. Qu\u00e3o confiante est\u00e1 em rela\u00e7\u00e3o a outros pa\u00edses quererem acolher refugiados e migrantes? E ser\u00e1 que algumas destas medidas de relocaliza\u00e7\u00e3o podem ser vinculativas, de modo a que os Estados-Membros sejam obrigados a participar? Y.J.:\u00a0 Estamos a trabalhar em conjunto para combater o elevado n\u00famero [de mortes] no Mediterr\u00e2neo Central. Estamos a trabalhar em conjunto para lidar com situa\u00e7\u00f5es de emerg\u00eancia, mas tamb\u00e9m para encontrar uma solu\u00e7\u00e3o legislativa a longo prazo para conseguir uma forma est\u00e1vel de gerir a migra\u00e7\u00e3o, de uma forma ordenada. E, at\u00e9 agora, fizemos enormes progressos no que diz respeito \u00e0s negocia\u00e7\u00f5es. \u00c9 claro que temos de fazer figas, porque ainda h\u00e1 alguns os a dar, mas estou muito confiante de que vamos conseguir chegar a um compromisso antes do final desta legislatura. I.M.S.:\u00a0Apesar de todos estes esfor\u00e7os para uma abordagem comum, vemos que, por exemplo, o Conselho da Europa advertiu recentemente a Uni\u00e3o Europeia contra as pr\u00e1ticas de expuls\u00e3o de migrantes e refugiados sem processar os seus pedidos. Trata-se evidentemente de uma pr\u00e1tica ilegal \u00e0 luz do direito internacional. Mas a Litu\u00e2nia decidiu adotar uma lei que prev\u00ea o recurso a este instrumento em situa\u00e7\u00f5es de emerg\u00eancia. O que pensa desta decis\u00e3o? Y.J.:\u00a0 Mantenho um o estreito com a Litu\u00e2nia. Estive em V\u00edlnius, em fevereiro, para discutir diretamente com a ministra e ela est\u00e1 muito dispon\u00edvel para, em conjunto com os meus servi\u00e7os, analisar esta legisla\u00e7\u00e3o e ver que altera\u00e7\u00f5es s\u00e3o necess\u00e1rias para cumprir os requisitos europeus. E estamos neste momento nesse processo. I.M.S.:\u00a0Ao mesmo tempo, vemos que h\u00e1 muito talento, que muitas pessoas podem ser \u00fateis como for\u00e7a de trabalho, aqui na Europa, seja na Alemanha ou em Espanha. Sei que estes pa\u00edses est\u00e3o interessados em projetos-piloto com a Tun\u00edsia, Marrocos e outros pa\u00edses. Como \u00e9 que isto vai funcionar? Y.J.:\u00a0 Vai funcionar muito bem. Temos falta de m\u00e3o de obra em quase todos os Estados-membros, em quase todos os setores, devo dizer. E esta \u00e9, de facto, uma oportunidade de ouro para encontrar novas rela\u00e7\u00f5es com muitos dos nossos pa\u00edses parceiros e investir nas vias legais. O que a Comiss\u00e3o Europeia oferece \u00e9 a \u0022Parceria de Talentos\u0022, com a qual tamb\u00e9m podemos apoiar, por exemplo, a cria\u00e7\u00e3o de compet\u00eancias em forma\u00e7\u00e3o profissional e cursos de l\u00ednguas, antes de as pessoas partirem para trabalhar na Uni\u00e3o Europeia. E isso pode ser feito numa situa\u00e7\u00e3o \u0022win-win\u0022. Por exemplo, investir em forma\u00e7\u00e3o na Tun\u00edsia beneficiaria tanto os que gostariam de ficar na Tun\u00edsia, como aqueles que v\u00e3o trabalhar durante alguns anos, ou um ano, num Estado-membro, e depois talvez regressem. 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Comissária da UE "confiante" sobre acordo para migração "antes do final desta legislatura"

Comissária da UE "confiante" sobre acordo para migração "antes do final desta legislatura"
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A gestão dos pedidos de asilo na União Europeia é um problema que se arrasta há anos, sem que os Estados-membros cheguem a acordo. Ylva Johansson, comissária europeia para os Assuntos Internos, falou com a Euronews sobre o que está a ser feito para lidar com a pressão migratória na UE.

Isabel Marques da Silva, Euronews: A situação no Mediterrâneo é terrível, 700 pessoas já morreram este ano. O diretor da Agência das Nações Unidas para as Migrações, António Vitorino, insiste que faltam iniciativas estatais para os esforços de salvamento no mar. Haverá uma nova missão conjunta da União Europeia?

Ylva Johansson: Devo dizer que o que estamos a ver agora da Guarda Costeira italiana é realmente impressionante. Penso que já resgataram mais de 30 mil pessoas este ano. E temos também as ONG, mas em menor escala, claro. As iniciativas estatais são maiores, no que respeita à busca e salvamento. Mas temos de evitar estas partidas perigosas em primeiro lugar, porque há sempre o risco de alguém desaparecer, ou perder a vida, se partir nestas viagens perigosas. É por isso que é tão importante prevenir, combater os traficantes, mas também oferecer vias legais, vias seguras para a União Europeia.

Penso que Itália está sob uma enorme pressão [migratória] e que a está a gerir muito bem. (...) Mas é importante dizer que Itália não deve estar sozinha. Temos de apoiar Itália neste domínio
Ylva Johansson
Comissária da UE para os Assuntos Internos

I.M.S.: Vemos que, no fim de contas, a Itália é o principal ponto de chegada, está na linha da frente. O governo acaba de declarar o estado de emergência por seis meses. E também vimos o Ministro do Interior de França a criticar o governo, dizendo que não está a ser capaz de gerir a migração. O que diz em relação a isto?

**Y.J.:**Penso que Itália está sob uma enorme pressão e que a está a gerir muito bem. O estado de emergência em Itália é obviamente uma decisão nacional. Mas vejo-o como uma forma de ajudar o país a lidar com o acolhimento e a melhorar as capacidades de acolher de um modo mais rápido. E isso é absolutamente necessário com este enorme número de chegadas. Mas é importante dizer que Itália não deve estar sozinha. Temos de apoiar Itália neste domínio.

I.M.S.: A Tunísia é atualmente um dos principais pontos de partida de migrantes e refugiados, tanto de cidadãos do país como de outros países africanos. Recentemente visitou a Tunísia e conversou com o governo. Que medidas vão ser tomadas para, de alguma forma, travar este fluxo?

Y.J.: Chegámos agora a um acordo muito bom com o Governo e as autoridades tunisinos para aprofundar a nossa cooperação, ou seja, para intensificar o nosso apoio à proteção das suas fronteiras, tanto com a Guarda Costeira, como nas suas fronteiras meridionais. Isto inclui também ajudá-los a criar capacidades para o registo e receção de migrantes, mas também a cooperar quando se trata de investigações policiais, para irem atrás dos traficantes. Também chegámos a acordo sobre uma via legal, chamada "Parceria de Talentos", para que os tunisinos tenham a possibilidade de entrar legalmente na União Europeia.

I.M.S.: Falemos então do Pacto Europeu sobre Migração e Asilo, que é o instrumento para promover uma maior solidariedade, incluindo em matéria de relocalização. Estão a decorrer negociações sobre a legislação que tem de ser reformada. Quão confiante está em relação a outros países quererem acolher refugiados e migrantes? E será que algumas destas medidas de relocalização podem ser vinculativas, de modo a que os Estados-Membros sejam obrigados a participar?

**Y.J.:**Estamos a trabalhar em conjunto para combater o elevado número [de mortes] no Mediterrâneo Central. Estamos a trabalhar em conjunto para lidar com situações de emergência, mas também para encontrar uma solução legislativa a longo prazo para conseguir uma forma estável de gerir a migração, de uma forma ordenada. E, até agora, fizemos enormes progressos no que diz respeito às negociações. É claro que temos de fazer figas, porque ainda há alguns os a dar, mas estou muito confiante de que vamos conseguir chegar a um compromisso antes do final desta legislatura.

Temos falta de mão de obra em quase todos os Estados-membros, em quase todos os setores E esta é, de facto, uma oportunidade de ouro para encontrar novas relações com muitos dos nossos países parceiros e investir nas vias legais
Ylva Johansson
Comissária da UE para os Assuntos Internos

I.M.S.: Apesar de todos estes esforços para uma abordagem comum, vemos que, por exemplo, o Conselho da Europa advertiu recentemente a União Europeia contra as práticas de expulsão de migrantes e refugiados sem processar os seus pedidos. Trata-se evidentemente de uma prática ilegal à luz do direito internacional. Mas a Lituânia decidiu adotar uma lei que prevê o recurso a este instrumento em situações de emergência. O que pensa desta decisão?

**Y.J.:**Mantenho um o estreito com a Lituânia. Estive em Vílnius, em fevereiro, para discutir diretamente com a ministra e ela está muito disponível para, em conjunto com os meus serviços, analisar esta legislação e ver que alterações são necessárias para cumprir os requisitos europeus. E estamos neste momento nesse processo.

I.M.S.: Ao mesmo tempo, vemos que há muito talento, que muitas pessoas podem ser úteis como força de trabalho, aqui na Europa, seja na Alemanha ou em Espanha. Sei que estes países estão interessados em projetos-piloto com a Tunísia, Marrocos e outros países. Como é que isto vai funcionar?

**Y.J.:**Vai funcionar muito bem. Temos falta de mão de obra em quase todos os Estados-membros, em quase todos os setores, devo dizer. E esta é, de facto, uma oportunidade de ouro para encontrar novas relações com muitos dos nossos países parceiros e investir nas vias legais. O que a Comissão Europeia oferece é a "Parceria de Talentos", com a qual também podemos apoiar, por exemplo, a criação de competências em formação profissional e cursos de línguas, antes de as pessoas partirem para trabalhar na União Europeia. E isso pode ser feito numa situação "win-win". Por exemplo, investir em formação na Tunísia beneficiaria tanto os que gostariam de ficar na Tunísia, como aqueles que vão trabalhar durante alguns anos, ou um ano, num Estado-membro, e depois talvez regressem.

I.M.S.: O outro lado da moeda é, claro, o envio de volta de pessoas que não têm direito a proteção internacional como os refugiados e que também não se candidataram a um contrato para trabalhar na Europa de forma regular. Concorda com a estratégia dos governos da União Europeia ao, de alguma forma, ameaçarem com a recusa de o ao comércio, acordos de vistos e até mesmo ajuda ao desenvolvimento aos países que se recusam a cooperar com estes regressos?

**Y.J.:**As pessoas não podem ser devolvidas a países onde não estão seguras. Isso é uma coisa, mas muitas pessoas podem ser devolvidas ao país de origem de uma forma segura. É por isso que estamos a usar o artigo 25.º do Código de Vistos (ver Nota 1: Vistos humanitários), um mecanismo para quando um país parceiro não está a cooperar bem na reissão e nos regressos. Depois, do lado da Comissão, propomos algumas medidas em matéria de vistos para esse país e, atualmente, vemos que muitos desses países começam a mudar totalmente de atitude e a cooperar muito melhor em matéria de reissão e de regresso. E isso, por sua vez, vai abrir mais vias legais.

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